Mercedes Martínez Valdês* | Diário
de Notícias | opinião
Há um conhecimento limitado da
história e do alcance das ações do governo dos Estados Unidos contra a
Revolução Cubana.
Tem sido sessenta anos de uma
guerra económica extensiva e intensa, meticulosamente conduzida contra um
pequeno país pela mais poderosa superpotência económica e militar que já
existiu. Provocar a asfixia da economia, levar o povo ao desespero e
impulsionar a rebelião contra o sistema sociopolítico construído desde 1959, é
um objetivo atual e real contra Cuba.
Tem sido sessenta anos de uma
guerra económica extensiva e intensa, meticulosamente conduzida contra um
pequeno país pela mais poderosa superpotência económica e militar que já
existiu. Provocar a asfixia da economia, levar o povo ao desespero e
impulsionar a rebelião contra o sistema sociopolítico construído desde 1959, é
um objetivo atual e real contra Cuba.
As estruturas do governo e do
Congresso dos Estados Unidos desenvolveram para isso uma complexa rede de
proibições, sanções e agressões contra Cuba que impossibilitam medir as suas
consequências em termos humanos e que hoje atinge US $ 922 bilhões em danos
quantificáveis. Esse cerco genocida constitui o principal obstáculo ao
desenvolvimento da nação do Caribe e ao exercício normal das suas relações
económicas, comerciais e financeiras com países terceiros.
A atual administração dos Estados
Unidos deixou para trás o que fingia ser uma abordagem coerente de aproximação
a Cuba. Sem ter em consideração a opinião pública dos Estados Unidos e dos
próprios cubano-americanos, amplamente favoráveis aos laços com seu país de
origem, pelo menos 187 medidas foram tomadas desde junho de 2017 contra a
intenção de construir um relacionamento baseado no respeito à igualdade e
soberania dos Estados. Uma taxa surpreendente de duas medidas por mês que teve
como principal referência a aplicação integral da Lei Helms-Burton (Libertad
Act / 1996).
Para citar apenas alguns
exemplos, o governo do presidente Trump, optou por restringir as licenças de
viagens dos cidadãos desde os EUA para Cuba; eliminou as operações de empresas
de cruzeiros para portos cubanos; aguçou a perseguição e as sanções contra
entidades bancárias; acossou empresas de seguros e transporte marítimos, a fim
de limitar a entrada de combustível em Cuba; forçou empresas de países
terceiros a cessar contratos de arrendamento com a companhia aérea Cubana de
Aviación; baniu todos os voos dos Estados Unidos para destinos em Cuba, com
exceção de Havana.
Da mesma forma, foi aprovada a
negação de qualquer reexportação para Cuba de produtos estrangeiros contendo
mais de 10% dos componentes dos EUA; impede a importação e exportação de
medicamentos de primeira linha de Cuba para os Estados Unidos e vice-versa;
promoveu campanhas de pressão e difamação sobre os serviços médicos cubanos que
Cuba oferece no exterior e são impulsionadas ações judiciais nos tribunais dos
EUA contra entidades que "traficam" com propriedades nacionalizadas
em Cuba na década de 1960. Estas disposições atacam a liberdade de comércio e
reforça a natureza extraterritorial das sanções contra Cuba, além de prejudicar
as relações económicas e comerciais da ilha com a comunidade internacional.
No momento atual, e conforme
solicitado pela Assembleia da República Portuguesa - no voto de Solidariedade
n.º 143/XIII Sobre a necessidade de pôr fim ao bloqueio dos Estados Unidos da
América à República de Cuba -, impõe-se ao governo dos EUA o cumprimento das 27
resoluções adotadas pela comunidade internacional no âmbito da Assembleia Geral
das Nações Unidas e finalizar, sem qualquer condicionamento, sua política de
bloqueio contra Cuba.
No próximo seis e sete de
novembro, Cuba apresentará pela 28.ª vez perante a Assembleia Geral das Nações
Unidas a resolução intitulada: "Necessidade de acabar com o bloqueio
económico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos da América
contra Cuba". Será outra vitória de David contra Golias, e uma nova
oportunidade para o concerto de nações de perguntar: até quando?
*Embaixadora de Cuba na República
Portuguesa
Sem comentários:
Enviar um comentário