Crise de gás de cozinha
continua... num país que explora gás natural há décadas
Os cidadãos do país que explora
gás natural há quase duas décadas e está prestes a torna-se num dos principais
produtores de gás natural voltaram, esta semana, a enfrentar filas e pagar
preços exorbitantes para adquirirem gás de cozinha. A verdade é que o gás extraído em Inhambane não pode ser usado
para encher botijas e o projecto de canalizar o gás não tem
viabilidade.
Pela segunda semana consecutiva
há falta de gás para cozinha em Moçambique, na Cidade e Província de Maputo os
cidadãos fazem longas filas esperando conseguir as poucas botijas disponíveis
nos locais de venda oficiais enquanto outros, mais abastados, pagam mais 20 a 50 por cento o preço
oficial para obter o combustível indispensável para a confecção de alimentos.
Cozinhar usando energia eléctrica é quase um luxo para os moçambicanos.
As razões da escassez não são
públicas, a Importadora Moçambicana de Petróleos (IMOPETRO) garante existir gás
de cozinha, ou melhor LPG/GPL (Liquefied Petroleum Gas ou GPL Gás liquefeito de
Petróleo) nos terminais de Maputo e Beira e aponta responsabilidades aos
distribuidores que oficialmente não se pronunciam.
O Paradoxo é que Moçambique é
produtor e exportador de gás natural há cerca de duas décadas, porém o
hidrocarboneto extraído pela petrolífera Sasol não é adequado para ser
transformado em LPG/GPL, vulgarmente conhecido por gás de cozinha.
O director da IMOPETRO, João Macandja,
explicou ao @Verdade que o LPG/GPL usado em Moçambique é derivado de petróleo e
uma mistura de probano e butano, enquanto o hidrocarboneto extraído em
Inhambane, e o que será extraído em Cabo Delgado, é LNG (Liquefied Natural
Gas).
“O gás de cozinha vem de diversas
fontes, recebemos da Nigéria, já recebemos do Chile” declarou ao @Verdade o
director da IMOPETRO.
Embora existam cerca de 2 mil
famílias que tenham gás de Inhambane canalizado nas suas residências trata-se
de umprojecto que não tem viabilidade para massificação, nem
mesmo para um mercado como o de Maputo, admitiu recentemente a Empresa Nacional
de Hidrocarbonetos.
Adérito
Caldeira | @Verdade
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