Arranjo entre o Partido Democrata
e o Movimento Cinco Estrelas prevê a continuidade de Giuseppe Conte como primeiro-ministro. Anúncio representa derrota para o direitista Matteo Salvini, que vinha
tentando forçar novas eleições.
Um acordo político foi firmado na
Itália nesta quarta-feira (28/08) entre o Partido Democrata (PD), de
centro-esquerda, e o populista Movimento Cinco Estrelas (M5S) para
formar uma nova coligação de governo com o atual primeiro-ministro, Giuseppe
Conte, na liderança.
A manutenção de Conte na chefia
de governo foi uma das condições impostas ao PD pelo líder do M5S, Luigi Di
Maio, um dos vice-pm do país. O M5S é a principal força do Parlamento
italiano, enquanto o PD conta com a terceira maior bancada. Juntos, os dois
partidos terão 317 deputados de um total de 630.
Inicialmente, as conversas entre
as siglas quase naufragaram por causa da relutância do Partido Democrata em
aceitar a continuidade de Conte no cargo.
"Metade da Itália pediu-me
que faça este governo com Conte como primeiro-ministro. Escutei todo
mundo e percebi que devia me render", afirmou Nicola Zingaretti,
líder do PD.
Já Di Maio, ao anunciar o
acordo, fez críticas ao ministro do Interior, Matteo Salvini,
que também atua como vice-pm. Há três semanas, Salvini
anunciou divisão na coligação de governo entre seu partido, a direitista
Liga, e o M5S, a fim de forçar a convocação de novas eleições. O abandono
levou Conte a renunciar
ao cargo, parecendo sinalizar que novas eleições eram
iminentes.
O anúncio desta quarta-feira já
está sendo encarado como uma derrota para Salvini. Caso nenhuma nova coligação
fosse formada, ele tinha esperança de aumentar a bancada da Liga em um novo
pleito e conquistar a chefia de governo, deixando o papel coadjuvante que
detinha na coligação com o M5S.
Há três semanas, pesquisas
apontavam que a Liga poderia conquistar até 38% dos votos em uma eleição
parlamentar antecipada, graças à popularidade que Salvini conquistou à frente
do Ministério do Interior com sua campanha severa contra a entrada de
imigrantes ilegais no país.
A formação do novo governo ainda
liderado por Conte aconteceu quase no fim de um prazo-limite estabelecido pelo
presidente da Itália, Sergio Mattarella.
Inicialmente, ele havia
estabelecido que os partidos interessados em formar uma coligação deveriam
apresentar um acordo até terça-feira, mas, a pedido do M5S, concordou em
prorrogar o prazo por 24 horas.
A ideia na nova coligação com a
participação do PD foi apresentada pelo ex-primeiro-ministro Matteo Renzi
(2013-2016), que apelou para uma compatibilização dos programas dos dois
partidos, sobretudo na área económica e social. Agora, as duas legendas devem
discutir a divisão de ministérios.
Deutsche Welle
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