O pedido surge depois de o
Presidente ser citado no julgamento sobre dívidas ocultas em Nova Iorque. Nyusi
foi mencionado como tendo recebido um milhão de dólares da Privinvest para
financiar campanha eleitoral de 2014.
Os dois maiores partidos da
oposição moçambicana pediram, nesta quinta-feira (21.11), a demissão do
Presidente da República, Filipe Nyusi, depois ter sido citado
no julgamento sobre as dívidas ocultas, nos Estados Unidos da América.
O libanês Jean Boustnai,
negociador da Privinvest e considerado o pivot do escândalo das dívidas
ocultas, disse na quarta-feira em tribunal que Nyusi recebeu um milhão de
dólares da empresa para financiar a campanha eleitoral de 2014.
Face a estas declarações,
o porta-voz da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), José Manteigas,
entende que o Presidente se deve demitir, porque não está em condições morais
para dirigir o país.
Em entrevista à DW África, o
político diz ainda que Nyusi "não está em condições morais para fazer um
discurso anticorrupção [e] para apelar ao cumprimento da lei e da
Constituição. Portanto, a primeira posição que devia ter é demitir-se, pôr o
cargo à disposição e explicar aos moçambicanos se é inocente ou se, de facto,
recebeu esse dinheiro".
MDM dá 72 horas a Nyusi
O Movimento Democrático de
Moçambique (MDM), terceiro partido parlamentar, também pede ao
Presidente para colocar o lugar à disposição.
Augusto Pelembe, chefe
nacional adjunto de informação do partido, deu um prazo: "Nas
próximas 72 horas, exigimos que o senhor Filipe Jacinto Nyusi se demita e
que também o Conselho Constitucional declare nulas estas eleições e convoque
novas eleições, porque não podemos ser governados por bandidos",
disse Pelembe em conferência de imprensa.
A Frente de Libertação de
Moçambique (FRELIMO) também terá recebido 10 milhões de dólares das dívidas
ocultas, segundo a acusação norte-americana.
O partido no poder frisou esta
quinta-feira que o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, "não tem nada a
ver com a questão das dívidas". E, sobre o facto de a FRELIMO também ter
sido citada no processo, o porta-voz Caifadine Manasse disse apenas que o
partido está "a seguir o julgamento".
Romeu da Silva, Agência Lusa |
Deutsche Welle
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