segunda-feira, 2 de outubro de 2017

VIVA A CATALUNHA INDEPENDENTE E LIVRE DOS TERRORISTAS DE CASTELA!


"Sim" à independência da Catalunha vence

O governo regional da Catalunha anunciou este domingo que 90% dos catalães votaram a favor da independência no referendo, declarado ilegal pelo Tribunal Constitucional, de acordo com dados preliminares.

Segundo o porta-voz do executivo catalão, Jordi Turull, 90% dos 2,22 milhões de catalães que votaram no domingo escolheram o "Sim", a favor da independência da Catalunha.
O responsável indicou que oito por cento dos votantes rejeitaram a independência e o resto dos boletins tiveram votos brancos ou nulos.

Turull, que avançou os dados à imprensa ao início da madrugada de segunda-feira em Espanha (pouco antes da meia-noite de domingo em Lisboa), disse que ainda faltava contar 15 mil votos.

O representante catalão referiu ainda que o número de boletins contabilizados não incluía aqueles que foram confiscados pela polícia nas cargas policiais que pretenderam impedir as votações.

Segundo as autoridades de saúde, pelo menos 844 pessoas e 33 agentes policiais ficaram feridos.

Os números não foram verificados por qualquer entidade autónoma.

Nas últimas eleições regionais, em setembro de 2015, quando estavam recenseados na Catalunha 5,5 milhões de eleitores, os partidos regionais separatistas tiveram menos de metade da votação, mas conseguiram a maioria dos deputados do parlamento da Catalunha.

O maior partido nacional, o PP, apenas teve a confiança de 8,5% dos catalães, apesar de, na altura, ter a maioria absoluta dos deputados do parlamento, em Madrid.

Mas os separatistas não são maioritários na sociedade catalã, apesar de cerca de 70% da população estar a favor da realização de um referendo legítimo e de uma alteração do relacionamento com o Governo central.

AI diz que polícia espanhola usou força "excessiva e desproporcional"

A Amnistia Internacional considera que a polícia nacional espanhola e a Guardia Civil usaram a força de forma "excessiva e desproporcionada" contra pessoas que resistiam "passivamente" contra a ordem judicial de impedir a votação no referendo da Catalunha.

O diretor da Amnistia Internacional (AI)em Espanha, Esteban Beltrán, afirmou hoje que a Polícia e a Guardia Civil foram "claramente obstaculizadas no exercício das suas funções" em muitas assembleias de voto, mas salienta que a reação das forças policiais deve "ser investigada" e os seus responsáveis levados à justiça.

A justiça espanhola considerou ilegal o referendo pela independência convocado para domingo pelo governo regional catalão e deu ordem - através do Tribunal Superior de Justiça da Catalunha (TSJC) - para que a polícia regional fechasse os locais de votação.

Face à inação da polícia regional, os Mossos d'Esquadra, em alguns locais, foram chamadas a Guardia Civil e a Polícia Nacional espanhola. Foram estes corpos de polícia de âmbito nacional que então protagonizaram os maiores momentos de tensão para tentar impedir o referendo.

A Guardia Civil e a Polícia Nacional espanhola realizaram cargas policiais e entraram à força em várias assembleias de voto que tinham sido ocupadas por pais, alunos, residentes e cidadãos em geral numa tentativa de garantir que os locais permaneceriam abertos.

Os confrontos provocaram - segundo a Generalitat - mais de 890 feridos.

O diretor da AI exige, por isso mesmo, que se deve abrir com urgência uma investigação "exaustiva, imediata e imparcial por parte das autoridades espanholas sobre o uso excessivo e desproporcionado da força".

A organização de defesa dos Direitos Humanos enviou há dias uma delegação de cinco pessoas para monitorizar a situação na Catalunha, tendo visitado no domingo vários centros de votação e recolhido testemunhos e declarações de intervenientes.

Pelo que assistiu no domingo, a Amnistia Internacional assegura que os polícias e guardas civis, "em muitos casos" usaram de forma "perigosa e inadequada" material antidistúrbios, como projéteis de borracha.

Assim, no cruzamento da Rua Sardenya com a Rua Diputació, em Barcelona, dois observadores da AI "foram testemunhas de uma carga policial dos agentes" contra um grupo de manifestantes que se sentaram na estrada para impedir a passagem das carrinhas policiais que foram à escola pública Ramon Lull para apreender urnas.

