Permissão de ingresso de cidadãos
de outros países da UE na Bundeswehr parece mais perto de se concretizar.
Recrutamento de profissionais altamente qualificados é analisado para suprir
falta de mão de obra na tropa.
O governo alemão está
concretizando seu plano de permitir o ingresso de cidadãos de outros
Estados-membros da União Europeia às Forças Armadas do país (Bundeswehr), para
contornar a falta de pessoal.
O recrutamento de pessoal
estrangeiro de áreas específicas, como médicos e especialistas em informática,
é uma opção que está sendo estudada, segundo o inspetor-geral das Forças
Armadas alemãs, Ebehard Zorn, em entrevista publicada nesta quinta-feira
(27/12) pelos jornais da empresa alemã Funke Mediengruppe.
"A Bundeswehr precisa de
pessoal”, ressaltou Zorn. "Temos que procurar em todas as direções numa
época de falta de mão de obra qualificada", afirmou o oficial.
De acordo com as publicações
da Funke Mediengruppe, o governo alemão já teria consultado parceiros da
UE sobre tais planos. A maioria dos países, entretanto, teria recebido a
ideia com reserva, especialmente no Leste Europeu. Bulgária, Romênia,
Eslovênia e Grécia teriam expressado temor da evasão de potenciais
soldados, atraídos por um melhor pagamento.
Na Alemanha vivem, segundo a
reportagem, cerca 530 mil cidadãos da UE de idades entre 18 e 30 anos, que
representariam um potencial adicional para recrutamento pela Bundeswehr.
A ministra alemã da Defesa,
Ursula von der Leyen, afirmou em entrevista ao jornal Rheinischen Postque
o número de soldados das Forças Armadas alemãs cresceu cerca de 3,6% nos
últimos dois anos. "Atingiremos no fim deste ano a marca dos 182 mil
soldados", frisou. "Isso é 2.500 a mais do que há um ano e um aumento
de 6.500 em comparação ao ponto mais baixo, que foi 2016."
Desde a sua criação, em 1955, a Bundeswehr só
permite a entrada de cidadãos alemães. Mas após o fim do serviço militar
obrigatório em 2011, a
Bundeswehr passou a enfrentar dificuldades em recrutar novos membros para suas
fileiras.
Von der Leyen lembrou que o
tamanho que as Forças Armadas devem atingir depende da situação de segurança e
das tarefas da tropa. Segundo ela, o atual planejamento a médio prazo prevê que
até 2025 deve ser alcançada a marca de 203 mil soldados, incluindo muitos
novos recrutamentos para as áreas de segurança cibernética e para projetos no
âmbito da União Europeia.
A possibilidade de permitir o
ingresso de cidadãos de outros países da UE está sendo estudada desde 2011, mas
nos últimos dois anos vem ganhando força no governo. Em 2016, a hipótese foi pela
primeira vez incluída no chamado Livro Branco da política de
segurança da Bundeswehr, que estabelece diretrizes estratégicas para o futuro
das Forças Armadas.
MD/afp/ap | Deutsche Welle
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