Embaixada dos EUA em Pretória
pondera um pedido de revisão da decisão de extraditar Manuel Chang para
Moçambique. O ex-ministro moçambicano é acusado de crimes financeiros.
Os Estados Unidos da América
equacionam pedir a revisão da decisão do ministro da Justiça sul-africano
de extraditar
o ex-ministro das Finanças de Moçambique Manuel Chang para Maputo,
disse na quarta-feira (22.05) à agência de notícias Lusa o porta-voz da
embaixada norte-americana em Pretória.
"Estamos em discussões com o
Governo sul-africano e a explorar opções para solicitar uma revisão desta
decisão", disse, em declarações à Lusa, Robert Mearkle, porta-voz da
Embaixada dos Estados Unidos em Pretória.
Decisão foi "desilusão"
Robert Mearkle disse ainda que a
declaração emitida terça-feira pelo ministro da Justiça e Serviços Correcionais
da África do Sul, Michael Masutha, autorizando a extradição de Manuel Chang
para Moçambique, foi uma "desilusão", apesar de o pedido de extradição
norte-americano ter sido o primeiro a dar entrada na justiça sul-africana.
"O ministro [Michael
Masutha] decidiu extraditar o ex-ministro moçambicano da Finanças Manuel Chang
para Moçambique apesar de ter recebido o nosso pedido formal de extradição
primeiro do que o da República de Moçambique", salientou.
"Instamos o Governo da África
do Sul a enviar o Sr. Chang para os EUA para ser julgado por estes alegados
crimes, que vitimou cidadãos norte-americanos e roubou o Governo de Moçambique
em mais de 700 milhões de dólares", afirmou à Lusa Robert Mearkle.
Acusação
Manuel Chang, 63 anos, antigo
governante moçambicano e atual deputado da Frente de Libertação de Moçambique
(FRELIMO), partido no poder em Moçambique desde 1975, encontra-se detido desde
dezembro na África do Sul, a pedido dos EUA, por fraude e lavagem de dinheiro.
Em causa estão os empréstimos no
valor de 2,2 mil milhões de dólares (1,97 mil milhões de euros) para criar as
empresas públicas moçambicanas EMATUM, Proindicus e MAM pelas subsidiárias
londrinas dos bancos Credit Suisse e do russo VTB.
Os indícios de suborno, lavagem
de dinheiro e fraude levaram a Justiça norte-americana a processar vários
intervenientes, nomeadamente o mediador da Privinvest Jean
Boustani, os antigos banqueiros do Credit Suisse Detelina
Subeva, Andrew Pearse e e o antigo ministro das Finanças Manuel Chang.
Agência Lusa | Deutsche Welle
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