Entre Setembro de 2017 e julho de
2018, o Programa Tatô, que promove a melhoria do estado de conservação das
espécies ameaçadas de tartarugas marinhas na ilha de São Tomé, lançou ao mar
69.407 filhotes de 4 espécies ameaçadas de tartarugas.
Fruto de uma forte acção de
protecção e de sensibilização das populações nas principais áreas costeiras da
ilha de São Tomé, onde as tartarugas desovam.
O programa Tatô, registou
significativo aumento da desova de tartarugas no período entre Setembro de 2017
e julho de 2018, em comparação com o mesmo período dos anos anteriores.
Segundo o Programa Tatô, são 4 as
espécies de tartarugas que nidificam na ilha de São Tomé, nomeadamente a
tartaruga verde (Chelonia Mydas), vulgarmente conhecida em São Tomé e Príncipe por
Mão Branca. Segue-se a tartaruga Oliva (Lepidochelys Olivacea), com nome vulgar
em São Tomé
de Tatô. A tartaruga de Pente (Eretmochelys Imbricata), vulgarmente conhecida
por Sada, e por fim a tartaruga de Couro (Demochelys Coriacea), em São Tomé chamada de
Ambulância.
«Foram registados neste período (
de setembro de 2017 a
julho de 2018) 3466 ocorrências de nidificação, dos quais 70%(cerca de 2435
ocorrências) pertencem a tartaruga Verde. A tartaruga Oliva registou 19 % de
ocorrências (cerca de 659). A tartaruga de Pente registou 7% de ocorrência em
termos de nidificação, (cerca de 248 vezes), e a tartaruga de Couro realizou
cerca de 124 ocorrências correspondendo a 4%», explica o programa Tatô.
Os colabores do Programa Tatô
operam dia e noite em 31 praias da ilha de São Tomé monitorizando o processo de
nidificação e desova das tartarugas. Boa parte das fêmeas que desovam nas
praias é marcada para permitir o acompanhamento das mesmas. No ano passado, o
programa marcou 636 fêmeas de tartarugas.
Os colabores vigiam o processo de
postura e desova, e registaram 1772 ninhos, dos quais 746 ninhos considerados
em risco foram transferidos 6 horas após a postura, para os centros de
incubação construídos nas praias. Por outro lado 1026 ninhos considerados
seguros foram deixados nos respectivos locais de desova.
Segundo o Programa Tatô os
centros de incubação desempenham papel importante no processo de protecção das
espécies de tartarugas. Tudo porque homens e animais vadios devoram os ninhos.
«Dos 1026 ninhos deixados no local e camuflados, 69 foram roubados pela
população local e 265 foram predados por animais domésticos
maioritariamente porcos e cães», explica o Programa Tatô.
A colecta de ovos de tartaruga
para alimentação é prática em
São Tomé e Príncipe. A carne da tartaruga também continua a
ser consumida, apesar da lei nacional de protecção das tartarugas proibir tais
práticas.
«Apesar da aprovação da lei nacional de protecção (decreto lei
nº8/2014) pelo Governo Nacional, e embora tenha havido uma redução da captura
de tartarugas marinhas, produtos derivados de tartarugas marinhas(carne, ovos e
carapaça) continuam a ser comercializados no mercado local», denuncia o
Programa Tatô.
No final da temporada de
nidificação e desova do ano 2018, sempre muito acompanhada pelos turistas, o
Programa Tatô, lançou ao mar 69.407 filhotes de tartarugas, que representam um
património nacional e mundial, a ser preservado.
A monitorização das praias de
nidificação e desova das tartarugas, continua em 2019. Os agentes envolvidos na
protecção das tartarugas esperam que os resultados de 2019, superem os dados de
Setembro de 2017 à Julho de 2018.
Abel Veiga | Téla
Nón
Fotografias de Carlos
Bernardo da Costa e de Ana Besugo (Programa Tatô)
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