terça-feira, 18 de abril de 2017

TRUMP QUER A GUERRA - E CONQUISTA O ESTABLISHMENT


Quais são os verdadeiros alvos dos ataques dos EUA na Síria e Afeganistão e ameaças à Coreia do Norte? É Damasco, Teerã e Pyongyang, ou seremos nós?

Nuno Ramos de Almeida* | Outras Palavras

Na edição de dezembro da excelente revista “piauí” publicava-se um texto do jornalista da “New Yorker” Evan Esnos sobre o que seria o mandato de Donald Trump à luz do seu programa e biografia. O artigo começa por nos revelar o milionário por ele próprio. No seu livro “Como Ficar Rico”, de 2004, Trump explica a sua genialidade: “As pessoas sempre ficam surpreendidas com a rapidez com que tomo decisões importantes, mas aprendi a confiar em meus instintos e a não pensar muito.” E acrescenta: “A descoberta de que a superficialidade pode ser inteligente foi para mim uma experiência profunda.”

Evan Esnos também mostra outros conselhos reveladores do atual presidente, em que ele se orgulha de ser desconfiado e vingativo. “Se você não reage à altura, então não passa de um idiota!”, escreveu em 2007. “Seja paranoico”, aconselhou em 2000. Se a “superficialidade” é boa, Trump é genial.

Em 1984, com 30 e poucos anos, afirmou ao “Washington Post” que queria negociar os acordos nucleares com os soviéticos. “Demoraria uma hora e meia para aprender tudo sobre mísseis”, declarou. “E, de todo modo, acho que já sei quase tudo.” Segundo Bruce G. Blair, investigador do Programa de Ciência e Segurança Global da Universidade Princeton citado pelo jornalista da “New Yorker”, Trump, numa reunião em 1990, encontrou um negociador americano de armas nucleares e deu-lhe conselhos sobre como fazer um acordo “genial” com seu equivalente soviético. Aconselhou-o a chegar atrasado, encarar o interlocutor, enfiar-lhe o dedo no peito e dizer: “Fuck you!”

Há pouco tempo, um ex-funcionário republicano da Casa Branca a quem Trump recorre disse a Evan Esnos: “Honestamente, o problema com Donald Trump é que ele não sabe o que não sabe.” Neste momento, o presidente Donald Trump terá sempre a seu lado um assistente militar encarregado de levar a maleta de couro e alumínio de 20 quilos com um “manual para a condução da guerra nuclear”. A mala, conhecida na gíria da Casa Branca como a “bola de futebol”, tem uma lista de alvos estrangeiros: cidades, arsenais e infraestruturas. Para dar início a um ataque, Trump teria de, em primeiro lugar, comprovar a sua identidade a um comandante na sala de guerra do Pentágono, confirmação que é feita mediante códigos inseridos numa carteira de identidade única conhecida como “biscoito”. (De acordo com Dan Zak, autor da obra recente sobre armas nucleares: “Almighty: Courage, Resistance, and Existential Peril in the Nuclear Age”, “conta-se que Jimmy Carter, certa vez, por acidente, enviou o ‘biscoito’ para a lavanderia. Bill Clinton o teria perdido e durante meses não contou a ninguém”.)

KIM JONG-UN E OS LOUCOS DE WASHINGTON


Lincoln Secco | Blog da Boitempo | São Paulo

Há de fato um grande perigo de desencadeamento de uma guerra com armas convencionais ou nucleares. Os loucos podem sempre provocá-la. Mas eles não estão em Pyongyang, e sim em Washington

A Coréia do Norte é um país. Esta verdade simples é inaceitável para a maior parte da imprensa mundial. É como se aquela nação não tivesse o direito de existir. Seria uma monarquia comunista, um país faminto e obsoleto ou uma ditadura sanguinária e terrorista.

Ainda que todas as coisas acima ditas fossem verdadeiras, nós acharíamos várias delas em outros países do mundo apoiados pelo “Ocidente”. Por isso, ninguém está interessado no povo da Coréia do Norte e muito menos em “libertá-lo”.

