domingo, 23 de dezembro de 2018

São Tomé | “TOMATXO” e a Baronesa que sonha ser a mulher de branco


Autonomia e In_Dependência versus Corrupção com Democracia

Isabel de Santiago* | Téla Nón | opinião

Reza a história – é importante  – recordar que São Tomé e Príncipe, contrariamente ao que alguns dizem, eram ilhas desertas. E o 1º Barão de Água Izé, um mulato, originário do Brasil, além de um grande trabalhador, foi um grande percursor na produção de cacau nas terras tão férteis de São Tomé e Príncipe.

Hoje pouco ou nada se trabalha para desenvolver o país e continuamos encostados ao mastro do Porto, sem águas profundas, prometido em inúmeros governos, sempre à espera dos contentores de importação.

O cacau exportado para a Europa, já tem chocolate internacional, e nacional, mas a preços incomportáveis para a dieta dos nacionais. Não se desenvolve riqueza com o Povo. Produz-se (apenas) riqueza para aumentar a riqueza de quem vai e vem explorar a nossa terra, legitimamente (ou não), o nosso chão e nós, e continuamos estúpidos, a ver o que os outros produzem, enriquecendo,  e levando de São Tomé para fora. Existem dois grande exemplos. O problema ou empresa mais recente vem com o nosso amigo Trovoada vs. seu amigo das águas e que agora é produtor de chocolate,  tendo-lhe concedido a Roça Diogo Vaz, onde se “produzem” outras coisas, em vez de empregar – com dignidade – os santomenses. Continua a exploração quase esclavagista. Com ordenados inaceitáveis para o elevado custo de vida no País.

A Dama de branco, matou os sonhos do Barão, conta a lenda que do alto do penhasco da Ilha do Príncipe – a alegada sombra da Baronesa – de origem portuguesa, se perdeu por amores por um negro espadaúdo, mas respeitador, consumando tal amor. E hoje, numa tortura, voa entre o ilhéu Bom-Bom e a ponta sul do Príncipe. 

Todos temos as nossas damas brancas na vida. Perseguem-nos uns e nós perseguimos outros.

Nas últimas semanas, no rescaldo das eleições, continuo atenta às movimentações – não esqueçam que o Povo votou Bom Jesus e não (apenas) no MLSTP PSD, carregado de cromos sem valor político, de tão velhos que estão e tão associados a elevados esquemas de corrupção. Neste artigo não me alongarei, mas os dados existem e documentos também. Dois deles ex primeiros ministros.

Deixemo-nos de doutores e secretárias com cargos sem que a produção agrícola, grande fonte de riqueza, e do Mar, possam aumentar o crescimento económico do país. É preciso um ministério,  com grande conhecedor dos temas agrícolas e do mar, e que saiba gerir a pasta, sem aumentar os seus, bolsos pessoais.

Precisamos de diplomacia externa – com rigor e dignidade – e forte aposta na diplomacia económica, capaz de atrair investimentos que não passem pela tragédia do ouro negro, a qual já nos hipotecou por mais de 50 anos, mas  nunca uma chefe de diplomacia que não é gostada nas Embaixadas de Europa – soube recentemente, que se julga (sem ser) como a última coca-cola do deserto. Criticou os do passado, pelos usos (indevidos de verbas públicas) abusos, mas prepara-se para vôos e saídas, quando o país nem tem dinheiro para mandar cantar um cego.

No mistério da Estrada de Sintra – para quem lê a história dos grandes autores portugueses – todos descendemos deles (no bom e no mau) – a história começa com o sequestro de um médico – Dr.*** – e de seu amigo escritor – F… O rapto, realizado por quatro mascarados, ocorre na estrada de Sintra. O Dr.*** e o seu companheiro são levados para uma misteriosa casa, onde se encontrava o cadáver estrangeiro. Sabendo que um deles era médico, os raptores pretendiam verificar se, de facto, o homem estava morto.

Entretanto, são surpreendidos pela entrada de um jovem – A.M.C., que viria a esclarecer todo o mistério. Rytmel era, afinal, um oficial britânico que morreu vítima de uma dose excessiva de ópio que lhe dera a amante – condessa de W., prima do mascarado alto. Esta desejava apenas adormecê-lo para confirmar nos seus papéis se ele era ou não amante de uma irlandesa.

Nos últimos dias vários lideres de vários partidos políticos de São Tomé e Príncipe contataram-me. Não adianta. Fui, sou e serei independente. Não deixo que me anestesiem com o ópio da política nem tampouco como o TOMATXO ou a cacharamba que destrói vidas. Apoiei o Homem, Jorge Bom Jesus. E fá-lo-ia, de novo, pela Democracia e neutralização do líder do anterior Governo. Acordem. Democracia, não é, e nunca mais voltará a ser forma de abuso de direitos pelos políticos enquanto eu for viva.

As ameaças que me foram dirigidas caíram em saco roto. Hoje,  um alto quadro de um meio de comunicação social português, cognominou-me, de um misto de Joana d’Arc e Madre Teresa de Calcutá. Defendo os pobres para que tenham dignidade e valor humano e trabalhem por isso. E de defesa de democracia contra formas autoritárias de exercício de poder ou de abuso em forma de corrupção via exercício de poder. Em suma, sou a IN_ i de independência. N de defesa da Nação, Dependência dos Direitos,  Liberdades e Garantias.

Enquanto uns e umas se preparam para passeios, à custa do (inexistente) erário público, mas eu vigio – outros angariam (e meu Deus, como é duro!!)  – apoios para ajudar santomenses cadenciados, em situação débil de saúde, a viver em Portugal. Não existem mais tachos. As panelas ficaram rotas.

Feliz Natal e até já

*Public Health Communication Researcher and Invited Professor
Institute of Preventive Medicine and Public Health
Faculty of Medicine, University of LISBOA

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