A associação ambiental Biosfera 1
espera mobilizar mais de 20 voluntários para a época de desova de tartarugas em Santa Luzia , que
acontece entre meados de Junho e finais de Outubro, disse hoje a bióloga
marinha, Patrícia Rendall.
Para isso, conforme esta
responsável, anunciou à Inforpress, já estão abertas as candidaturas desde a
última segunda-feira, e que se prolongam até final de Maio, algo realizado
“mais cedo”, este ano, devido a várias solicitações de candidatos estrangeiros,
que pediram mais tempo para organizar as deslocações e agenda.
“Por cada época de campo,
contamos ter 20 voluntários no total, mas não excluímos ninguém, porque quanto
mais, melhor e ficam sempre como suplentes, visto que não se sabe o que pode
acontecer”, disse Patrícia Rendall, com referência, por exemplo, as “surpresas”
de campo como a que aconteceu no ano passado, em que registaram uma “actividade
extraordinária” de desova de cerca de cinco mil ninhos.
A acção da Biosfera 1 tem foco em
toda ilha deserta de Santa Luzia, mas com incidência nas praias dos Achados e
também a de Francisca, as com maior número de ninhos.
Neste sentido, segundo a bióloga
marinha, poderá se candidatar quem tiver “força de vontade” de acordar às
quatro da manhã, normalmente a hora que o turno diurno começa para a
prospecção, com contagem de rastos e marcação com GPS dos ninhos e ainda
salvamento de algumas tartarugas, que se perdem ou então que ficam presas.
À noite, uma outra equipa faz a
recolha dos dados biométricos e marcação das fêmeas adultas, nesta actividade
que tem como parceira a Universidade Queen Mary, da Inglaterra.
“Os nossos voluntários têm sido
mais nacionais, mas recebemos do estrangeiro, tanto de universidades, como de
jovens que podem estar desempregados e queiram dedicar um pouco do seu tempo à
conservação da natureza”, explicou, adiantando que as monitorizações começam a
15 de Junho e só terminam em Outubro, após a desova do último ninho.
Para esta efectivação, ajuntou,
tem tido as parcerias da Direcção Nacional do Ambiente, parceiro institucional,
da Sea Shepherd Global, que ajuda no transporte, e da Fundação MAVA, que
financiará toda a campanha.
Toda uma “nação” que auxilia na
preservação das espécies de tartarugas do arquipélago, que, conforme Patrícia
Rendall, têm como “principais ameaças” o comportamento humano, com a pesca
artesanal e industrial, e a apanha nas praias, que sem a presença de
voluntários poderia ser maior.
“Por isso, estamos completamente
abertos ao voluntariado e agradecíamos muito que as pessoas candidatassem”,
reforçou, adiantando que os candidatos não necessariamente têm que ser
biólogos, mas sim maiores de 18 anos e com “senso de responsabilidade”.
Inforpress | em A Nação
Sem comentários:
Enviar um comentário