sexta-feira, 18 de janeiro de 2019

Portugal | PSD, a novela segue dentro de… Boas festas aos animais que não mordam


O Curto não foge à regra. A regra é a “crise” no PSD, que ontem no Porto, ficou adiada até que os passistas, com Montenrgro, ganhem novo fôlego e voltem à carga. A direita mais à direita, que descaracteriza o PSD, pertence a Passos Coelho e seus ‘muchachos’. Eles andam por aí. Independentemente dos estragos que causem estão obstinados em regressar ao poder e às políticas do antigamente. A novela segue dentro de semanas, meses ou… Estamos avisados e esclarecidos.

Cristina Peres serve hoje o Curto em Expresso a escaldar. O frio sentido agradece tal combate. Deixamos correr o marfim e as prosas com espinhos e rosas. Jornalistas isentos lá pelos lados das formações já não vimos que sejam paridos… Ou talvez alguns. O problema é que a baralhação é mais que muita e quase já nem se sabe quem é quem e o que é quem. É a democracia, dizem. A democracia? Pois. Fruto de tantas vezes mau jornalismo para garantir as sopas nas mesas e todos os outros encargos carotes. Ao que isto chegou.

Saia daqui direitinho para o que se segue no Curto. Curto e fino, é o que é. Com alguma qualidade, apesar de tudo. O costume. Se está com pressa pode ler tudo na diagonal. Quase que vai ficar a saber o mesmo. E assim sempre poupa os olhos, para ver as misérias e desgraças que tantas vezes nos surgem na paisagem social, política e etc. e tal. Pois.

Bom dia. Boas festas aos animais que se nos cheguem perto e carentes. Que não mordam. Pois. (MM | PG)

Bom dia este é o seu Expresso Curto

Não se pode mudar o princípio. Mas pode partir-se do ponto onde se está e mudar o fim*

Cristina Peres | Expresso

Foi o Conselho Nacional mais dramático da história recente do PSD*, ocasião que registou momentos insólitos e momentos inéditos, escreve o Expresso concluindo uma noite de reportagem em direto. “Agora é preciso paz” e que “o ruído acabe no PSD”, dizia Rui Rio citado pelo Público depois de ter visto votada a moção de confiança a seu favor por 75 votos contra 50, o equivalente a 60% dos conselheiros nacionais. Voto secreto/voto de braço no ar, depois de Rui Rio ter aceitado o voto secreto, Paulo Mota Pinto, presidente da mesa, decidiu pôr à votação dos conselheiros se a moção de confiança devia ser votada por voto secreto, o que levou membros do Conselho de Jurisdição a abandonar o recinto em protesto contra o presidente da Mesa.

À saída do Conselho, Rui Rio descia as escadas do Palace Hotel, no Porto, um líder reforçado. “PS pode perder, temos de construir a possibilidade de o PSD ganhar” foi o que, segundo o JN, RR disse já perto das 4h da madrugada, acrescentando que o partido tem de remar agora todo na mesma direção. Luís Montenegro falará hoje aos órgãos de comunicação social ao meio-dia quando a resposta ao repto poderá ser conhecida, conclui o diário do norte.

Passadas as dez horas que durou este Conselho, que captou a atenção do media, eis as manchetes do dia: “Impostos representam quase metade do valor de uma casa”, Público; “Os clubes têm sede de controlar a AR, os tribunais, a comunicação social”, diz Rui Santos em entrevista ao i; “Estado falha nos apoios aos cuidados continuados”, JN; “Governo vai medir risco de corrupção em novas leis”, Negócios; “João Pereira Coutinho vende SIVA sem receber um euro”, Jornal Económico; “Tabelas do IRS dão folga nos salários”, CM.

OUTRAS NOTÍCIAS

A propósito do tema que não sai da abertura dos jornais ingleses nem dos outros, um tweet inspirador do primeiro-vice-presidente da Comissão Europeia, Frans Timmermans: “You can’t go back and change the beginning. But you can start where you are and change the ending.” (Não se pode mudar o princípio. Mas pode partir-se do ponto onde se está e mudar o fim) C.S. Lewis* a propósito do Brexit. Hoje, The Guardian escreve que o líder trabalhista, Jeremy Corbyn, enfrenta a revolta das suas fileiras e arrisca-se a perder boa parte dos seus pares caso apoie “o voto do povo”, ou seja, a realização de um segundo referendo para sair da crise.

