domingo, 28 de outubro de 2018

As pistas de Assunção Cristas – bolsonaros na Lusitânia


Cristas, do CDS/PP, mede palavras ditas mas nem por isso cumpre a ocultação do que é e o que representa. Cristas, em relação ao fascista brasileiro Bolsonaro declarou que se absteria…

Duvidemos e fiquemos com a certeza de que as suas simpatias pelo extremismo fascista e violento de Bolsonaro e sua bolsa de apoiantes é manifestado quando alega não fazer frente à antidemocracia, à tortura, ao horrendo banho de sangue que se prevê ocorrer no Brasil se atentarmos nos propósitos declarados pelo candidato Bolsonaro. Afinal que raio de democrata é essa Cristas que ao se manifestar pela palavra demonstra que quem “cala consente”, que quem se abstém consente a ascendência do fascismo no regime democrático brasileiro. Algo que será hoje decidido eleitoralmente no outro lado do Oceano Atlântico.

Cristas acabou por fazer perceber que não lutaria, não se oporia contra o fascismo, contra a supressão da democracia e do respeito pelos direitos humanos – apesar das deficiências que contém. Por certo que Assunção Cristas, chefe do CDS, escolheria um cantinho para se refugiar, abstendo-se… Mesmo que assim o fizesse é certo que logo que considerasse oportuno saltaria do seu esconderijo cobarde e vitoraria o fascismo bolsonarista, pondo-se em bicos dos pés para assegurar um lugar no nefasto e antidemocrático regime.  Estas são as pistas deixados por Cristas. É a leitura possível de uma falsa democrata. Aliás, para quem é que isso é novidade?

De Jorge Rocha, em Ventos Semeados, deixamos o bastante e o melhor para os que se interessam sobre os falsos democratas que sempre cá estiveram ou chegam e habitam em Portugal, além de saudosistas do fascista Salazar e ninhadas de energúmenos portugueses e outros lusófonos que por aí vagabundeiam à coca de tramar outros e se necessário um país e um povo que de fascismo já teve um Portugal de inferno salazarista e fascista durante quase meio século. (MM | PG)

As simpatias, que o jagunço colhe entre nós...

Jorge Rocha* | opinião

A respeito do que faria se fosse eleitora brasileira ficámos esclarecidos quanto à opinião de Assunção Cristas a respeito de um confesso fascista, que promete um banho de sangue contra quem dele discorda e para quem a liberdade de imprensa será um dos alvos principais do seu início de mandato como presidente. Quando diz que se absteria, temos dúvidas se tal seria a sua opção. É que se a cabeça manda ter tino e dizer algo, que não a comprometa totalmente com a viragem da desgovernação  brasileira para um ideário declaradamente fascista, não é difícil concluir que muitos dos atuais militantes e simpatizantes do CDS veem no jagunço um herói a incensar…

Cristas sabe bem quem representa e só se contém, porque sabe o quão escasso é o seu apoio eleitoral, mas quem já anda nisto há muitos anos não esquece o comportamento dos políticos das direitas, quando conseguem perverter o sentido da Democracia através de vitórias eleitorais. Quem esquece o clima de quase guerra civil, que a direita - e esse homem baixinho cujos dotes de bailarino deveriam ser muito escassos chamado Sá Carneiro - criou em vésperas da eleição presidencial de 1980, quando via a possibilidade de conquista absoluta do poder - um Presidente, um governo, uma Assembleia - como oportunidade para fazer de vez as contas com o detestado 25 de abril? Não tivessem os seus apoiantes ficado assombrados com o acidente de Camarate e como teriam reagido à derrota desse domingo?

É certo que, mais recentemente, as direitas conseguiram com Cavaco e Passos Coelho aquilo que o baixote da Foz tanto almejara e não conseguira. Mas, com o país integrado na União Europeia, nem um, nem outro, aceleraram tanto no ataque à Democracia, quanto sentiriam disso vontade. Ainda não estava a acontecer a passividade de Bruxelas para com governos, como os da Hungria ou da Polónia, que de democráticos nada têm e só têm servido de rampa de lançamento para ditadores de países mais determinantes dentro do continente como é o caso de Itália.

O que irá acontecer no Brasil a partir de domingo será assustador, mas terá uma virtualidade. A exemplo de Hitler que, entre a ascensão e queda, só terá tido doze anos de poder, ou da própria ditadura brasileira, iniciada em 1964 e caída em 1985, o inferno fascista tem fim anunciado, porque nunca um regime desse tipo trouxe prosperidade ao seu povo. Aqueles que, iludidos pelas igrejas evangélicas, pela Rede Globo ou pelo WhatsApp, irão votar contra si mesmos, bem podem esperar pelo «prémio». A pobreza, que só Lula conseguiu reduzir significativamente, será avassaladora com a entrega da Amazónia e de todo o setor público aos que os querem explorar em proveito exclusivamente seu. Não serão só os «vermelhos» a verem-se vítimas da nova (ir)realidade brasileira. E o despertar só poderá ser tão violento, quanto o prometido pelo jagunço-mor para com os minoritários opositores.

Numa altura em que os democratas de todo o mundo ocidental continuam remetidos à defensiva sem oporem uma forte ofensiva contra quem os quer esmagar, só um refluxo violento do presente estado de coisas poderá vencê-lo. Será a Revolução sem punhos? Pois, que o venha a ser...

jorge rocha | Ventos Semeados

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