Os agentes, relata a AI, "bateram" nos manifestantes com cassetetes de borracha e alguns dispararam salvas (munições sem projétil), o que dispersou o grupo de pessoas em protesto.

Algumas pessoas lançaram então objetos contra os polícias, que depois dispararam bolas de borracha a escassa distância dos manifestantes. Nesse momento ficaram feridas duas pessoas, uma na perna e outra no olho direito, o que obrigou a intervenção cirúrgica.

Segundo outros testemunhos, os agentes usaram material antidistúrbios de forma excessiva contra pessoas concentradas em escolas, como no caso da Escola Mediterrània no bairro da Barceloneta.

As imagens difundidas nos meios de comunicação mostram também que alguns polícias agrediram pessoas "indefesas sem que houvesse qualquer ameaça aparente".
A AI recorda que desde que os participantes numa reunião ou manifestação não oponham uma resistência violenta à polícia, esta não pode usar a força, que deve sempre ser "a mínima necessária e proporcional ao objetivo pretendido".

Parlamento Europeu realiza debate de urgência sobre Catalunha

O Parlamento Europeu vai realizar um debate de urgência na quarta-feira sobre a situação na Catalunha, anunciou o presidente Antonio Tajani.

Os eurodeputados decidiram esta segunda-feira adicionar à ordem de trabalhos um debate consagrado à situação na Catalunha, marcada pela violência policial contra cidadãos catalães que tentavam garantir o voto no referendo independentista, realizado este domingo na região, e que o Tribunal Constitucional espanhol proibiu.

O debate de urgência terá lugar na quarta-feira à tarde em Estrasburgo, anunciou o presidente do Parlamento Europeu, Antonio Tajani, após um voto sobre este tema no início da sessão plenária.

Populares, social-democratas e liberais queriam um debate sobre "Constituição e Estado de Direito", mas conseguiram o apoio dos Verdes e a da Esquerda Unitária ao acrescentar "Direitos Fundamentais".

Inicialmente, os ecologistas queriam propor um debate centrado na atuação policial e a procura do diálogo para encontrar uma solução política após o referendo ilegal de domingo, uma proposta já apresentada sem êxito na semana passada.

Os líderes chegaram no plenário a um acordo sobre o título e a data da discussão em torno da Catalunha, um debate sem a produção de uma resolução e em que se pedirá a presença de algum representante da União Europeia.

O presidente do Parlamento Europeu, Antonio Tajani, do Partido Popular Europeu, foi, entre os líderes de instituições europeias, o que expressou uma posição mais contundente contra o secessionismo catalão. Para Tajani, enfraquecer a lei espanhola é atacar também a legalidade espanhola.

O presidente do governo regional da Catalunha, Carles Puigdemont, apelou domingo à União Europeia (UE) para que não ignore a violação de direitos humanos na Catalunha.

"Nós, catalães, ganhámos o direito a sermos respeitados pela Europa. A União Europeia não pode continuar a virar a cara. Somos cidadãos europeus, que sofremos a vulnerabilização de direitos e liberdades, violações diretas da Carta Europeia de Direitos Fundamentais", disse. Puigdemont também pediu a intervenção da UE como mediadora entre Barcelona e Madrid.

Numa primeira reação aos acontecimentos de domingo, a Comissão Europeia sustentou que a "violência nunca pode ser um instrumento na política", reiterando que o referendo de domingo, na Catalunha, foi "ilegal" ao abrigo da Constituição espanhola.

"Para a Comissão Europeia, como o presidente [Jean-Claude] Juncker reiterou repetidamente, este é um assunto interno de Espanha e deve lidado em linha com a Constituição", disse o porta-voz da Comissão, Margaritis Schinas.

A Comissão apelou ainda ao Governo espanhol e aos independentistas catalães que "passem rapidamente da confrontação ao diálogo".

O governo regional (Generalitat) anunciou na madrugada de segunda-feira que 90% dos catalães votaram a favor da independência no referendo, tendo exercido o direito de voto 42 por cento dos 5,3 milhões de eleitores.

A consulta popular foi marcada pela Generalitat, dominada pelos separatistas, tendo o Estado espanhol, nomeadamente o Tribunal Constitucional, declarado que a consulta era ilegal.

Jornal de Notícias | Foto: Alberto Estevez/EPA | Título PG

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