O ministro do da Cultura abriu de
forma simbólica uma nova modalidade de conhecer as gravuras rupestres do Côa,
em que os visitantes podem apreciar esta arte milenar através de passeios de
canoa pelo rio abaixo.
Estas visitas, nesta primeira
fase, vão abranger sítios emblemáticos das Arte do Côa como a Canada do Inferno
e a Ribeira de Piscos.
"A novidade desta oferta
turística é a de se poder observar as gravuras rupestres, a partir do rio Côa.
Há algumas gravuras que só mesmo de canoa se podem ver, sendo a primavera e o
verão, o melhor período para o efeito", disse Luís Filipe de Castro Mendes.
O governante equipou-se a
preceito, o foi mesmo um dos primeiros a dar ao remo, rio Côa abaixo, também de
forma a "apadrinhar" esta nova iniciativa lançada pela Fundação Côa
Parque (FCP), para atrair visitantes a este território que é Património Mundial
da Humanidade.
"Gosto muito da realidade do
Côa, esta nova equipa do FCP tem conseguido mobilizar as novas sinergias
colocadas ao dispor por este Governo", frisou o ministro.
A Fundação Côa Parque assinala os
oito anos do Museu do Côa e os 22 anos do Parque Arqueológico do Vale do Côa,
de 28 de julho a 19 de agosto, tendo sido estas uma iniciativa que pretende
assinalar esta data.
A 10 de agosto de 1996 foi criado
o Parque Arqueológico do Vale do Côa, consequência do reconhecimento do
extraordinário e maior complexo de arte rupestre paleolítica ao ar livre
conhecido até hoje.
A FCP renovou a frota de viaturas
de todo o terreno com a recuperação de duas já antigas e aquisição de dois
novos veículos.
"Este lugar é de
investigação científica. Mas dado o seu valor patrimonial, tem de ser dado a
conhecer aos visitantes e tudo se conjuga para se criar neste vale um polo de
conhecimento", defendeu o ministro da Cultura.
Cada viagem pode ter uma duração
de meio hora, ao longo de percurso definido, onde a Arte do Côa é ponto de
partida para a descoberta de uma região que também rica do ponto de vista
ambiental.
Para o presidente da FCP, Bruno
Navarro, esta é uma forma sustentável de visitar a Arte do Côa.
"Estas visitas têm ainda, um
apelativo suplementar em que os visitantes podem fazer a degustação de produtos
regionais durante estes novos percursos turísticos de descobertas gravuras
rupestres do Vale do Côa", frisou o responsável.
A Arte do Côa faz também parte de
um Itinerário Cultural do Conselho da Europa, onde estão igualmente
representados sítios como Altamira (Espanha), Lascaux, Chauvet, Niaux (França)
ou Valcamónica (Itália).
Os sítios de arte rupestre do
Vale do Côa situam-se ao longo das margens do rio Côa, sobretudo no município
de Vila Nova de Foz Côa, estendendo-se por uma área de 20 mil hectares que
abrange os municípios vizinhos de Figueira de Castelo Rodrigo, Meda e Pinhel,
no distrito da Guarda.
A arte rupestre do Côa, inscrita
na Lista do Património Mundial da UNESCO desde 1998, foi uma das mais importantes
descobertas arqueológicas do Paleolítico Superior, em finais do século XX, em
toda a Europa.
Aquando da descoberta "Arte
do Côa", em 1994, os arqueólogos portugueses asseguraram tratar-se de
manifestações do Paleolítico Superior (20 a 25 mil anos atrás) e estar-se
perante "um dos mais fabulosos achados arqueológicos do mundo".
Desde agosto de 1996, o Parque
Arqueológico do Vale do Côa organiza visitas a vários núcleos de gravuras tais
como Penascosa, Canada do Inferno e Ribeira de Piscos.
Lusa | em Notícias ao Minuto
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