O Presidente da África do Sul,
Cyril Ramaphosa, inicia hoje uma visita de Estado à China onde vai copresidir à
cimeira China-África de 03 a
04 de setembro, em Pequim.
A visita de Ramaphosa à China, a
convite de Xi Jinping, "é um gesto de retribuição" por parte do chefe
de Estado que foi anfitrião de uma visita de Estado do seu homólogo chinês em
24 de julho, véspera da cimeira BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China, África do
Sul (Brics) em Joanesburgo, disse a presidência em comunicado.
A visita do chefe de Estado
sul-africano começará com a colocação de uma coroa de flores no "Monumento
dos Heróis do Povo" na praça de Tiananmen, em homenagem aos que perderam a
vida "nas guerras do povo chinês pela libertação, independência e
liberdade".
De acordo com a presidência,
Ramaphosa vai reunir-se depois com o primeiro-ministro Li Keqiang na residência
oficial 'Diaoyutai State Guest House' antes de participar na cerimónia de
boas-vindas oferecida por Xi Jinping no Grande Salão do Povo.
Durante a sua estada na China,
Cyril Ramaphosa participará ainda na cimeira do Fórum de Cooperação
China-África (FOCAC), a ter lugar em Pequim de 3 a 4 de setembro sob o tema:
"China e África: rumo a uma comunidade ainda mais forte, com um futuro
compartilhado através da cooperação mutualmente benéfica".
O Fórum, criado em 2000 como
plataforma multilateral de cooperação entre a República Popular da China (PRC,
na sigla em inglês) e os países africanos com relações diplomáticas oficiais
com a PRC, será copresidido por Cyril Ramaphosa e Xi Jinping.
A África do Sul, que acolheu a
última cimeira do Fórum China-África em 2015, entregará a presidência do FOCAC
a um novo país africano, após seis anos no cargo (2012 a 2018).
Segundo a presidência, a África
do Sul, como presidente cessante, "irá centrar os seus esforços em
assegurar um papel mais importante para a Comissão da União Africana no FOCAC,
bem estreitar relações com as comunidades económicas regionais e a Nova
Parceria para o Desenvolvimento da África (NEPAD)", o programa de
desenvolvimento sócio-económico da União Africana.
A nível bilateral, a China tem
sido o principal parceiro comercial da África do Sul por nove anos
consecutivos, segundo dados divulgados hoje pela ministra das Relações
Internacionais e Cooperação, Lindiwe Sisulu.
Em 2017, o comércio bilateral
entre os dois países cresceu 11.7% para 39.17 biliões de dólares (34.2MM
euros), vinte vezes maior do que no arranque das relações diplomáticas entre
Pretória e Pequim.
A África do Sul é o principal
destino do investimento chinês em África, com investimentos acumulados de mais
de 25 biliões de dólares (21.5MM euros) em junho de 2017.
A governante sublinha ainda que
"mais de 180 grandes empresas chinesas e milhares de pequenas e médias
empresas estabeleceram-se no país", acrescentando que, "além disso, a
África do Sul recebe o maior número de turistas chineses em África, tendo 100.000
cidadãos visitado o país em 2017".
Na opinião de Lindiwe Sisulu, a
China tornou-se um importante parceiro de investimento para a África do Sul,
"estimulando a transformação e o desenvolvimento económico e social do
país".
"Em muitas áreas, a parceria
China-África proporcionou resultados concretos que são benéficos para
África", escreve Lindiwe Sisulu, num artigo publicado na edição de hoje do
semanário sul-africano City Press.
"África está empenhada em
utilizar ao máximo esta parceria em termos de acesso de mercado e oportunidades
de negócio. Existe também a necessidade de alinhar a parceria com os objetivos
estratégicos da UA (União Africana). Neste sentido, esperamos consolidar uma
parceria China-África ainda mais forte através da cooperação mutualmente
benéfica na Cimeira do FOCAC 2018", diz Sisulu.
Na visita à China, o Presidente
Ramaphosa é acompanhado pela sua esposa Tshepo Motsepe, e os ministros Lindiwe
Sisulu (Relações Internacionais e Cooperação), Naledi Pandor ( Ensino
Superior), Rob Davies (Comércio e Indústria), Pravin Gordhan (Empresas
Públicas), Edna Molewa (Assuntos Ambientais), Gugile Nkwinti (Água e
Saneamento), Blade Nzimande (Transportes), Derek Hanekom (Turismo), Nhlanhla
Nene (Finanças) e Senzeni Zokwana (Agricultura, Silvicultura e Pescas), disse a
presidência sul-africana.
CYH // JPS | Lusa
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