Depois de ocupada pelo Japão, a Coréia foi de fato libertada pelos aliados em 1945. A luta entre os comunistas e seus inimigos já mantinha o país dividido. Em 1950, depois da desocupação, iniciou-se a Guerra Civil. Os EUA invadiram o norte e capturaram a capital, Pyongyang, em outubro de 1950. Em apoio às tropas de Kim Il Sung, os chineses entraram secretamente na Coréia do Norte e iniciaram uma ofensiva. Depois de conquistarem Seul, os chineses sofreram a contra-ofensiva e recuaram até o famoso paralelo 38, que divide as duas Coréias. As lutas encarniçadas por posições no território coreano se prolongaram até julho de 1953.

A partir da implantação da Ditadura em 1961, a Coréia do Sul teve amplo progresso industrial. O norte, isolado (salvo pelo apoio chinês), teve que se manter com escassos recursos naturais. A ideologia Zuche, adotada pelo país, significa a perene busca da autonomia econômica e da soberania política. Mas o isolamento diplomático obrigou Kim Il Sung a destinar grande parte de seu orçamento para a defesa, visto que seu adversário não são as tropas sul-coreanas, mas o Exército dos EUA.

ELEIÇÕES EM MACAU: COMISSÃO PODE ELIMINAR CONTEÚDOS ONLINE


A ordem para remover conteúdos online ilegais durante o período eleitoral em que a propaganda é proibida, pode ser dada às operadoras de comunicação pela Comissão de Assuntos Eleitorais para a Assembleia Legislativa. A medida foi ontem admitida por Tong Hio Fong após o encontro com os deputados para apresentação das instruções eleitorais

Comissão de Assuntos Eleitorais para a Assembleia Legislativa (CAEAL) vai poder dar instruções às operadoras de comunicação, nomeadamente à CTM, para que eliminem os conteúdos online ilegais. A ideia é que, no período em que a campanha eleitoral não é permitida, a CTM possa, quando detectadas publicações online, ser removida.

A medida vai ter luz verde “porque de acordo com a lei eleitoral, só se pode fazer propaganda durante um período limitado”, disse o presidente da CAEL, Tong Hio Fong,  após o encontro entre os representantes da comissão e do Comissariado Contra a Corrupção (CCAC) com os deputados à Assembleia Legislativa, numa sessão que constou da apresentação sobre instruções eleitorais.

As acções que impliquem informação capaz de promover ou denegrir candidatos, fora do tempo definido por lei, e que representem propaganda eleitoral, serão excluídas das partilhas na internet.

DEPUTADO DE HONG KONG PROIBIDO DE ENTRAR EM MACAU


As autoridades locais voltaram a negar a entrada em Macau a um deputado do campo pró-democrata da vizinha RAEHK. Desta feita o visado foi Kenneth Leung, que se preparava para visitar o território na companhia da família.

Kenneth Leung, deputado pró-democrata da vizinha Região Administrativa Especial de Hong Kong, foi este domingo impedido de entrar em Macau por razões de segurança, informou a Rádio e Televisão Pública de Hong Kong.

Kenneth Leung disse à RTHK que tencionava visitar Macau com a família, mas foi impedido de entrar e ficou detido durante cerca de uma hora, antes de ser enviado de volta de barco para a antiga colónia britânica.

O deputado considerou ridícula a rejeição de entrada, argumentando que nunca teve problemas para entrar em Macau, nem no interior da República Popular da China, onde se deslocou, de resto, recentemente numa visita promovida pelo Conselho Legislativo.

No ano passado, os deputados Raymond Chan e Leung Kwok-hung – conhecido como ‘Long Hair’ ou ‘Cabelo Comprido’ – também foram impedidos de entrar no território.

As autoridades locais recusam-se a revelar o número de pessoas que proibiram de entrar na região, as razões pelas quais o fizeram ou a sua procedência, sob o argumento de que essas informações são confidenciais.

