PAICV “preocupado” com
acontecimento de factos que “perturbam estabilidade e segurança” do país
Quanto aos dados da Polícia
Nacional que apontam para a redução da criminalidade, Rui Semedo argumenta que
“algo não bate certo”
O líder da bancada parlamentar do
Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV-oposição) disse hoje que
o seu partido está “preocupado” com acontecimento de factos, nomeadamente
desaparecimento de pessoas, que “perturbam estabilidade e segurança” do país.
Rui Semedo falava aos jornalistas
na Cidade da Praia para fazer o balanço das jornadas parlamentares do PAICV,
visando a preparação da primeira sessão plenária de Junho, que arranca na
quarta-feira, tendo como pano de fundo o debate com o ministro da Administração
Interna, Paulo Rocha, sobre a questão da segurança.
“Cabo Verde, enquanto país,
sempre apostou na estabilidade, na paz, na segurança e, para um país que também
tem apostado no desenvolvimento do sector turístico, para além de se garantir a
segurança necessária, enquanto direito do cidadão, devemos também garantir que
o país viva uma situação de estabilidade, de segurança, para continuar a
apostar e desenvolver o sector do turismo”, defendeu o deputado.
Neste momento, disse Rui Semedo,
o PAICV “tem grandes preocupações” com a questão de segurança porque, segundo
ele, “tem acontecido factos que perturbam a estabilidade e a segurança”,
designadamente a questão da criminalidade.
“Nós verificamos que tem tido
desaparecimento de pessoas, assassinato de pessoas. Os homicídios são, nos
últimos tempos, frequentes”, acrescentou Rui Semedo, para quem se está a entrar
numa “situação que é extremamente complicada” em que as pessoas estão a
normalizar determinadas situações de insegurança.
O líder da bancada parlamentar do
PAICV falou em pequenos assaltos, os chamados “caçu-bodi” que, segundo disse,
as pessoas “já não se preocupam com esses factos porque estão a interiorizar
isso como elementos da nossa cultura.
Quanto aos dados da Polícia
Nacional que apontam para a redução da criminalidade, Rui Semedo argumenta que
“algo não bate certo”.
“A Procuradoria-Geral da
República apresenta dados em que há uma grande procura das instituições e a
Polícia diz que diminui. Há dados contraditórios neste aspecto”, prosseguiu
aquele porta-voz, justificando que “poderá estar a haver algum problema com relação
à metodologia aplicada na captação dos dados”.
Rui Semedo disse que a
metodologia foi alterada nos últimos anos e que alguns dados, por exemplo,
dentro da criminalidade, a questão de desaparecimento de pessoas, não aparecem
nas estatísticas.
“Mas quem de bom senso é capaz de
dizer que não há desaparecimento de pessoas?”, questionou.
Nesta primeira sessão de Junho,
além de debater com o ministro sobre situação da segurança, os deputas vão
ainda se debruçar sobre algumas propostas legislativas, nomeadamente a proposta
de lei que define a pensão financeira mensal a atribuir às vítimas de tortura e
maus tratos ocorridos em São Vicente e Santo Antão, durante o período de
partido único, e um conjunto de outras propostas de lei para discussão na
especialidade e votação global.
A Nação | Inforpress
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