Uma “Nova Angola”. “Um amigo
nosso, natural do Huambo, decidiu visitar a sua terra natal. Estava a tirar
fotografias quando apareceu um polícia, com ar zangado: «- Ordem superior do
chefe proíbe tirar fotografias! A máquina fica prendida!»
Domingos Kambunji | Folha 8 |
opinião
O nosso conterrâneo pediu para
falar com o chefe. O polícia respondeu que o chefe estava muito ocupado e não
poderia comparecer no “local do crime”. O fotógrafo pediu-lhe então que
informasse o chefe que um polícia estava a dar “ordem de prisão” à máquina
fotográfica do General Fagundes (posto militar e nome inventados naquele
momento). O polícia, muito aflito, pediu imensas desculpas, devolveu a máquina
fotográfica e deu uma “ordem inferior” para que o “General Fagundes”
continuasse a fotografar.
Anda o país mergulhado numa
enorme crise económica e social, causada e continuada pelos sucessivos governos
do MPLA, e o Victor Silva do jornal da Angola do MPLA não se cansa de tentar
dar lições de moral criticando os órfãos do Re(i)gime.
Nesse aspecto ele até nem está
mal, vive bem na crise em que a grande maioria dos cidadão sobrevive, na
miséria, porque foi adoptado pelo re(i)gime para exercer as funções de
bajulador no jornal da Angola do MPLA. Este estatuto concede-lhe bastantes privilégios
porque o sistema necessita destes bocas de aluguer para tentar vender a imagem
de uma “Nova Angola” em modernização e desenvolvimento construtivo. Essa Nova
Angola não aparenta ser uma Angola Nova porque os actores principais que emanam
“ordens superiores” são quase todos provenientes da Angola que nasceu velha,
após a independência, e que foi envelhecendo cada vez mais durante as últimas
quatro décadas.
O Salazar também dizia que era o
Presidente do Concelho do Estado Novo…
As únicas mensagens que os
angolanos ouvem com demasiada frequência estão relacionadas com a dívida
externa, pedidos de fiado para pagar fiados anteriores e desvalorização do
kwanza.
Não é necessário ter um
doutoramento em economia e finanças para se perceber que os angolanos em geral
estão a viver pior. A desvalorização da moeda nacional, em ritmo cavalgante,
tem como consequência o facto de o kwanza estar a valer quase tanto como capim
queimado. A qualidade de vida piorou.
Nas mensagens do Victor Silva,
órfão adoptado pelo Ministro da Propaganda e Educação Patriótica, João Melo, o
governo está a organizar e racionalizar tudo para que, se a coisa der certa,
haja um crescimento tal que “até das galáxias mais distantes do planeta terra
se poderá ver Angola a brilhar”. Se a coisa der certa… como prometeu durante a
campanha eleitoral o malandro João Lourenço.
Ele dizia que iria fazer mais com
o mesmo dinheiro. O que se está a ver é que está a fazer menos mas continua a
prometer muito, muitíssimo mais falácias.
Os anteriores bajulador e bajulador-adjunto
do jornal da Angola do MPLA, exonerados pelo João Lourenço, também diziam o
mesmo. Quer isto dizer que, seguindo as “teorias meteorológicas da economia” do
MPLA, se chover não há seca e se houver seca o MPLA dirá, como é norma, que a
culpa é da crise internacional, do imperialismo capitalista, da UNITA, do
Savimbi, da guerra civil… e do José Eduardo dos Santos.
Entretanto, o Ministro da
Propaganda e Educação Patriótica, João Melo, saúda as melhorias , descritas
pelos órfãos por si adoptados a desempenharem funções de bajuladores nos órgão
de informação da imprensa pública, que conseguem imaginar muitíssimos sofismas
para que as pessoas não pensem que tudo está cada vez mais na mesma… ou pior.
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