O Sindicato Nacional dos
Motoristas de Matérias Perigosas anunciou esta madrugada a desconvocação da
greve ao trabalho extraordinário, fins de semana e feriados. Governo considera
a paz social uma vitória.
O ministro das Infraestruturas
disse hoje que "o tempo da greve terminou e começou o tempo do
diálogo", na sequência da desconvocação da paralisação do Sindicato
Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP).
"O país está cansado destas
greves, não temos dúvidas de que os motoristas também, as empresas também.
Foram quatro pré-avisos de greve em pouco mais de quatro meses", afirmou
Pedro Nuno Santos, após uma reunião com o SNMMP e a Associação Nacional de
Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (Antram), no Ministério das
Infraestruturas e da Habitação.
O SNMMP anunciou hoje a
desconvocação da greve ao trabalho extraordinário, fins de semana e feriados
que se deveria prolongar até dia 22 de setembro. O presidente do sindicato,
Francisco São Bento, revelou existir um "acordo de princípio" com a
Antram que permitiu a desconvocação da greve, cujo início esteve previsto para
as 00:00 de hoje.
Também o advogado da Associação
Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (Antram) João
Salvador confirmou haver "um princípio de acordo".
O ministro declarou que este foi
"o culminar de um trabalho com muitos meses", depois de um acordo
entre a Antram e a Fectrans - Federação dos Sindicatos dos Transportes e
Comunicações, e de um acordo entre a Antram e o Sindicato Independente de
Motoristas de Mercadorias (SIMM).
"Nunca desistimos de
promover a via do diálogo como uma via de resolução do conflito", referiu
o governante, destacando que "estão criadas todas as condições para que o
SNMMP e a Antram possam trabalhar em conjunto" e em diálogo, que "é a
via correta para se resolver estes conflitos".
Para Pedro Nuno Santos, "os
motoristas hoje têm a possibilidade de, pela via do diálogo, tentarem melhorar
a sua condição e as empresas, no quadro daquilo que também é esta negociação,
preservarem a sua competitividade".
Segundo o ministro, o texto
assinado hoje é semelhante ao que a Antram assinou com Fectrans e SIMM, pelo
que há todas as condições para resolver o problema. "O país está cansado
destas greves, não temos dúvidas de que os motoristas também, as empresas
também", declarou.
Pedro Nuno Santos desejou ainda
que as partes consigam alcançar uma "solução satisfatória", mas
"há muito trabalho ainda para fazer entre os motoristas e as
empresas", mas conseguir-se "paz social num setor tão importante quanto
este é uma vitória, desde logo das partes desse setor, mas como tem um impacto
tão grande" na vida dos portugueses "é uma vitória para todos.
Os motoristas de matérias
perigosas tinham previsto iniciar hoje às 00:00 uma nova greve, desta vez ao
trabalho extraordinário, fins de semana e feriados.
A decisão de fazer uma nova greve
surgia em resposta "à intransigência da Antram em não aceitar" os
"princípios básicos e legais" que os motoristas consideravam
essenciais "como ponto de partida para a mediação negocial", explicou
o sindicato.
TSF | Lusa
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