Brasil. REFORMA TRABALHISTA: CARDÁPIO DE MALDADES CONTRA O TRABALHADOR




O ataque promovido pelo governo ilegítimo de Michel Temer contra os direitos dos trabalhadores é feito pela articulação de várias iniciativas legislativas, como as reformas trabalhista e previdenciária, e a aprovação da lei que permite a terceirização irrestrita.

São mudanças que atentam contra a dignidade do trabalho e impõem aos trabalhadores a urgência de lutar contra elas, para impedir que deteriorem ainda mais as relações de trabalho no Brasil, levando-as de volta aos tempos anteriores à revolução de 1930 – pior ainda, retrocedendo ao século 19. A reforma trabalhista atende a exigências antigas dos empresários, que nunca aceitaram a legislação que cria barreiras contra a ganância patronal e a superexploração dos trabalhadores.

O Projeto de Lei 6787/16, da reforma trabalhista de Temer, que já era muito ruim, piorou ainda mais com o parecer apresentado nesta quarta-feira (12) pelo relator, o deputado Rogério Marinho (PSDB-RN). Para o Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), “o substitutivo se traduz num cardápio de maldades contra os trabalhadores”. 

Ainda segundo o Diap, “a proposta estabelece que o acordo e/ou convenção se sobreponha aos direitos garantidos em lei e, ainda, que o acordo prevalecerá sobre a negociação coletiva e possibilita o impedimento do acesso à Justiça na forma do acordo extrajudicial irrevogável e arbitragem das relações de trabalho, dentre outras formas, como o termo de quitação anual das obrigações trabalhistas”.

REDE BRASIL ATUAL: MAR DE LAMA DA CORRUPÇÃO TRANSBORDA NO GOVERNO TEMER




"Uma contradição fundamental se processa no golpismo que sustenta o governo Temer desde a sua imposição no ano passado. Quanto mais forte o seu governo maior a exposição de sua fraqueza. Essa verdadeira fortaleza, contudo, traz embutida, a sua própria fraqueza. O dique da base parlamentar do governo Temer não mais parece ser suficiente para impedir o transbordamento do mar de lama da corrupção. Pelo visto, poucos sobreviverão", diz o editorial da Rede Brasil Atual

Rede Brasil Atual - Uma contradição fundamental se processa no golpismo que sustenta o governo Temer desde a sua imposição no ano passado. Quanto mais forte o seu governo maior a exposição de sua fraqueza.

Isso porque a sua fortaleza provem justamente dos responsáveis por sua própria criação. De um lado, a extensa e integrada base parlamentar no poder legislativo federal, que oferta apoio jamais observado ao longo do ciclo político da Nova República, iniciado em 1985.

O centro deste apoio não parece ser ideológico, programático ou grandioso em nome do Brasil melhor. Pelo contrário, pois fundamentado na individual e rasteira lógica da sobrevivência cada vez mais ameaçada pela contaminação proveniente do mar de lama da corrupção.

Brasil-TV Globo. JN MASSACRA LULA, PASSA POR AÉCIO E ESQUECE TEMER




De 4 horas, 24 minutos e 51 segundos de reportagens sobre a lista de Fachin desde que o STF tornou pública a delação da Odebrecht, na última sexta-feira 11, até a ediçaõ desta segunda 17, o Jornal Nacional dedicou 33 minutos e 32 segundos ao ex-presidente Lula, político mais mencionado no principal telejornal da TV Globo; a segunda na lista é Dilma Rousseff, com 18 minutos e 7 segundos; o senador Aécio Neves (PSDB-MG), campeão em número de inquéritos (cinco), entre os quais é acusado de receber R$ 50 milhões em propina, teve a metade do tempo de Lula: 16min27seg; já Michel Temer, citado por delatores por ter participado de uma reunião em que foi combinado o repasse de US$ 40 milhões em propina pela Odebrecht ao PMDB, recebeu uma reportagem de 5 minutos e teve o vídeo em que se defende exibido pelo Jornal Nacional; ranking foi elaborado pelo portal Poder 360.

