domingo, 13 de janeiro de 2019

Cesare Battisti é preso na Bolívia


Ex-membro de guerrilha de esquerda condenado por assassinatos em seu país, italiano estava foragido desde dezembro, quando Temer decretou sua extradição do Brasil. Bolsonaro e autoridades da Itália comemoram detenção.

O italiano Cesare Battisti, ex-membro de uma guerrilha de esquerda condenado por assassinatos em seu país, foi detido na Bolívia, confirmou a Polícia Federal brasileira na madrugada deste domingo (13/01).

Contrariando afirmações do ministro do gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, de que o foragido seria primeiramente transportado para o Brasil, Battisti, de 64 anos, será extraditado diretamente para a Bolívia. Ele estava refugiado desde 14 de dezembro, após o Supremo Tribunal Federal (STF) ordenar sua detenção e extradição para a Itália, e o então presidente, Michel Temer, assinar um decreto nesse sentido.

O ex-guerrilheiro foi detido na tarde de sábado na cidade boliviana de Santa Cruz de la Sierra por uma equipe de agentes italianos e brasileiros ao caminhar pela rua, segundo fontes do Ministério do Interior italiano. As fontes afirmam que investigadores italianos nunca haviam perdido Battisti de vista, mas após sua saída do Brasil e chegada à Bolívia, aceleraram-se os movimentos para sua detenção.

Battisti escapou da prisão na Itália em 1981, enquanto aguardava julgamento por quatro homicídios supostamente cometidos entre 1977 e 1979, quando era membro do grupo de extrema esquerda Proletários Armados pelo Comunismo (PAC). Na década de 1990, foi condenado à prisão perpétua à revelia. O italiano reconheceu ter feito parte do grupo, mas nega ter cometido homicídios.

Após passar décadas na França e no México, Battisti se instalou no Brasil em 2004, onde permaneceu escondido até a sua detenção em 2007. O STF autorizou sua extradição em 2009, mas os ministros disseram que a palavra final deveria ser do então presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, que rejeitou a medida em 31 de dezembro de 2010, o último dia de seu segundo mandato.

Mesmo antes de empossado, o presidente Jair Bolsonaro havia prometido "presentear" a Itália com Battisti. Neste domingo, ele parabenizou os responsáveis pela captura. "Finalmente a justiça será feita ao assassino italiano e companheiro de ideais de um dos governos mais corruptos que já existiram no mundo (PT)", escreveu no Twitter.

Deutsche Welle

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