O primeiro-ministro da
Guiné-Bissau, Aristides Gomes, desvalorizou hoje as críticas que estão a ser
feitas à organização do processo eleitoral para as legislativas de 18 de
novembro, que considerando que não são produtivas.
"Penso que esse debate não é
produtivo, o que é produtivo é nós analisarmos as condições em que estamos a
evoluir e vermos a pertinência de nós organizamos eleições livres e justas que
possam contribuir para a estabilização da Guiné-Bissau", afirmou Aristides
Gomes.
O primeiro-ministro guineense
falava aos jornalistas na sede da cooperação de Timor-Leste em Bissau, onde se
deslocou para uma visita.
"Aos que estão a trabalhar
de facto no processo eleitoral o que lhes interessa é ver a realidade, os
fatores de que estão em presença, aquilo que nós controlamos, o que nós não
controlamos, os esforços que nós estamos a fazer e o esforço que o mundo inteiro
está a fazer para ajudar à estabilização da Guiné-Bissau", salientou.
Para Aristides Gomes, os que
querem de facto a estabilização do país e o seu desenvolvimento devem
"inscrever-se nessa perspetiva, o resto é um debate que não tem
importância nenhuma" para a estabilidade do país.
Sobre a visita à sede da
cooperação timorense em Bissau, o chefe do executivo guineense disse que veio
testemunhar o reconhecimento da Guiné-Bissau ao apoio que Timor-Leste tem dado
para a estabilização do país.
"Sabem que em 2014 foi
decisiva a intervenção de cooperação de Timor para que as eleições tivessem
tido lugar, hoje essa intervenção continua, é uma grande riqueza para nós
termos um relacionamento que se estende a zonas do mundo muito distantes da
Guiné-Bissau", afirmou.
O enviado especial de Timor-Leste
para apoio às legislativas timorenses, Tomás Cabral, disse que a sua equipa,
que chegou na quinta-feira, vem fazer um levantamento das necessidades.
"Nós temos um trabalho feito
com o Governo da Guiné-Bissau e viemos fazer um levantamento para ver como é
que vamos apoiar", afirmou.
A Guiné-Bissau tem eleições
legislativas marcadas para 18 de novembro, mas um atraso na entrega dos 'kits'
de registo eleitoral impediu que o recenseamento tivesse início a 23 de agosto.
O atraso no início do
recenseamento e da chegada dos fundos prometidos pela comunidade internacional
têm sido criticados por vários partidos políticos, sociedade civil e Comissão
Nacional de Eleições, que já defendeu a necessidade de um novo cronograma
eleitoral.
Lusa em SAPO TL
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