Brasil 247

Angola - Portugal. PGR DO MPLA FAZ-SE DE VIRGEM OFENDIDA


Segundo o jornal português Público, a Procuradoria-Geral do MPLA (se fosse de Angola tudo seria diferente) diz que notícias sobre carta rogatória enviada a Luanda sobre Manuel Vicente são “pura falácia” e que Joana Marques Vidal tem o dever moral (coisa que no reino não existe) de repor a verdade. O levantamento da imunidade do governante está agora nas mãos do Tribunal Constitucional do… MPLA.

A justiça portuguesa está, segundo o Público, sob suspeita de ter faltado à verdade no caso em que o vice-presidente de Angola, Manuel Vicente, é suspeito de ter corrompido um procurador português, para este arquivar processos judiciais que o envolviam.

No mais recente ofício enviado à Procuradoria-Geral da República (PGR) portuguesa, a sua congénere (isto é apenas um eufemismo) angolana não é meiga nas palavras: fala em falácia e exige um desmentido. Em causa não estão os crimes de corrupção activa e branqueamento de capitais que o vice-presidente pode ter cometido, mas formalidades processuais que ficaram por cumprir e que podem, segundo os advogados de Manuel Vicente, inquinar o processo conhecido como Operação Fizz.

“É com certa indignação que vemos a imprensa portuguesa noticiar, citando também o Ministério Público português, que a PGR portuguesa terá enviado uma carta rogatória para que o vice-presidente da República de Angola fosse formalmente constituído arguido e interrogado, carta essa cujo cumprimento teria sido alegadamente recusado pela PGR de Angola”, pode ler-se no ofício em questão, datado de 28 de Março passado. “Tais notícias não passam de pura falácia, exigindo um desmentido da PGR portuguesa, não apenas para evitar que se vilipendie o bom nome (…) de uma instituição congénere mas também porque se impõe o dever moral de corrigir o que não corresponde à verdade.”

Para se perceber a sequência dos acontecimentos que fez chegar a este ponto a relação entre Joana Marques Vidal e o seu homólogo (mais um eufemismo) general João Maria de Sousa, que também chegou –note-se – a ser investigado em Portugal por branqueamento de capitais, é preciso recuar até Outubro. As procuradoras encarregadas de perceber se o arquivamento de dois processos pelo seu ex-colega do Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) Orlando Figueira – um deles envolvendo a compra pelo vice angolano de um apartamento no condomínio de Estoril-Sol Residence por 3,8 milhões – tinha sido feito a troco de dinheiro decidem interrogar Manuel Vicente, o alegado autor dos pagamentos. E, como o governante vive em Angola, emitem uma carta rogatória para as autoridades angolanas o notificarem da sua condição de arguido e para que ele seja inquirido. A missiva segue os trâmites habituais: vai para a PGR portuguesa, organismo central do Ministério Público, donde devia ter seguido para a PGR angolana.

Angola. REALIDADE DIFERENCIADA


Luísa Rogério | Rede Angola | opinião

Quando no fim do ano de 2014 o Presidente da República falou ao país sobre o impacto da crise económica que acabara de se instalar pouca gente imaginou as proporções que a desdita tomaria. Com o crónico optimismo angolense entramos em 2015 convencidos de que a anunciada seria passageira. Já enfrentamos situações piores. Somos um povo especial. Vamos ultrapassar. Venceremos. Pensamentos do género animaram muitos de nós diante das intempéries resultantes da baixa do preço do petróleo no mercado mundial. Instalou-se então a crise cambial. Em pouco tempo as divisas desapareceram dos bancos. Do dia para a noite o cidadão comum passou a interessar-se por expressões saídas do estrito reduto de especialistas para atazanarem a nossa vida.

