O
Chefe de Estado Maior do Exército, General Rovisco Duarte, aponta falta de
supervisão e assume responsabilidade do Exército.
O
general Rovisco Duarte apontou a falta de supervisão na segurança dos Paióis de
Tancos e assumiu a responsabilidade do Exército, durante uma audição que
decorreu à porta fechada, disseram à Lusa fontes presentes na reunião.
O
Chefe do Estado Maior do Exército (CEME), general Rovisco Duarte, foi ouvido na
comissão parlamentar de Defesa desde as 18:00 de hoje, à porta fechada, durante
três horas, para prestar esclarecimento aos deputados sobre o furto de material
de guerra na base de Tancos, Vila Nova da Barquinha, distrito de Santarém.
Fontes
presentes na reunião contactadas pela Lusa adiantaram que o general confirmou a
exoneração dos cinco comandantes responsáveis por indicar, rotativamente,
efetivos para a segurança das instalações e assumiu que não foi uma decisão
consensual.
Assumindo
que a figura da exoneração temporária não está prevista juridicamente, o
general assumiu a decisão como um ato de comando que melhor protege os
comandantes e o que assegura mais transparência nas averiguações.
Segundo
as mesmas fontes, o general apontou falta de supervisão, falhas na análise de
relatórios, deficiências nas rondas no perímetro dos paióis e faltas no
cumprimento de diretrizes, falhas que atribuiu às estruturas responsáveis por
garantir a segurança dos paióis.
Segundo
vários deputados presentes na reunião, o general terá assumido a
responsabilidade do Exército pelas falhas e nunca colocou a responsabilidade no
plano político.
Outro
deputado disse à Lusa que Rovisco Duarte defendeu que o número de efetivos previsto
no plano montado para a segurança era considerado suficiente.
O
Exército anunciou há uma semana que foi detetada a violação dos perímetros de
segurança dos Paióis Nacionais de Tancos e o arrombamento de dois 'paiolins',
com o furto granadas, explosivos, entre outro material de guerra.
O
chefe do Estado-Maior do Exército já tinha reconhecido, em declarações à SIC,
que quem roubou o material de guerra do quartel de Tancos tinha
"conhecimento do conteúdo dos paióis" e admitiu a possibilidade de
fuga de informação.
Além
da investigação conduzida pela Polícia Judiciária Militar e pela Polícia
Judiciária, está decorrer um inquérito no Exército para apuramento de eventuais
responsabilidades.
O
ministro da Defesa Nacional, Azeredo Lopes, vai ser ouvido sexta-feira sobre o
mesmo tema, numa audição que será aberta aos jornalistas.
Lusa
| em TSF (ontem) | Foto: Manuel de Almeida / Lusa
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