Cerimónia de posse teve lugar
este sábado (22.06), depois de Aristides Gomes ter sido nomeado
primeiro-ministro da Guiné-Bissau pelo Presidente José Mário Vaz.
O primeiro-ministro da
Guiné-Bissau, Aristides Gomes, garantiu que encara a nova função como uma
missão do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) e
que vai cumprir o programa de governação do partido.
"Encaro esta função como uma
missão do PAIGC. Na outra função que tinha era primeiro-ministro de consenso,
de vários partidos e da comunidade internacional, mas não deixei de ser
militante do PAIGC", afirmou Aristides Gomes.
Aristides Gomes falava na sede do
partido, depois de ter tomado posse como primeiro-ministro numa curta cerimónia
na Presidência guineense, onde não prestou declarações aos jornalistas.
Do Palácio da Presidência,
Aristides Gomes seguiu a pé para a sede do partido, situado ao lado do edifício
da Presidência, para se dirigir aos militantes do PAIGC, que aguardavam e
aplaudiam.
"Sabem os ataques que sofri,
mas o importante era cumprir a minha missão, que era organizar eleições
(legislativas) para desbloquear a crise na Guiné-Bissau", disse Aristides
Gomes, garantindo aos militantes do partido que vai cumprir o programa do
PAIGC.
Gomes aprovado após rejeição de
Simões Pereira
O Presidente da Guiné-Bissau,
José Mário Vaz, nomeou Aristides Gomes primeiro-ministro do país,
depois daquele ter sido indicado pelo PAIGC. Aristides Gomes, sociólogo formado
em França e do comité central do PAIGC, permanece no cargo que assumiu em abril
de 2018. O seu nome foi indicado na sexta-feira pelo PAIGC, depois de o
Presidente guineense, José Mário Vaz, recusar
nomear para o cargo o presidente do partido, Domingos Simões Pereira.
O PAIGC venceu as eleições
legislativas de 10 de março na Guiné-Bissau, mas sem maioria, conseguido apenas
obter 47 dos 102 deputados do Parlamento. O partido fez um acordo de
incidência parlamentar e governativa com mais três partidos, conseguindo 54
deputados.
A CEDEAO deu um prazo até domingo
para serem nomeados o primeiro-ministro e o Governo de acordo com o partido
maioritário no Parlamento.
Nomeação "em nome da
paz"
Numa mensagem publicada nas redes
sociais, o Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde
(PAIGC) refere que indiciou o nome de Aristides Gomes para o cargo de
primeiro-ministro da Guiné-Bissau em "nome da paz" e da estabilidade
do país.
"Cientes de que o regime
JOMAV (nome pelo qual é conhecido o Presidente guineense, José Mário Vaz) é
insensível ao sofrimento do nosso povo, manteremos a nossa luta no campo
democrático para que possamos tirar pela via das urnas os inimigos do nosso
povo dos cargos que jamais souberam honrar", acrescenta na mensagem o
partido guineense.
O PAIGC venceu as eleições
legislativas de 10 de março e tinha indicado o nome do seu líder, Domingos
Simões Pereira, para o cargo de primeiro-ministro, mas o Presidente guineense
recusou.
"Persistem divergências que
estiveram na origem da crise que o país viveu recentemente e acrescido de
apelos à sublevação militar, à falta ao dever de respeito institucional,
consubstanciados em insultos, impropérios e inverdades dirigidas à pessoa com
quem o referido candidato pretende trabalhar no mais alto quadro institucional
da República", pode ler-se numa carta enviada pelo Presidente guineense ao
partido.
O PAIGC tinha inicialmente
anunciado que iria voltar a apresentar o nome de Domingos Simões Pereira, mas
depois de uma série de encontros internos o partido terá decidido avançar com o
nome de Aristides Gomes, mas não o anunciou publicamente.
Agência Lusa, mjp | Deutsche
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