O país estremeceu quando todos se aperceberam que as reservas cambiais haviam desaparecido. O impacto da realidade foi demasiado forte. Afinal, o país quase nada possui além das riquezas em potência e da dignidade. A política monetária, o desempenho dos bancos comerciais e o papel do banco central nunca tinham sido tão questionados. Quem tinha poupanças em divisas perdeu tecnicamente o acesso a elas. As regras para o levantamento de valores em moeda estrangeira fizeram correr incríveis rios de tinta nos últimos anos. Na prática, as contas foram bloqueadas. Os angolanos aperceberam-se também que alguns dos maiores empresários nacionais investiram muito mais lá fora do que dentro do território nacional.

Assistimos incrédulos a denúncias de descaminhos de dinheiros públicos. Através da comunicação social vieram à superfície casos escabrosos de corrupção. Das investigações resultou a apreensão de algumas dezenas de milhões de dólares em países onde se leva a sério a questão da proveniência duvidosa de capitais. Os protestos foram recebidos com a arrogância e o silêncio habituais por parte de quem se colocou acima dos seus concidadãos. Enquanto isso, os donos da situação continuaram a amealharam milhões, usando bastas vezes e de forma indevida capital humano público para fechar negócios pessoais. E a maioria da população empobreceu. Hoje já nem se cogita falar em crise, mas sim em nova realidade.

A menos que se registem várias sequências de feitos extraordinários com milagres antológicos à mistura Angola não voltará tão cedo a ser o “El Dorado” do passado recente. Grande parte dos chamados projectos estruturantes ficou no papel. No entanto, em ano eleitoral é preciso mostrar trabalho. A agenda inclui, naturalmente, inaugurações de projectos e de obras por concluir, deixando a sensação de que o mais importante é aparecer na imprensa (entenda-se televisão) e impressionar o eleitor. Só que determinadas obras têm efeito contrário. Apetece perguntar qual a pertinência de fechar troços como o da avenida Deolinda Rodrigues por tão longo tempo.

De modo geral as requalificações são desejáveis. Mas seria sensato introduzir benfeitorias em estradas secundárias antes do arranque de obras de vulto que, para agravar, acontecem invariavelmente na época chuvosa. Há diversas zonas em Luanda cujos trabalhos de benfeitorias foram interrompidos há vários anos, supostamente por falta de verbas. Com uma parte ínfima de valores gastos para melhorar locais escolhidos a dedo para impressionar dava para tornar menos tormentosa a vida de milhares de luandenses. Já que a nova realidade do país recomenda o uso proveitoso dos recursos que dizem ser escassos, calhava bem alargar o foco da lupa. Ademais, a época das construções megalómanas ficou lá atrás…

Deputada da UNITA diz que lavagem de dinheiro faliu o maior banco público angolano


Navita Ngola acusa "mwatas" do MPLA, após avisos de banqueiro

Em fase de discussão do plano de recapitalização do Banco de Poupança e Crédito (BPC), já aprovado pelo Governo, a vice-presidente da bancada parlamentar da UNITA considera que os “roubos e a lavagem de dinheiro’’ determinaram a falência do maior banco angolano.

Navita Ngola afasta a tese do crédito malparado, ainda que se fale em prejuízos superiores a mil milhões de dólares, e alerta para a falta de liquidez até para o pagamento de salários a funcionários públicos.

Há dois anos, com a crise a provocar estragos na economia angolana, o banqueiro Fernando Teles, conhecedor do sistema financeiro, já emitia sinais de preocupação.

“Não vale a pena estarmos a apoiar gente que tem as mãos estendidas e que não aplica o dinheiro em projectos produtivos’’, advertia o Presidente do Conselho Segurança do Banco Internacional de Crédito (BIC).

Agora que o Banco de Poupança e Crédito (BPC) está na ordem do dia, a deputada Navita Ngolo, da Comissão de Economia e Finanças da Assembleia Nacional, refere que os empréstimos não tinham como destinatário o verdadeiro produtor.

O país, diz a deputada, ignorou regras internacionais de gestão financeira.

