As
autoridades locais voltaram a negar a entrada em Macau a um deputado do campo
pró-democrata da vizinha RAEHK. Desta feita o visado foi Kenneth Leung, que se
preparava para visitar o território na companhia da família.
Kenneth
Leung, deputado pró-democrata da vizinha Região Administrativa Especial de Hong
Kong, foi este domingo impedido de entrar em Macau por razões de segurança,
informou a Rádio e Televisão Pública de Hong Kong.
Kenneth
Leung disse à RTHK que tencionava visitar Macau com a família, mas foi impedido
de entrar e ficou detido durante cerca de uma hora, antes de ser enviado de
volta de barco para a antiga colónia britânica.
O
deputado considerou ridícula a rejeição de entrada, argumentando que nunca teve
problemas para entrar em Macau, nem no interior da República Popular da China,
onde se deslocou, de resto, recentemente numa visita promovida pelo Conselho
Legislativo.
No
ano passado, os deputados Raymond Chan e Leung Kwok-hung – conhecido como ‘Long
Hair’ ou ‘Cabelo Comprido’ – também foram impedidos de entrar no território.
As
autoridades locais recusam-se a revelar o número de pessoas que proibiram de
entrar na região, as razões pelas quais o fizeram ou a sua procedência, sob o
argumento de que essas informações são confidenciais.
O
impedimento de entrada na Região Administrativa Especial de Macau acontece com
alguma regularidade, com a grande maioria dos casos a serem tornados públicos
pelos próprios visados, muitos dos quais políticos ou activistas da vizinha
Hong Kong. A PSP não tem por hábito apresentar motivos concretos, invocando,
com frequência, razões de segurança.
Em
Outubro, quando da visita do primeiro-ministro, Li Keqiang, foram proibidos de
passar a fronteira pelo menos dez residentes de Hong Kong, incluindo
activistas, mas também um deputado e um cineasta.
Em
2015, o caso mais notório foi o da então deputada do Partido Democrático de
Hong Kong também impedida de passar a fronteira por motivos de segurança
interna.
Em
declarações à Lusa, Emily Lau mostrou-se então “perplexa”, até porque a visita
era de lazer e não havia figuras importantes da China a visitar Macau nem
protestos a acontecer – factores que propiciam habitualmente um maior número de
interdições.
No
final de 2014, o episódio inédito envolvendo um bebé de um ano levou mesmo o
chefe do Executivo, Fernando Chui Sai On, a pedir desculpa.
A
proibição de entrada sobretudo de políticos de Hong Kong tem sido uma
preocupação levantada pela União Europeia e pelos Estados Unidos.
Em
Outubro, a associação Novo Macau – a maior organização pró-democracia do
território – adiantou estar a trabalhar na criação de uma base de dados sobre
violações aos direitos humanos, dando conta de que informações específicas
sobre as proibições de entrada seriam compiladas num ficheiro especial.
Trata-se
de uma base de dados que pretende colocar à disposição de organismos da ONU,
quando for a altura de rever a ratificação de instrumentos relacionados com a
protecção de direitos humanos em Macau.
Ponto
Final
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