Governo diz que verdadeiro
objetivo dessas patrulhas é intimidar estrangeiros e oponentes políticos.
Autoridades afirmam que tais grupos existem em quase todos os estados do país.
O governo da Alemanha considera
as autodenominadas "milícias de cidadãos" como grupos com
"potencial para terrorismo de extrema direita".
A afirmação do Ministério do
Interior alemão, publicada nesta segunda-feira (04/11) pelo jornal Neue
Osnabrücker Zeitung, faz parte de uma resposta a um questionamento da
bancada parlamentar do partido A Esquerda.
O ministério avalia haver
"evidências reais de influência ou domínio da extrema direita" em
todos os grupos deste tipo conhecidos no país. O órgão alerta ser ténue a
linha separando essas iniciativas do perigo representado por medidas autónomas
de segurança "alheias ao monopólio estatal do uso da força ou mesmo
por atos de violência".
Segundo o governo alemão, tal
fenómeno foi tematizado oito vezes nos últimos dois anos em reuniões das
autoridades do país envolvidas com prevenção ao terrorismo.
Tais grupos tentam justificar sua
existência, de acordo com o Ministério do Interior alemão, alegando que as
forças de segurança estatais não podem garantir segurança pública. .
Entretanto, o governo alemão avalia que o verdadeiro objetivo dessas
"patrulhas de extrema direita" é "intimidar estrangeiros e
oponentes políticos".
O ministério não forneceu
informações sobre quantas pessoas estão envolvidas nesses grupos. Mas de acordo
com estimativas governamentais, tais formações, autodenominadas
"patrulhas", estão presentes em quase todos os estados do país.
No começo deste ano, o extremista
de direita Partido Nacional Democrático (NPD) afirmou estar promovendo
patrulhamento na cidade bávara de Amberg depois que requerentes de refúgio
assaltaram diversas pessoas na localidade. Autoridades locais desmentiram a
informação, afirmando não haver tais grupos na cidade e que aqueles que
formarem tais patrulhas poderão ser processados.
Autoridades alemãs vêm
repetidamente alertando para o crescente
risco de ataques de extremistas de direita. O conselho municipal
de Dresden, no leste da Alemanha, aprovou semana passada uma resolução
declarando situação de "emergência
nazista", apontando crescimento de ações antidemocráticas e de extrema
direita. A iniciativa visa chamar atenção para o tema e aumentar a pressão
sobre políticos e sociedade civil para a promoção de mais
medidas contra o extremismo de direita.
A violência de extrema direita
voltou à tona após um ataque que ocorreu em Halle em outubro, que deixou dois
mortos. O agressor, identificado como Stephen B., de 27 anos, confessou o
crime e admitiu
ter motivações antissemitas e de extrema direita. Na transmissão
ao vivo, ele "se desculpou" repetidas vezes pelo fracasso em matar
mais pessoas.
Deutsche Welle | MD/epd/dpa
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