Angola. CANDIDATOS E CANDIDATURAS


Victor Carvalho | Jornal de Angola | opinião

Ainda ecoam os efeitos de alguns dos amargos de boca que as forças que se opõem ao actual governo sentiram por aquilo a que chamaram, a despropósito, de “parcialidade” no modo como a imprensa estava a retratar o cenário político que o país então atravessava e que permanece inalterável.

Esses amargos de boca resultavam, fundamentalmente, por aquilo que conseguimos perceber, do que diziam ser a “exagerada cobertura mediática” que era dispensada ao candidato que o MPLA no tempo que julgou mais oportuno decidiu escolher para se apresentar como eventual futuro Presidente da República.

O assunto, de tão grave que essas forças o rotulavam, chegou mesmo a merecer um pedido de agendamento para ser devidamente debatido em plena Assembleia Nacional, uma pretensão que logo à partida nos parecia difícil de ser concretizada uma vez que os jornalistas, muito justamente não têm, nem precisam de ter, qualquer tipo de representação parlamentar.

Passadas que foram três semanas sobre o período em que esses amargos de boca levarama que alguns protagonistas políticos perdessem algum do seu tempo para virem a público expor os seus argumentos, a verdade é que o cenário político de então continua a ser rigorosamente o mesmo.

Ou seja, tendo como pano de fundo a natural agitação política que se vive nos meses que antecedem uma campanha eleitoral, seja em que país ou continente for, as diferentes forças potencialmente concorrentes tratam de se preparar, com o timing que julgam mais adequado aos seus objectivos para convencer os eleitores da razoabilidade das suas propostas.

FALAR DE CORRUPÇÃO EM PORTUGAL É CADA VEZ MAIS COMPLICADO


Nuno Garoupa | Diário de Notícias | opinião

Falar de corrupção em Portugal tornou-se um tema bastante complicado. Qualquer cidadão minimamente razoável aceitará como bom o argumento que não é saudável um ambiente justicialista, onde os visados são condenados com base em boatos ou notícias maldosas. Devemos, em nome das conquistas do Estado de direito que permitiram a sociedade moderna, respeitar as decisões da justiça. Consequentemente, devemos falar de corrupção quando ela é provada em tribunal, sujeita a julgamento e objeto de condenação na base do império da lei. Diria até que o cidadão razoável compreende que os tempos da justiça não são os tempos mediáticos e, tendo um grau de paciência e uma tolerância generosa, aguarda o veredicto antes de precipitadamente condenar. Penso que apenas quem confunde julgamentos moralistas com base em preconceitos ideológicos ou idolatrias personalistas com uma decisão judicial discordará da razoabilidade do Estado de direito.

Ora, o problema começa aqui. Estamos em 2017, não em 1974. Aplicando o princípio anterior, absolutamente razoável e louvável, há uma conclusão óbvia: em Portugal, nestes 43 anos, não houve corrupção. Nem gestão danosa. Nem tráfico de influências. Nem houve, mais genericamente, criminalidade de colarinho branco. Porque o número de condenações transitadas em julgado por estes crimes é completamente despiciente. Tão marginal que praticamente não existem estatísticas. Decorre desta observação, continuando a aplicar o princípio enunciado no parágrafo anterior, que Portugal é um oásis sem corrupção, sem gestão danosa, sem tráfico de influências e sem grande criminalidade de colarinho branco.

CGD: banco público sem controlo público, e com uma gestão na linha da dos bancos privados


Eugénio Rosa | O Diário

A nova administração da CGD acabou de divulgar o relatório e contas de 2016. É uma versão preliminar, sintética e ainda não auditada, mas que permite já ficar com uma ideia clara da forma como a CGD foi gerida nos últimos anos, e como se procura desresponsabilizar aqueles que, quer a nível da administração quer como beneficiários do credito concedido, se aproveitaram da CGD. 

