Um dia depois das eleições
presidenciais a Guiné-Bissau aguarda divulgação dos resultados de um processo
considerado transparente pelos observadores internacionais. Resultados deverão
ser publicados quarta-feira (27.11)
Depois de um dia de votação, na
segunda-feira, (25.11) a Guiné-Bissau viveu uma acalmia total, embora haja
muita expetativa à volta da divulgação dos resultados eleitorais.
Os candidatos e os partidos
políticos mantém-se em silêncio, depois da Comissão Nacional de Eleições (CNE)
ter pedido que se aguarde pela publicação dos resultados, prevista para esta
quarta feira (27.11).
No domingo este órgão pediu aos
candidatos e aos órgãos de comunicação social para que se abstivessem de
divulgar quaisquer resultados, tendo a Secretária Executiva da entidade,
Felisberta Moura Vaz, salientado que a CNE é a única entidade competente para
divulgar os resultados.
"Apelar à comunidade
nacional e internacional, em particular as candidaturas concorrentes,
órgãos de comunicação social nacionais e estrangeiros, a absterem-se de
veicular informações conducentes aos resultados eleitorais, esta competência
insere-se exclusivamente à CNE”, referiu Moura Vaz.
Apelos à calma
O gabinete Nacional da Campanha
de Umaro Sissoco Embaló, candidato apoiado pelo Movimento para Alternância
Democrática (MADEM G-15) emitiu uma nota à imprensa, na qual garante que,
"de acordo com os dados que recolheu em todas as mesas de voto, no país e
na diáspora, nenhum candidato vai conseguir mais de 50% dos votos”, supondo
desta forma que haverá uma segunda volta.
E esta segunda-feira, os líderes
religiosos da Guiné-Bissau apelaram à calma e pediram respeito pelos resultados
a serem divulgados pela Comissão Nacional de Eleições.
O Presidente da União Nacional de
Imãs da Guiné-Bissau congratulou-se ainda com a forma como decorreu a campanha
eleitoral.
"Esperamos com toda a
tranquilidade o que dirão os resultados das urnas,
para nos conformarmos.
Agradecemos aos nossos [candidatos] pela forma como decorreu a campanha até
nesta fase e esperamos que sejam também pessoas que vão se conformar com os
resultados que serão divulgados”.
Melhorar a imagem externa do país
Paralelamente à divulgação dos
resultados eleitorais, a preocupação dos guineenses reside na imagem do país,
que foi mal falada nos últimos anos.
Nesta linha, independentemente de
quem ganhar as eleições, o importante para o analista político Rui
Landim é a Guiné-Bissau afirmar-se no plano internacional, com respeito,
diferentemente dos últimos cinco anos.
"Tem que ser uma
Guiné-Bissau unida, que possa afirmar no plano internacional, com respeito e
muita respeitabilidade, e não como nos últimos cinco anos, com uma imagem
degradada e nos últimos lugares dos países desenvolvidos”, anotou Rui Landim.
As sedes dos partidos e das
candidaturas continuaram em silêncio, apesar de em alguns casos haver apoiantes
que se mostram confiantes na vitória dos seus candidatos.
Mais de uma centena de
observadores internacionais estiveram atentos ao processo de votação em
diferentes pontos do país e não hesitaram, mesmo no dia do escrutínio, num
balanço preliminar, em considerar que o processo foi transparente.
Observaram as eleições
presidenciais guineenses, a União Africana (UA), a Comunidade Económica de
Desenvolvimento dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), a Comunidade dos
Países de Língua Portuguesa (CPLP) e os Estados Unidos de América (EUA).
Iancuba Dansó (Bissau) | Deutsche
Welle
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