António Costa encerrou o 22º
Congresso do Partido Socialista com vários agradecimentos, palavras de futuro e
uma novidade: a proposta de reeleição de Ana Cataria Mendes como Secretária
Geral Adjunta.
O secretário-geral do PS anunciou
hoje que o Orçamento do Estado para 2019 vai ter como prioridade o apoio ao
regresso dos portugueses que emigraram no período de crise económico-financeira
entre 2010 e 2015.
ste anúncio foi feito por António
Costa no discurso de encerramento do 22º Congresso Nacional do PS, na Batalha,
distrito de Leiria, com o ministro das Finanças, Mário Centeno, sentado na
primeira fila a ouvir esta intervenção.
António Costa recordou o fluxo de
emigração no período entre 2010 e 2015, que "só teve paralelo com a
emigração dos anos de 1960", anunciando que o governo vai tomar medidas
para inverter a situação.
"Entre 2010 e 2015 tivemos
um afluxo emigratório como não tínhamos desde a década de 60 e temos de criar
condições únicas e extraordinárias para os que partiram e pretendam voltar a
Portugal tenham condições para regressar ao país. Quero aqui dizer claramente:
Para o PS, uma das principais prioridades do Orçamento do Estado para 2019 vai
ser adotar um programa que fomente o regresso dos jovens que
partiram, sem vontade de partir e que têm de dispor da liberdade de poderem
voltar a viver entre nós", declarou, recebendo uma prolongada ovação dos
delegados socialistas.
O secretário-geral do PS acentuou
que essa será uma das principais prioridades do seu executivo no que respeita
ao próximo Orçamento do Estado.
António Costa dedicou grande
parte do seu discurso de encerramento às políticas que
tenciona adotar a prazo para a inserção das gerações entre os 20 e os
30 anos no mercado de trabalho.
Vencer na Madeira e na Europa
Depois de relembrar o passado e
deixar uma palavra de confiança às futuras gerações socialistas, António Costa,
garantiu que quer ganhar as eleições europeias e as eleições legislativas, mas
não só.
"Chegou a hora de termos a
ambição de Governar a Região Autónoma da Madeira, provando que também ali somos
capazes de uma excelente governação. O PS/Madeira pode contar com todos os
socialistas do país nessa luta e quero dizer ao Paulo Cafôfo, que nos
honra ter aceite ser o nosso candidato a presidente do Governo Regional, que
vai ser ele a ganhar as eleições em nome do PS", declarou, recebendo, de
imediato, uma prolongada salva de palmas.
Sobre as eleições para o
Parlamento Europeu, referiu que a ambição é aumentar a dimensão do triunfo por
curta margem que o PS registou no ato eleitoral de 2014, então com este partido
sob a liderança de António José Seguro.
Estas não foram as única
surpresas de António Costa, que propôs a reeleição de Ana Cataria Mendes
como secretária-geral adjunta do partido.
"Tal como fiz há dois anos
atrás, continuo a entender que é absolutamente essencial compatibilizar
a ação que temos na governação, autarquias, regiões, com a vitalidade
e autonomia do PS. Mais uma vez, vou utilizar a figura da secretária-geral
adjunta, irei propor à Comissão Nacional a reeleição da nossa camarada Ana
Catarina Mendes", disse Costa.
O cargo de secretário-geral
adjunto foi criado em 2016, depois de o PS assumir a liderança do Governo.
Uma palavra para os jovens
socialistas
Perante o 22º Congresso Nacional
do PS, no que respeita à geração dos mais jovens socialistas, António Costa
apenas se referiu especificamente a Ana Catarina Mendes para dizer que irá
propor que esta deputada continue a desempenhar as funções de secretária-geral
adjunta.
António Costa também não se
posicionou no debate ideológico que envolveu, entre outros,
o atual secretário de Estado Pedro Nuno Santos e o presidente da
Câmara de Lisboa, Fernando Medina.
Mas, implicitamente, o
secretário-geral do PS referiu-se a todos, independentemente das posições que
cada um assumiu ao longo dos trabalhos de sábado, quando deixou um voto de
confiança nesta nova geração, apesar de prevenir que não estava a pensar já em
meter os papéis para a reforma.
"É muito gratificante ver
que podemos olhar para o nosso futuro com uma enorme tranquilidade e
satisfação. Temos uma nova geração com um enorme potencial, com uma enorme
qualidade política, técnica e preparação profissional. Eles vão seguir com a
bandeira do PS em punho e levá-la para a frente ao longo deste século",
afirmou.
Estas palavras foram
interrompidas por uma prolongada ovação, com o secretário-geral do PS a
acrescentar, somente, que as indicações que deixa a nova geração são para si,
pessoalmente, "motivo de grande orgulho e satisfação".
Tiago Manuel Simões em Notícias
ao Minuto com Lusa
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