Para aqueles que sabem e sentem,
que só há uma alternativa para Angola: seguir o rumo do pensamento estratégico
de Agostinho Neto e seu enorme legado de lógica com sentido de vida!
Martinho Júnior, Luanda
01- O QUE A GLOBALIZAÇÃO DE FACTO
TECE:
INDEPENDÊNCIA?...
... QUE INDEPENDÊNCIA?...
... SEM ILUSÕES, NEM ALIENAÇÕES E
COM A DIGNIDADE QUE ALIMENTA A CONSCIÊNCIA DA HISTÓRIA!
A DRAMÁTICA VERDADE SOBRE A
"INDEPENDÊNCIA" É A DE QUE ELA CONSTITUI HOJE, NOS TERMOS DESTA
INQUINADA GLOBALIZAÇÃO, UMA ALIENAÇÃO PRÓPRIA PARA CONTINUAR A ILUDIR OS
CONDENADOS DA TERRA!
ÁFRICA E ANGOLA, ESTANDO AO NÍVEL
DUMA ULTRA PERIFERIA ECONÓMICA EM FUNÇÃO DA CORRENTE GLOBALIZAÇÃO DO DOMÍNIO DE
1% SOBRE O RESTO DA HUMANIDADE, ESTÁ CONDENADA A CONTINUAR A SER UM CORPO
INERTE ONDE CADA ABUTRE VEM DEPENICAR O SEU PEDAÇO!
02- MEMÓRIA DE ELEFANTE:
CONSIDERAÇÕES SOBRE A DECISIVA
BATALHA DE QUIFANGONDO QUE URGE EVIDENCIAR!
A) Do meu camarada de trincheira
e de luta, Luis Rosa Lopes:
A Batalha de Kifangondo foi, sem
dúvida, um factor decisivo para a conquista da Independência proclamada há 44
anos pelo Presidente Agostinho Neto. Contudo, há dois pontos de reflexão que
devem merecer a atenção dos historiadores e que quase nunca são referenciados
ou até esquecidos ( propositadamente?) :
1- Operação realizada por alguns
elementos das forças de Segurança das FAPLA do MPLA (que originou a criação
posterior da DISA como órgão de soberania logo após a Declaração da
Independência), no Porto de Luanda, Maio ou a Junho de 1975, se não estou em
erro, na qual foram capturados diversos meios rolantes e muito ARMAMENTO,
oferecidos à FNLA por um país europeu.
Estes meios e equipamentos
encontravam-se num navio a aguardar ordem para desembarcar todo aquele material
na área do Nzeto e entregá-lo às forças comandadas por Santos e Castro, coronel
português que chefiava as forças do ELP (Exército de Libertação de Portugal),
integrads no ELNA (Exército de Libertação Nacional de Angola) que enquadrava
mercenários ex-militares portugueses, organização essa que estava
operacionalmente ligada à FNLA.
Imediatamente após a recepção
desse importante equipamento militar, as forças do ELP deveriam integrar a
coluna de tropas do ELNA (braço armado da FNLA), tropas Zairenses, Mercenários
de várias origens, etc. e dirigirem-se de imediato em direcção Luanda, onde
deveriam chegar muito antes do 11/11/75.
Recorde-se que as forças das
FAPLA estacionadas na capital lutavam com uma gritante falta de armamento para
defesa da mesma.
Com o êxito dessa operação talvez
se tenha concretizado porventura a mais importante acção estratégica na mudança
do rumo da guerra pela independência.
A pouca referência que se tem
feito à mesma acção, remete para o lixo frases de certos políticos
eventualmente admirados internacionalmente como a famosa "Nunca tantos
deveram tanto a tão poucos".
2- A PROPÓSITO DE QUIFANGONDO.
A) A contenção das forças que
pretendiam tomar Luanda (atrás referenciadas) na faixa Úcua/Piri/Quibaxe.
As FAPLA eram chefiadas na nossa
contraofensiva pelo Cte. Margoso nos dias 7,8 e 9 de Novembro de 1975 e o
principal objectivo foi proteger o flanco das nossas forças pois, se assim não
acontecesse, estaria o caminho aberto para Luanda via Pango Aluquem/Maria
Teresa/Catete, dada a concentração das nossas parcas forças (relativamente às
do inimigo) na área de Kifangondo.
Essa acção militar foi também,
sem dúvida, parte importante daquilo a que se chama hoje a Batalha de
Kifangondo, da qual, quase uniformemente, se faz apenas referência aos combates
em Kifangondo / Panguila.
Eis algumas pequenas
considerações que deixo para aqueles que estão interessados na verdade
histórica.
LRL®
B) Meu acrescendo:
... e há mais: os cubanos só
estavam concentrados em Quifangondo, no Ebo e em Cabinda...
Quer nas operações clandestinas
em Luanda (que eram mesmo muitas, levadas a cabo pela Segurança do Estado Maior
das FAPLA), quer na asa leste da batalha de Quifangondo, só haviam angolanos e
portugueses progressistas!...
03- LUTA CONTRA A CORRUPÇÃO...
A luta contra a corrupção foi
perdida em Março de 1976 e só retoma em 2017, com a ascensão do camarada JLO à
Presidência de Angola!
... e lembrar que, para que a
corrupção fermentasse durante mais de 30 anos, foi preciso colocar os justos na
cadeia, conforme comigo ocorreu em Março de 1986, processo 76/86, acusado duma
mentira: golpe de estado sem efusão de sangue!...
Fui condenado a 16 anos de prisão
maior por que defendi Angola dos traficantes de diamantes que foram julgados no
processo 105/83!...,
... De então para cá, além da
condenação, fui votado ao ostracismo e à marginalização como muitos outros
camaradas fieis aos ideais de António Agostinho Neto e do seu estratégico rumo,
mas conforme têm provado meus próprios escritos desde finais do século XX,
ainda que de forma tão dispersa, não me venceram, nem neutralizaram a minha
consciência de lógica com sentido de vida, que desde jovem tenho feito
individual cultura, em nome da dignidade!
Confesso que vivi e em nome do
amor que se deve à humanidade, a história me absolverá!
04- ASSIM MESMO!
Assim mesmo amor!
Com meus olhos secos,
Com minha cabeça fria
mas clara,
Com meu coração ardente,
sempre,
ardente
e as minhas mãos nuas,
nuas...
mas limpas!
Assim mesmo,
meu irmão, meu camarada!
De dentes cerrados
Somos filhos pródigos,
duma imensa
e intensa
madrugada!...
...Assim mesmo!
Martinho Júnior com uma
intervenção de Luís Rosa Lopes, meu companheiro de trincheira e de luta.
Luanda,11de Novembro de 2019
Imagens:
01- Bandeira da República de
Angola;
02- Eu próprio, no Mausoléu Dr. António Agostinho Neto;
03- Bandeira sobre a fortaleza
colonial.
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