O secretário-geral da União
Nacional dos Trabalhadores da Guiné-Bissau (UNTG), Júlio Mendonça, pediu hoje
aos trabalhadores do país para se mobilizarem para garantirem os seus direitos,
porque os políticos não merecem a confiança do povo.
"Na Guiné-Bissau, os nossos
políticos não lutam para defender os interesses do povo, mas sim o interesse da
classe política apenas e já demonstraram isso e não merecem a nossa
confiança", afirmou Júlio Mendonça aos jornalistas, à margem de um
protesto de trabalhadores realizado pelas duas centrais sindicais do país, em
Bissau, e que juntou cerca de cinco centenas de pessoas.
Nas declarações aos jornalistas,
o secretário-geral salientou que o protesto não serve só para reivindicar
melhores condições de trabalho para o setor público, mas também para o setor
privado.
"Porque existe exploração
sistemática no setor privado, há violações graves dos direitos dos
trabalhadores no setor privado, principalmente nas multinacionais de
telecomunicações, por isso o nosso apelo é para que ganhem consciência, porque
só reivindicando é que vão conquistar os seus direitos", afirmou Júlio
Mendonça.
O sindicalista disse também aos
trabalhadores públicos, que se encontram em greve, que têm de acreditar na
dinâmica e coerência, porque o que os políticos estão a fazer é
"conquistar mais dignidades para eles e não para os trabalhadores".
Questionado sobre a pouca adesão
ao protesto, Júlio Mendonça disse compreender a ausência de trabalhadores, mas
salientou que o protesto "correspondeu às expetativas".
O secretário-geral da
Confederação dos Sindicatos Independentes da Guiné-Bissau, Malam Ly Balde, a
outra central sindical que participou no protesto, disse que as greves semanais
vão prosseguir e que vai ser agendada uma marcha para a próxima semana.
Malam Ly Balde admitiu também a
possibilidade de ser feita uma greve com a duração de 15 dias.
As duas centrais sindicais
realizam desde há três semanas períodos de greve que decorrem sempre entre
terça e quinta-feira para reivindicar a aplicação de um conjunto de diplomas
sobre estatuto de carreiras de vários funcionários públicos, a conclusão do
processo de aprovação do novo código de Trabalho, bem como um aumento do
salário mínimo para 150 euros mensais.
Lusa | Notícias ao Minuto
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