Partido da líder francesa é a
mais nova adição ao grupo organizado pelo vice-pm italiano para ampliar
presença de populistas de direita no Parlamento Europeu. Aliança já conta com
partidos da Áustria e da Alemanha.
O partido populista de direita
Agrupamento Nacional da França resolveu aderir formalmente nesta sexta-feira
(19/04) a uma nova aliança pan-europeia de populistas de direita. A coligação, liderada pelo ministro do Interior da Itália e vice-primeiro-ministro,
Matteo Salvini, foi formada para unir e fortalecer os partidos populistas
de direita nas eleições para a formação do novo Parlamento Europeu, que
ocorrem no próximo mês.
"Sinceros agradecimentos à
líder do Agrupamento Nacional, Marine Le Pen, e aos nossos amigos históricos e
aliados por se juntarem ao manifesto de Milão "Rumo a uma Europa de bom
senso ", escreveu Salvini no Twitter.
Salvini, líder do partido
italiano Liga, havia anunciado o lançamento da facção europeia de extrema
direita no início deste mês em uma coletiva de imprensa. Na ocasião, ele chamou
a UE de "um pesadelo, não um sonho" e prometeu reformar o bloco.
O grupo, batizado como Aliança
Europeia de Pessoas e Nações (EAPN), já atraiu o apoio de outros partidos
populistas do bloco, entre eles: Alternativa para a Alemanha (AfD), Partido da
Liberdade da Áustria (FPÖ), Partido do Povo Dinamarquês, Partido dos
Verdadeiros Finlandeses e o Partido Conservador Popular da Estónia (EKRE).
A decisão de Le Pen
ocorre dias depois da nacionalista francesa ter renunciado a
um plano de promover a saída da França do bloco europeu (um "Frexit”)
e passar a abraçar a ideia de uma reforma do projeto europeu a partir do seu
interior. Seu anúncio ocorreu pouco antes de uma reunião de líderes de
extrema direita europeus em Praga na última quinta-feira.
Jörg Meuthen, um dos líderes da
AfD na Alemanha, já havia explicado o plano dos populistas no dia 8 de abril,
quando a sigla alemã aderiu à aliança. "Queremos reformar a União
Europeia (UE) e o Parlamento Europeu, sem destruí-los. Queremos trazer mudanças
radicais", disse Meuthen.
Marco Zanni, porta-voz de
assuntos estrangeiros da italiana Liga, por sua vez, disse que o plano
"é deixar de ter uma Europa centralizada e comum para todos,
mas devolver o poder aos parlamentos nacionais para criar uma cooperação
honesta entre Estados iguais e abandonar a perigosa utopia dos Estados unidos
da Europa".
Os partidos populistas europeus
de direita estão atualmente divididos em três grupos diferentes no Parlamento
Europeu. Com a união, eles têm chance de vir a ocupar 173 dos 751 assentos na
assembleia parlamentar da UE, ou 23% do total, o que faria das forças
eurocéticas o segundo maior bloco do Parlamento Europeu, de acordo com as
últimas pesquisas eleitorais.
Na sexta-feira, Salvini se
encontrou com o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), um dos filhos do
presidente brasileiro, em
Milão. Durante uma direta na internet ao lado de Eduardo,
Salvini afirmou que "a esquerda vai ficar apavorada” quando os resultados
da eleição europeia forem revelados.
JPS/dpa/ots | Deutsche Welle
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