Os dados sobre perdas de credito, sobre o credito abatido ao ativo por se considerar já totalmente perdido, são enormes e chocantes, e merecem uma séria reflexão pois elas, no fundo, terão ser compensadas com uma gigantesca recapitalização da CGD feita com dinheiro dos contribuintes obtido por meio de impostos pagos pelos portugueses. E não se venha agora dizer, como é pratica habitual dos banqueiros e dos governos, que essa recapitalização permitirá obter lucros futuros porque nem os milhares de milhões € de credito concedido que se perderam, nem os milhares de milhões € agora necessários para recapitalizar a CGD devido a essas perdas enormes, que são financiados com o dinheiro de impostos pagos pelos portugueses serão alguma vez devolvidos.

Ler texto completo [PDF] | em O Diário

CALDINHO CURTO, EM VEZ DE EXPRESSO…


Este deve ser o Expresso Curto que habitualmente trazemos aqui ao PG. Deve ser, dizemos e achamos, porque mais parece um caldinho curto.

Esclarecendo: o caldinho é muito diferente do expresso curto. Tem a mesma cafeína mas é estragado ou não (depende dos gostos) com um “cheirinho muito generoso” de aguardente. Se não for um caldinho curto pode ser servido em chávena grande e, claro, com mais quantidade de aguardente. 

Em tempos, nas madrugadas frias, havia quiosques abertos toda a madrugada para que os que cumpriam trabalho noturno (carris, taxistas, etc.) “aquecessem a tripa”. Esses, e os noctívagos.

E pronto, aqui têm um caldinho curto, por João Silvestre. Não depreciamos o trabalho na prosa mas a verdade é que não nos deu "pica". Coisas e ressaca da Páscoa que lá vai. Cada um é como cada qual e nasce para o que der e vier. Bom dia, boa semana, se conseguirem agarrar uma dessas. (CT | PG)

NOVOS POPÓS PARA O BANCO DE PORTUGAL, QUE CHIQUES!


Mais de 105 mil euros em três automóveis que aumentam a frota do Banco de Portugal. Viver à grande é apanágio e condição primeira dos que detêm poderes nas mais diversas instituições dependentes do Estado. E o Estado são todos os portugueses. E quem paga todas as estouvadas despesas dos que vivem à grande e à conta dos portugueses são... os portugueses. Uns pagam só com o dinheiro, outros pagam com dinheiro e alguns sacrifícios, outros pagam com os enormes sacrifícios que os empurram e retêm por toda a vida na pobreza.

Popularmente, nos comentários a propósito das mordomias e manias de grandeza dos que vivem à conta de todos os portugueses, chamam-lhes chulos, ladrões e outros mimos que fazem parte do léxico simplificado dos plebeus, dos pagantes. Acrescentam muitas das vezes que afinal andaram nas universidades pagas por todos nós para se formarem no saque e em vivências repletas de mordomias que são acrescentadas a ordenados supimpas e insuportáveis, até imorais. E assim vai Portugal. E assim, esses mesmos que esbanjam o dinheiro e os bens públicos, são capazes de surgir daqui por uns tempos ou mesmo amanhã dizendo que "gastamos demais". O costume.

As considerações acima devem-se a notícia que se segue e nos anuncia que o Banco de Portugal - aquele que não reconheceu falta de idoneidade a Ricardo Salgado e passou a mão pelo pêlo aos banqueiros que nos "paparam" milhares de milhões de euros - comprou por 105 mil euros três BMW. Só uma dessas viaturas custou quase metade dos mais de 100 mil euros. Topo de gama? Gama, no léxico "calão" dos portugueses, significa rouba. Até parece que não é por acaso que assim se expressam e pelo visto é no topo que mais nos "gamam", que mais gastam sem dor, displicentemente, um país depauperado, um país que tem um povo que labuta para sustentar taras, manias e abusos de gente que não merece a menor consideração, porque também não a têm por este povo, os portugueses sistematicamente debulhados e violentados.

Os pormenores, sucintos, via Notícias ao Minuto, pode encontrar já a seguir se continuar a ler. (CT | PG)

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