terça-feira, 12 de novembro de 2019

Angola | 11 DE NOVEMBRO DE 2019 - Martinho Júnior


Para aqueles que sabem e sentem, que só há uma alternativa para Angola: seguir o rumo do pensamento estratégico de Agostinho Neto e seu enorme legado de lógica com sentido de vida!

Martinho Júnior, Luanda 

01- O QUE A GLOBALIZAÇÃO DE FACTO TECE:

INDEPENDÊNCIA?...

... QUE INDEPENDÊNCIA?...

... SEM ILUSÕES, NEM ALIENAÇÕES E COM A DIGNIDADE QUE ALIMENTA A CONSCIÊNCIA DA HISTÓRIA!

A DRAMÁTICA VERDADE SOBRE A "INDEPENDÊNCIA" É A DE QUE ELA CONSTITUI HOJE, NOS TERMOS DESTA INQUINADA GLOBALIZAÇÃO, UMA ALIENAÇÃO PRÓPRIA PARA CONTINUAR A ILUDIR OS CONDENADOS DA TERRA!

ÁFRICA E ANGOLA, ESTANDO AO NÍVEL DUMA ULTRA PERIFERIA ECONÓMICA EM FUNÇÃO DA CORRENTE GLOBALIZAÇÃO DO DOMÍNIO DE 1% SOBRE O RESTO DA HUMANIDADE, ESTÁ CONDENADA A CONTINUAR A SER UM CORPO INERTE ONDE CADA ABUTRE VEM DEPENICAR O SEU PEDAÇO!


02- MEMÓRIA DE ELEFANTE:

CONSIDERAÇÕES SOBRE A DECISIVA BATALHA DE QUIFANGONDO QUE URGE EVIDENCIAR!

A) Do meu camarada de trincheira e de luta, Luis Rosa Lopes:

A Batalha de Kifangondo foi, sem dúvida, um factor decisivo para a conquista da Independência proclamada há 44 anos pelo Presidente Agostinho Neto. Contudo, há dois pontos de reflexão que devem merecer a atenção dos historiadores e que quase nunca são referenciados ou até esquecidos ( propositadamente?) :

1- Operação realizada por alguns elementos das forças de Segurança das FAPLA do MPLA (que originou a criação posterior da DISA como órgão de soberania logo após a Declaração da Independência), no Porto de Luanda, Maio ou a Junho de 1975, se não estou em erro, na qual foram capturados diversos meios rolantes e muito ARMAMENTO, oferecidos à FNLA por um país europeu.

Estes meios e equipamentos encontravam-se num navio a aguardar ordem para desembarcar todo aquele material na área do Nzeto e entregá-lo às forças comandadas por Santos e Castro, coronel português que chefiava as forças do ELP (Exército de Libertação de Portugal), integrads no ELNA (Exército de Libertação Nacional de Angola) que enquadrava mercenários ex-militares portugueses, organização essa que estava operacionalmente ligada à FNLA.

Imediatamente após a recepção desse importante equipamento militar, as forças do ELP deveriam integrar a coluna de tropas do ELNA (braço armado da FNLA), tropas Zairenses, Mercenários de várias origens, etc. e dirigirem-se de imediato em direcção Luanda, onde deveriam chegar muito antes do 11/11/75.

Recorde-se que as forças das FAPLA estacionadas na capital lutavam com uma gritante falta de armamento para defesa da mesma.

Com o êxito dessa operação talvez se tenha concretizado porventura a mais importante acção estratégica na mudança do rumo da guerra pela independência.

A pouca referência que se tem feito à mesma acção, remete para o lixo frases de certos políticos eventualmente admirados internacionalmente como a famosa "Nunca tantos deveram tanto a tão poucos".

2- A PROPÓSITO DE QUIFANGONDO.

A) A contenção das forças que pretendiam tomar Luanda (atrás referenciadas) na faixa Úcua/Piri/Quibaxe.

As FAPLA eram chefiadas na nossa contraofensiva pelo Cte. Margoso nos dias 7,8 e 9 de Novembro de 1975 e o principal objectivo foi proteger o flanco das nossas forças pois, se assim não acontecesse, estaria o caminho aberto para Luanda via Pango Aluquem/Maria Teresa/Catete, dada a concentração das nossas parcas forças (relativamente às do inimigo)  na área de Kifangondo.

Essa acção militar foi também, sem dúvida, parte importante daquilo a que se chama hoje a Batalha de Kifangondo, da qual, quase uniformemente, se faz apenas referência aos combates em Kifangondo / Panguila.

Eis algumas pequenas considerações que deixo para aqueles que estão interessados na verdade histórica.

LRL®

B) Meu acrescendo:

... e há mais: os cubanos só estavam concentrados em Quifangondo, no Ebo e em Cabinda...

Quer nas operações clandestinas em Luanda (que eram mesmo muitas, levadas a cabo pela Segurança do Estado Maior das FAPLA), quer na asa leste da batalha de Quifangondo, só haviam angolanos e portugueses progressistas!...


03- LUTA CONTRA A CORRUPÇÃO...

A luta contra a corrupção foi perdida em Março de 1976 e só retoma em 2017, com a ascensão do camarada JLO à Presidência de Angola!

... e lembrar que, para que a corrupção fermentasse durante mais de 30 anos, foi preciso colocar os justos na cadeia, conforme comigo ocorreu em Março de 1986, processo 76/86, acusado duma mentira: golpe de estado sem efusão de sangue!...

Fui condenado a 16 anos de prisão maior por que defendi Angola dos traficantes de diamantes que foram julgados no processo 105/83!...,

... De então para cá, além da condenação, fui votado ao ostracismo e à marginalização como muitos outros camaradas fieis aos ideais de António Agostinho Neto e do seu estratégico rumo, mas conforme têm provado meus próprios escritos desde finais do século XX, ainda que de forma tão dispersa, não me venceram, nem neutralizaram a minha consciência de lógica com sentido de vida, que desde jovem tenho feito individual cultura, em nome da dignidade!

Confesso que vivi e em nome do amor que se deve à humanidade, a história me absolverá!

04- ASSIM MESMO!

Assim mesmo amor!
Com meus olhos secos,
Com minha cabeça fria
mas clara,
Com meu coração ardente,
sempre,
ardente
e as minhas mãos nuas,
nuas...
mas limpas!

Assim mesmo,
meu irmão, meu camarada!
De dentes cerrados
Somos filhos pródigos,
duma imensa
e intensa
madrugada!...

...Assim mesmo!

Martinho Júnior com uma intervenção de Luís Rosa Lopes, meu companheiro de trincheira e de luta.

Luanda,11de Novembro de 2019

Imagens:
01- Bandeira da República de Angola;
02- Eu próprio, no Mausoléu Dr. António Agostinho Neto;
03- Bandeira sobre a fortaleza colonial.

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