As duas centrais sindicais da
Guiné-Bissau exigiram esta quarta-feira (01.05) ao Governo o aumento do salário
mínimo da função pública para 153 euros, ou vão iniciar uma onda de greves a
partir da próxima semana.
Em discursos para assinalar o Dia
Internacional do Trabalhador, perante cerca de 300 servidores públicos, em
Bissau, os líderes da União Nacional dos Trabalhadores da Guiné (UNTG), Júlio
Mendonça, e Malam Ly, da Confederação Geral dos Sindicatos Independentes (CGSI)
avisaram o Governo que "ou há aumento do salário mínimo ou há
greves".
As duas centrais sindicais
prometem paralisar a função pública entre nos dias 7, 8 e 9 deste mês e
sucessivamente, "semana sim, semana não", se não houver um aumento
salarial e cumprimento de outras exigências dos trabalhadores.
Júlio Mendonça, da UNTG, defendeu
"ser muito pouco" o aumento do salário mínimo nacional, assumido pelo
Governo em agosto passado, quando subiu de 46 para 75 euros mensais, tendo em
conta os aumentos das taxas decretadas pelo executivo e o custo de vida.
"Riquezas mal
distribuídas"
O sindicalista defendeu ser
possível ao Governo guineense pagar "um bom salário a todos os
funcionários públicos" com as riquezas que disse existirem no país e que
são mal distribuídas. E citou o exemplo do Presidente da Guiné-Bissau, que
disse receber "mais ou menos o mesmo rendimento" que o homólogo
norte-americano.
líder da UNTG notou que,
entre os 37 pontos do caderno reivindicativo entregue ao Governo desde janeiro,
constam dois temas que são inegociáveis, nomeadamente o aumento do salário
mínimo nacional e a subida da pensão de sobrevivência dos funcionários reformados
do Estado.
O dirigente sindical frisou que
50% daqueles pontos do caderno reivindicativo dizem respeito aos diplomas
legais, pelo que são de aplicação imediata, sob pena de as centrais sindicais
avançarem com as greves.
Salários em atraso
Por seu turno, Malam Ly, da CGSI,
defendeu que a greve geral na função pública também está relacionada com os
quatro meses de salários em atraso no setor público da comunicação social,
incumprimento de acordos assinados entre Governo e professores, ameaças de
privatização dos Portos da Guiné e falta de condições de trabalho para os
técnicos da meteorologia, aeroporto, entre outros serviços estatais.
Os dois líderes sindicais
consideraram que se a Justiça guineense atuasse "de forma séria, perante
os governantes corruptos" o Estado estaria em condições normais de pagar
"bons salários e dar melhores condições" laborais aos funcionários
públicos.
Agência Lusa, tms | Deutsche
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