terça-feira, 3 de setembro de 2019

Portugal | Guterres acumula subvenção vitalícia com ONU


Associação Transparência e Integridade defende que secretário-geral das Nações Unidas não devia, enquanto está nesse cargo, receber mais de 4 mil por mês de subvenção vitalícia por ter sido político em Portugal.

António Guterres acumula a subvenção mensal vitalícia por ter ocupado cargos políticos em Portugal com o cargo de secretário-geral das Nações Unidas.

A lista agora divulgada de 318 titulares deste benefício revela que o antigo primeiro-ministro pediu esta subvenção em 2002 e que esta, no valor de 4.138 euros por mês, continua "ativa".

João Paulo Batalha, presidente da Associação Transparência e Integridade, detetou a situação que diz ser duvidosa do ponto de vista ético pois a lei prevê que os ex-políticos não podem acumular a subvenção vitalícia com "o exercício de quaisquer funções políticas ou públicas remuneradas".

A legislação detalha uma série de cargos em Portugal, nomeadamente no Governo, autarquias, empresas públicas ou no Parlamento Europeu, mas não fala, de facto, admite João Paulo Batalha, de cargos na ONU, apesar da acumulação, segundo defende, contrariar o "espírito da lei".

A Associação Transparência e Integridade argumenta que estamos perante um subsídio atribuído pelo Estado português e não perante uma pensão pelo que não faz sentido António Guterres continuar a receber a pensão mensal vitalícia.

Políticos condenados são falha na lei

A Associação Transparência e Integridade defende ainda uma revisão da lei para que as subvenções mensais vitalícias sejam barradas aos ex-políticos que foram condenados em tribunal.

A lista publicada esta segunda-feira revela que Duarte Lima e Armando Vara continuam a receber este apoio extra do Estado (respetivamente, 2.281 euros e 2.014 euros por mês).

João Paulo Batalha diz que a situação é legal mas não faz sentido pois esta subvenção serve para recompensar ex-titulares de cargos públicos pelos serviços prestados ao país.

A Associação Transparência e Integridade diz que é o "mínimo" pedir a revisão da lei para que políticos condenados percam a subvenção vitalícia a que têm direito, recordando que estes apoios não são pensões nem resultaram de contribuições dos políticos: "são um benefício que deve ser retirado a quem lesou o Estado".

Nuno Guedes | TSF

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