Quatro meses passados sobre as legislativas, a Suécia está em vias de conseguir ter um primeiro-ministro. Bloqueados pelo partido de extrema-direita, Democratas Suecos, que obteve 18% dos votos, nem a esquerda nem a direita conseguiu até agora formar governo. Espera-se que o Parlamento aprove hoje novo mandato para Stefan Löfven, o social-democrata que tem liderado o país desde 2014.

Crescem os protestos populares na República do Sudão que começaram em Cartum e chegaram agora a Kassala, perto da fronteira com a Eritreia. As forças de segurança prenderam dezenas de manifestantes e dispararam gás lacrimogéneo para dispersar as centenas de pessoas naquela cidade a leste onde foi declarado o estado de emergência desde o início do ano. Tudo começou em meados de dezembro com uma revolta contra o aumento do preço do pão e transformou-se num grito nacional pelo fim do regime repressivo de Omar al-Bashir.

Contados os 21 mortos do ataque de terça-feira ao DusitD2 do complexo de Riverdale, Nairobi, Quénia, eis o balanço dos acontecimentos pelo jornal queniano The Standard. E a história de um homem que escapou ao ataque às Torres Gémeas em 2001 para morrer em Nairobi, noutro ataque terrorista, pouco antes de completar 41 anos.

Kim Yong Cool, o negociador chefe para o nuclear da Coreia do Norte, encontra-se hoje com o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, em Washington. Supõe-se que vão discutir as condições para a realização de uma segunda cimeira EUA-Coreia do Norte. O vice-presidente Mike Pence admitiu esta semana que ainda se esperam “passos concretos” de Pyongyang. Nove minutos depois de a CNN ter ontem à noite em direto uma funcionária da Casa Branca que garantia o interesse do Presidente Trump numa segunda cimeira com a Coreia do Norte, a agência Reuters lançava a notícia: o POTUS revelou uma estratégia reforçada de defesa de mísseis que chamava à Coreia do Norte uma contínua “ameaça extraordinária”. Passavam sete meses sobre a declaração presidencial segundo a qual se garantia que “a ameaça de Pyongyang tinha sido eliminada”…

No mesmo espírito, o cartoon de Kal que sai todas as edições na página 7 da revista “The Economist” mostra esta semana uma lotaria com a “escolha diária da política para a Síria”. A roda é manipulada por Donald Trump e as opções são: “Vamos”, “Não vamos, não”, “Entregar o país ao Putin”, “Bombardear alguma coisa”, “Quem são estes curdos?”, “Perguntar à Fox News”… A realidade mostra que a brincadeira é séria depois de quatro americanos, entre 19 mortos, terem sido os alvos de um ataque suicida em Manbij, no nordeste da Síria. A Aljazeera faz manchete com a necessidade de haver uma melhor cooperação entre a Turquia e os Estados Unidos. O site da TV do Qatar escreve que as forças americanas precisam de um esquema anti terrorismo “transformada”. Um eufemismo para o insucesso da estratégia norte-americana no terreno. Um conselheiro do PR turco adianta que os EUA não são parceria de fiar: “Políticas inconsistentes dos EUA e cacofonia em Washington são culpadas pelos problemas entre os aliados da NATO”.

Scott Morrison, o primeiro-ministro australiano, está de périplo pelas ilhas nesta primeira semana de trabalho de 2019. Ilhas do Pacífico. Voou ontem de Vanuatu para as Fiji em três dias dedicados a aumentar a influência do país na vizinhança, já que, em dez anos, a China passou de praticamente zero a 1.3 mil milhões de investimento, tornando-se o maior investidor bilateral na região. Desde novembro que Camberra está atenta, altura em que lançou um banco regional de infraestruturas, uma força de treino de defesa permanente e cinco novas embaixadas nas ilhas. Casa roubada, trancas à porta…

Milhares de pessoas tentam todos os anos entrar no Iémen, um país em guerra e com pobreza persistente, em busca de oportunidades de trabalho. Em 2018, chegaram ali mais “migrantes irregulares” do que os que atravessaram o Mediterrâneo em direção à Europa, conta a Margarida Mota.

