domingo, 26 de maio de 2019

Eleições europeias em Portugal podem rondar os 70% de abstenção


As eleições europeias estão a decorrer desde as 8 horas, seis horas volvidas o sinal de aumento da abstenção à presença no ato de votar è sensivelmente superior aos números das eleições anteriores.

A tendência dos eleitores portugueses continua a ser a mesma em eleições europeias, participarem cada vez em menor número. Às 12 horas de hoje, quatro horas depois das secções de voto abrirem, somente 11,56% dos eleitores portugueses tinha votado. Nas eleições anteriores, no mesmo período, foram votar 12,14%. Um pouco mais.

É muito provável, seguindo o raciocino das tendências, que até ao final do dia a abstenção se mantenha em números muito menores que nas eleições anteriores e até nem chegue aos 30% de votantes.

Perante este quadro, os políticos insistem em apelar ao voto. Marcelo Rebelo de Sousa também o fez, tendo manifestado a sua preocupação e afirmando que com tantos abstencionistas esses mesmos perdem o direito de criticar os políticos…


Marcelo, porque não te calas?

O que se deve perguntar a Marcelo, assim como aos que afirmam tal bacorada, é se os que se abstêm deixam de pagar impostos e outras alcavalas para o OGE. Porque a resposta é não, é fácil de concluir que a legitimidade de criticar os políticos, ou alguns políticos, se mantém. Votem ou não votem, são os portugueses que suportam financeiramente e noutros itens (todos eles) os vencimentos, alcavalas, disparates, negociatas e golpadas dos políticos, pelo que são livres de criticar o que desaprovam.

Até porque já se percebeu há muito que os poderosos do costume não largam os tachos e pulam de uns para outros como muito bem aprovam, alimentando ainda para mais a promiscuidade entre os cargos de governação e administração do público com grandes cargos nas empresas privadas, vindo-se a concluir em casos que são divulgados muitos anos depois (além dos que estão no limbo) que houve cambalachos, que foram praticadas tramas para prejudicar o erário público, o dinheiro público, os bens públicos, a favor de corporações e outros de raiz privada. Tudo ao estilo de uma poderosa máfia que se constitui por obra e estados de graça de políticos.

São imensos milhares de milhões de euros que “voam” dos cofres do Estado para grandes empresas, familiares e amigos… Ou simplesmente capangas de um tal Bloco Central (p.ex.) que jamais esqueceremos porque ele está vivo, principalmente no aspeto de sugar aos portugueses quase até ao último níquel que possuam.

Em outros países da UE e na "colmeia" da UE os exemplos também não são nada dignificantes. Os europeus sabem que o que é primordial para alguns dos seus países e também para Portugal é o aparecimento efetivo de políticos honestos, de partidos honestos, de Parlamentos honestos, de governos honestos que praticam a transparência em tudo para beneficio de todos. Não estamos propriamente a viver em democracia. Cada vez mais estamos longe disso, por toda a Europa e em Portugal.

E então, quando não se vota perdemos o direito ou a moral de criticar fulanos eleitos que são incompetentes, vigaristas, mentirosos, corruptos ou ladrões?

Claro que não. Isso é que era bom.

O presidente Marcelo, com estas declarações tão primárias e tão estapafúrdias poderá influenciar uns quantos, nunca todos os portugueses. Aliás, nunca a maioria dos que não votam. Porque se não votam eles sabem muito bem porquê. É porque talvez a maioria dos políticos não mereça, porque não são de confiança, porque fazem o que querem e muito bem entendem ou lhes ordenam, tantas vezes em prejuízo dos cidadãos portugueses e/ou europeus.

Recorremos à TSF para completar o informativo relacionado com este dia eleitoral-abstencionista para as europeias. A seguir.

MM | PG

Até à hora de almoço, abstenção é de quase 90%


Até às 12h00 a afluência às urnas era de 11,56%, segundo dados da Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna.

A percentagem é inferior à das últimas eleições para o Parlamento Europeu, realizadas em 2014, em que, à mesma hora, a participação era de 12,14%.

Rita Carvalho Pereira | TSF | Foto: António Cotrim/Lusa

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