Partidos políticos com assento
parlamentar recusaram discutir com Presidente impasse político que o país vive.
Partidos que não marcaram presença no encontro dizem que esta é mais uma
“manobra de diversão” de "Jomav".
A reunião convocada esta
quarta-feira (14.03.) pelo Presidente guineense, José Mário Vaz, que pretendia
discutir o impasse na formação de Governo de Artur Silva, ficou marcada pela
ausência de quatro dos cinco partidos políticos com assento parlamentar e
signatários do Acordo de Conacri, instrumento que visava por fim à crise
política que o país vive há mais de dois anos.
O Partido Africano para a
Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), o Partido da Convergência
Democrática (PCD), União para a Mudança (UM) e Partido da Nova Democracia (PND)
alegam que este encontro não passa de uma "manobra de diversão” do
Presidente para ganhar tempo.
Em entrevista à DW África,
Vicente Fernandes, que fala em nome dos partidos políticos signatários do
Acordo de Conacri que se ausentaram do encontro, considera que o Presidente
continua pouco sensato: "Não podemos acompanhar o Presidente da
República nesta fantochada”, começa por afirmar Vicente Fernandes,
acrescentando que "infelizmente ele [o Presidente] tem a sua estratégia
muito própria, nomeando os primeiros-ministros sem respeitar a Constituição e
muito menos o Acordo de Conacri”.
Nova reunião
José Mário Vaz insiste nas
negociações e marcou um novo encontro para a próxima terça-feira (20.03.).
Para Braima Camará, coordenador
do grupo alargado dos 15 deputados expulsos do PAIGC, a nova data deverá ser
"uma oportunidade para que todos os atores políticos possam reconsiderar
as suas posições” para que se encontre "uma saída mais consensual para a
crise”.
Sobre o encontro desta
quarta-feira (14.03.), Braima Camará disse estar consciente de "que
sem a presença de todas as partes é sempre difícil encontrar uma solução".
Encontro "não deu em nada”
A Aliança das Organizações da
Sociedade Civil participou no encontro, no entanto, saiu insatisfeita. O seu
presidente Fodé Carambá exige mais do Presidente José Mário Vaz. "Não
estamos satisfeitos com os resultados da reunião porque não deu em nada.
Quero que o Presidente assuma a
sua responsabilidade para buscar saídas para a crise”, afirmou Fodé Carambá,
notando que faltam poucos dias para o "inicío da campanha de
comercialização da castanha de caju e da campanha agrícola” e, por isso, "o
país não pode continuar assim”. "Com ou sem o Acordo de Conacri o
Presidente deve encontrar uma solução”, asseverou.
A crise política que já dura há
mais de dois anos na Guiné-Bissau tende a piorar a cada dia que passa sem que
os políticos sejam capazes de encontrar soluções. Todas as negociações que
visaram encontrar soluções fracassaram.
Deslocações condicionadas
Ainda esta quarta-feira (14.03),
o primeiro-ministro Artur Silva condicionou as deslocações em missão de serviço
ao estrangeiro dos ministros do Governo cessante. Em comunicado divulgado à
imprensa, o primeiro-ministro refere que a representação da Guiné-Bissau em
eventos internacionais no exterior vai passar a ser feita pelos embaixadores,
sempre que houver representação diplomática.
Braima Darame (Bissau) | Deutsche
Welle
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