Autonomia
e In_Dependência versus Corrupção com Democracia
Isabel de Santiago* | Téla Nón |
opinião
Reza a história – é
importante – recordar que São Tomé e Príncipe,
contrariamente ao que alguns dizem, eram ilhas desertas. E o 1º
Barão de Água Izé, um mulato, originário do Brasil, além de um grande
trabalhador, foi um grande percursor na produção de cacau nas terras tão
férteis de São Tomé e Príncipe.
Hoje pouco ou nada se trabalha
para desenvolver o país e continuamos encostados ao mastro do Porto, sem águas
profundas, prometido em inúmeros governos, sempre à espera dos contentores de
importação.
O cacau exportado para a Europa,
já tem chocolate internacional, e nacional, mas a preços incomportáveis para a
dieta dos nacionais. Não se desenvolve riqueza com o Povo. Produz-se (apenas)
riqueza para aumentar a riqueza de quem vai e vem explorar a nossa terra,
legitimamente (ou não), o nosso chão e nós, e continuamos estúpidos, a ver o
que os outros produzem, enriquecendo, e levando de São Tomé para fora.
Existem dois grande exemplos. O problema ou empresa mais recente vem com o
nosso amigo Trovoada vs. seu amigo das águas e que agora é produtor de
chocolate, tendo-lhe concedido a Roça Diogo Vaz, onde se “produzem”
outras coisas, em vez de empregar – com dignidade – os santomenses. Continua a
exploração quase esclavagista. Com ordenados inaceitáveis para o elevado custo
de vida no País.
A Dama de branco, matou os sonhos
do Barão, conta a lenda que do alto do penhasco da Ilha do Príncipe – a alegada
sombra da Baronesa – de origem portuguesa, se perdeu por amores por um negro
espadaúdo, mas respeitador, consumando tal amor. E hoje, numa tortura, voa
entre o ilhéu Bom-Bom e a ponta sul do Príncipe.
Todos temos as nossas damas
brancas na vida. Perseguem-nos uns e nós perseguimos outros.
Nas últimas semanas, no rescaldo
das eleições, continuo atenta às movimentações – não esqueçam que o
Povo votou Bom Jesus e não (apenas) no MLSTP PSD, carregado de cromos sem valor
político, de tão velhos que estão e tão associados a elevados esquemas de corrupção.
Neste artigo não me alongarei, mas os dados existem e documentos também. Dois
deles ex primeiros ministros.
Deixemo-nos de doutores e
secretárias com cargos sem que a produção agrícola, grande fonte de riqueza, e
do Mar, possam aumentar o crescimento económico do país. É preciso um
ministério, com grande conhecedor dos temas agrícolas e do mar, e
que saiba gerir a pasta, sem aumentar os seus, bolsos pessoais.
Precisamos de diplomacia externa
– com rigor e dignidade – e forte aposta na diplomacia económica, capaz de
atrair investimentos que não passem pela tragédia do ouro negro, a qual já nos
hipotecou por mais de 50 anos, mas nunca uma chefe de diplomacia que não
é gostada nas Embaixadas de Europa – soube recentemente, que se julga (sem ser)
como a última coca-cola do deserto. Criticou os do passado, pelos usos
(indevidos de verbas públicas) abusos, mas prepara-se para vôos e
saídas, quando o país nem tem dinheiro para mandar cantar um cego.
No mistério da Estrada de Sintra
– para quem lê a história dos grandes autores portugueses – todos descendemos
deles (no bom e no mau) – a história começa com o sequestro de um médico –
Dr.*** – e de seu amigo escritor – F… O rapto, realizado por quatro mascarados,
ocorre na estrada de Sintra. O Dr.*** e o seu companheiro são levados para uma
misteriosa casa, onde se encontrava o cadáver estrangeiro. Sabendo que um deles
era médico, os raptores pretendiam verificar se, de facto, o homem estava
morto.
Entretanto, são surpreendidos
pela entrada de um jovem – A.M.C., que viria a esclarecer todo o
mistério. Rytmel era, afinal, um oficial britânico que morreu vítima
de uma dose excessiva de ópio que
lhe dera a amante – condessa de W., prima do mascarado alto. Esta desejava
apenas adormecê-lo para confirmar nos seus papéis se ele era ou não amante de
uma irlandesa.
Nos últimos dias vários lideres
de vários partidos políticos de São Tomé e Príncipe contataram-me. Não
adianta. Fui, sou e serei independente. Não deixo que me anestesiem com o
ópio da política nem tampouco como o TOMATXO ou a cacharamba que destrói
vidas. Apoiei o Homem, Jorge Bom Jesus. E fá-lo-ia, de novo, pela
Democracia e neutralização do líder do anterior Governo. Acordem. Democracia,
não é, e nunca mais voltará a ser forma de abuso de direitos pelos políticos
enquanto eu for viva.
As ameaças que me foram dirigidas
caíram em saco roto. Hoje, um alto quadro de um meio de comunicação
social português, cognominou-me, de um misto de Joana d’Arc e Madre Teresa de
Calcutá. Defendo os pobres para que tenham dignidade e valor humano e trabalhem
por isso. E de defesa de democracia contra formas autoritárias de exercício de
poder ou de abuso em forma de corrupção via exercício de poder. Em suma, sou a
IN_ i de independência. N de defesa da Nação, Dependência dos Direitos,
Liberdades e Garantias.
Enquanto uns e umas se preparam
para passeios, à custa do (inexistente) erário público, mas eu vigio – outros angariam
(e meu Deus, como é duro!!) – apoios para ajudar santomenses
cadenciados, em situação débil de saúde, a viver em Portugal. Não
existem mais tachos. As panelas ficaram rotas.
Feliz Natal e até já
*Public Health Communication Researcher
and Invited Professor
Institute of Preventive Medicine and
Public Health
Faculty of Medicine, University
of LISBOA
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