Ex-membro de guerrilha de
esquerda condenado por assassinatos em seu país, italiano estava foragido desde
dezembro, quando Temer decretou sua extradição do Brasil. Bolsonaro e
autoridades da Itália comemoram detenção.
O italiano Cesare Battisti,
ex-membro de uma guerrilha de esquerda condenado por assassinatos em seu país,
foi detido na Bolívia, confirmou a Polícia Federal brasileira na madrugada
deste domingo (13/01).
Contrariando afirmações do
ministro do gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, de que o
foragido seria primeiramente transportado para o Brasil, Battisti, de 64 anos,
será extraditado diretamente para a Bolívia. Ele estava refugiado desde 14 de
dezembro, após o Supremo Tribunal Federal (STF) ordenar sua detenção e
extradição para a Itália, e o então presidente, Michel
Temer, assinar um decreto nesse sentido.
O ex-guerrilheiro foi detido na
tarde de sábado na cidade boliviana de Santa Cruz de la Sierra por uma equipe de
agentes italianos e brasileiros ao caminhar pela rua, segundo fontes do
Ministério do Interior italiano. As fontes afirmam que investigadores italianos
nunca haviam perdido Battisti de vista, mas após sua saída do Brasil e chegada
à Bolívia, aceleraram-se os movimentos para sua detenção.
Battisti escapou da prisão na
Itália em 1981, enquanto aguardava julgamento por quatro homicídios
supostamente cometidos entre 1977 e 1979, quando era membro do grupo de extrema
esquerda Proletários Armados pelo Comunismo (PAC). Na década de 1990, foi
condenado à prisão perpétua à revelia. O italiano reconheceu ter feito parte do
grupo, mas nega ter cometido homicídios.
Após passar décadas na França e
no México, Battisti se instalou no Brasil em 2004, onde permaneceu escondido
até a sua detenção em 2007. O STF autorizou sua extradição em 2009, mas os
ministros disseram que a palavra final deveria ser do então presidente da
República, Luiz Inácio Lula da Silva, que rejeitou a medida em 31 de dezembro
de 2010, o último dia de seu segundo mandato.
Mesmo antes de empossado, o
presidente Jair Bolsonaro havia prometido "presentear" a Itália com
Battisti. Neste domingo, ele parabenizou os responsáveis pela captura. "Finalmente
a justiça será feita ao assassino italiano e companheiro de ideais de um dos
governos mais corruptos que já existiram no mundo (PT)", escreveu no
Twitter.
Deutsche Welle
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