quinta-feira, 25 de outubro de 2018

O reino terrorista da Arábia Saudita


É comum chegarmos ao conhecimento de violações dos direitos humanos por parte das autoridades da Arábia Saudita. A lista é longa.

Também é frequente associar ações de terroristas à Arábia Saudita. É também com alguma frequência que vimos a saber pela imprensa que a casa real, reis, príncipes e quejandos têm relações semelhantes a ambientes de cortar à faca, em algumas vezes aparentemente amenizados pela hipocrisia, o cinismo, a falsidade e outros “condimentos” sorridentes que pretendem disfarçar os ódios caseiros. Até desmenti-los.

Na região é enorme o poder da Arábia Saudita, poder militar e conluio com os EUA e também com seus respetivos crimes e violações globais dos direitos humanos – digamos que é como uma máfia internacional em tamanho 'Big Mac'. Por se considerarem com esse poder é que os criminosos que assassinaram Khashoggi e o desmembraram fizeram-no levianamente. Afinal era um opositor do regime, julgando saberem os mandantes, assim como os executores, que a impunidade era o seu prémio, além de outras mordomias que nestes casos funcionam como pagamento.

Que há príncipes cúmplices no hediondo crime, dizem órgãos de comunicação social, que o rei Mohammad bin Salman estava parcialmente a par do que ia acontecer, convencido que ele seria raptado e transportado para o seu nefasto reino… São profícuas as teorias e as declarações sopradas a jornalistas que tudo aproveitam para publicar e garantir mais dólares ou euros por pagamento. O que importa é que digam ou escrevam o que quiserem, com informação ou contra informação, existe já neste momento – e não é de agora – uma certeza: o reino da Arábia Saudita é terrorista.

Do jornal Expresso – leia a seguir - retiramos conteúdo de hoje que nos anuncia a “terceira versão sobre o assassinato de Khashoggi”. Haverá mais alguma nova versão em breve? É que nenhuma das conhecidas é para acreditar piamente. Aliás, quem é que se dispõe a acreditar numa casa real e num reino e cúmplices que se revelam com práticas associadas a atos terroristas?

MM | PG

Arábia Saudita dá terceira versão sobre o assassinato de Khashoggi: foi premeditado

Declaração foi emitida pelo gabinete da Arábia Saudita equivalente ao Ministério dos Negócios Estrangeiros

Arábia Saudita volta a oferecer outra versão da história do crime de Jamal Khashoggi, o jornalista que escrevia para o “Washington Post” e que foi assassinado no consulado saudita em Istambul, na Turquia, a 2 de outubro. Depois de defender que Khashoggi saiu da embaixada pelo próprio pé e a seguir admitir que a sua morte resultou de uma briga com oficiais sauditas, um procurador público daquele país admite: o crime foi premeditado, conta o “Washington Post”.

Essa declaração foi emitida pelo gabinete da Arábia Saudita equivalente ao Ministério dos Negócios Estrangeiros. O procurador baseou-se em informações da investigação das autoridades turcas. A investigação, que conta com a cooperação entre Turquia e Arábia Saudita, vai continuar.

OS DESENVOLVIMENTOS

O presidente da Turquia prometeu durante a semana que ia revelar a "verdade nua e crua" sobre a morte de Jamal Khashoggi, mas, na verdade, deu poucas novidades e nem abordou as informações publicadas na imprensa de que haveria áudios e vídeos comprometedores.

"Temos a certeza de que foi assassinado no consulado", começou por dizer no Parlamento Erdogan, depois de prestar condolências à família de Khashoggi, garantindo ainda que o crime "selvagem" foi planeado com dias de antecedência. De acordo com o governante turco, a equipa que "planeou e executou o assassinato" foi alertada da visita de Khashoggi ao consulado saudita em Istambul.

A Arábia Saudita admitiu na sexta-feira de 19 de outubro que o jornalista Jamal Khashoggi estava morto. Na altura, a notícia foi avançada pela televisão estatal do reino.

Na segunda-feira, a imprensa turca publicou novas informações que implicavam o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, na morte do jornalista Jamal Khashoggi.

Segundo o diário turco, Yeni Safak, o homem apresentado como chefe do comando saudita de 15 agentes que se deslocaram a Istambul para matar o jornalista, entrou diretamente em contacto com o gabinete do príncipe a partir do consulado.

No mesmo dia, o presidente norte-americano afirmou que não estava satisfeito com as explicações de Riade sobre o assassinato do jornalista saudita e disse estar surpreendido com o prazo de um mês anunciado pelos sauditas para a investigação. "Não estou satisfeito com o que ouvi", declarou Donald Trump, nos jardins da Casa Branca.

Jamal Khashoggi, 60 anos, entrou no consulado da Arábia Saudita em Istambul, na Turquia, no dia 2 de outubro, para obter um documento para casar com uma cidadã turca e nunca mais foi visto.

Jornalista saudita residente nos Estados Unidos desde 2017, Khashoggi era apontado como uma das vozes mais críticas da monarquia saudita.

Expresso

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