quinta-feira, 30 de maio de 2019

Moçambicanos sem gás para cozinhar, mas exploram gás natural no país


Crise de gás de cozinha continua... num país que explora gás natural há décadas

Os cidadãos do país que explora gás natural há quase duas décadas e está prestes a torna-se num dos principais produtores de gás natural voltaram, esta semana, a enfrentar filas e pagar preços exorbitantes para adquirirem gás de cozinha. A verdade é que o gás extraído em Inhambane não pode ser usado para encher botijas e o projecto de canalizar o gás não tem viabilidade.

Pela segunda semana consecutiva há falta de gás para cozinha em Moçambique, na Cidade e Província de Maputo os cidadãos fazem longas filas esperando conseguir as poucas botijas disponíveis nos locais de venda oficiais enquanto outros, mais abastados, pagam mais 20 a 50 por cento o preço oficial para obter o combustível indispensável para a confecção de alimentos. Cozinhar usando energia eléctrica é quase um luxo para os moçambicanos.



As razões da escassez não são públicas, a Importadora Moçambicana de Petróleos (IMOPETRO) garante existir gás de cozinha, ou melhor LPG/GPL (Liquefied Petroleum Gas ou GPL Gás liquefeito de Petróleo) nos terminais de Maputo e Beira e aponta responsabilidades aos distribuidores que oficialmente não se pronunciam.

O Paradoxo é que Moçambique é produtor e exportador de gás natural há cerca de duas décadas, porém o hidrocarboneto extraído pela petrolífera Sasol não é adequado para ser transformado em LPG/GPL, vulgarmente conhecido por gás de cozinha.

O director da IMOPETRO, João Macandja, explicou ao @Verdade que o LPG/GPL usado em Moçambique é derivado de petróleo e uma mistura de probano e butano, enquanto o hidrocarboneto extraído em Inhambane, e o que será extraído em Cabo Delgado, é LNG (Liquefied Natural Gas).

“O gás de cozinha vem de diversas fontes, recebemos da Nigéria, já recebemos do Chile” declarou ao @Verdade o director da IMOPETRO.

Embora existam cerca de 2 mil famílias que tenham gás de Inhambane canalizado nas suas residências trata-se de umprojecto que não tem viabilidade para massificação, nem mesmo para um mercado como o de Maputo, admitiu recentemente a Empresa Nacional de Hidrocarbonetos.

Adérito Caldeira | @Verdade

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