Canábis recreativa não passará. O Bloco insiste que o seu projeto deve ser votado hoje no Parlamento, mas as contas são fáceis de fazer e há muita gente a votar contra. O Público explica. Do lado contra, o argumento da irresponsabilidade. Do lado a favor, o da hipocrisia, explica a Mariana Lima Cunha.

O Governo afasta presidentes de 15 hospitais, uma decisãototalmente inesperada.

Os trabalhadores andam estafados e as empresas perdemcom isso mais de €300 milhões ao ano.

Grandes expectativas para a Netflix, o “grande” que se segue a revelar o nível de lucros em 2018, que está a assustar os maiores competidores do setor. Chamam-lhe o titã do streaming e isto diz quase tudo. Aqui ficam as previsões dos analistas. Aqui fica o número de novos subscritores nos últimos meses de 2018: nove milhões. Se a Netflix fosse um país seria o nono mais populoso do mundo!, compara a CNN.

O príncipe Filipe não ficou ferido no acidente de automóvel em que esteve envolvido ontem perto de Sandringham quando conduzia um Range Rover. Ileso, mas abalado, o duque de Edimburgo foi acudido pelas testemunhas do acidente no local e o Palácio de Buckingham não confirmou se Philip conduzia sozinho. Aos 97 anos.

FRASES

“Lamento verdadeiramente a minha lealdade cega a um homem que não a merece”, Michael Cohen, ex-advogado pessoal de Donald Trump referindo-o e confessando ter pago a uma firma para manipular os resultados das sondagens em linha, segundo “ordens e para exclusivo benefício de” Trump

“Não é que esteja a rebentar uma crise financeira como a de 2007/2008 ou que o mundo esteja novamente à beira de uma nova Grande Depressão como a que se viveu há dez anos. O que há, isso sim, são sinais de abrandamento da economia que, com alguma probabilidade, podem ser o prenúncio de uma recessão.”, João Silvestre, em “Utilidade Marginal”, Expresso Diário

“Cada vez há menos comboios e menos correios, sobretudo no interior. Vão construir um enorme segundo aeroporto para Lisboa. Que mensagem é que Portugal está a querer transmitir aos portugueses que lá vivem?”, Miguel Esteves Cardoso, em “Ainda Ontem”, Público

“A poesia da minha mãe mete medo às pessoas”, Maria Andresen de Sousa Tavares, filha primogénita de Sophia de Mello Breyer Andresen que está a organizar as comemorações do centenário do nascimento da poeta (6 de novembro 2019)

O QUE ANDO A VER, A USAR E VOU LER

“We are the European family, protect the European Union” é uma da série de frases que o fotógrafo alemão Wolfgang Tillmans tem usado na que será a sua maior campanha pró-UE. Isto a seguir à que criou imediatamente antes da votação do Brexit no Reino Unido, em 2016, e na qual apelava ao Remain. O resultado desse voto foi o contrário do que Tillmans desejava e ele mantém o seu trabalho ligado à realidade política nesta nova série: “Protect the European Union”. Comprei o saco na Hamburger Bahnhof-Museum für Gegenwart, o Museu de Arte Contemporânea de Berlim, mas pode encontrá-lo à venda em muitos sítios na Alemanha. Dá literalmente para “transportar” a mensagem.

Também lá comprei o último livro do filósofo norte-americano Daniel C. Dennett, “From Bacteria to Bach and Back - The Evolution of Minds” (Penguin 2018). Ainda só tive tempo de ler a introdução e sei que vai ser irresistível. É o homem da consciência e deixo-lhe aqui esta TEDTalk de 2003. Depois não diga que não avisei.

E por hoje é tudo, é boa ideia manter-se informado porque o mundo logo à tarde já mudou. Não se esqueça que amanhã há Expresso em papel, um acontecimento semanal. O resto está em linha em expresso.pt, Expresso Diário, a tribuna.pt, a vidaextra.ptblitz.pt... Passe um ótimo fim de semana, respire fundo e beba água fresca.

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