Nova mobilização do movimento
Greve pelo Futuro reuniu milhares de pessoas em Berlim, Varsóvia, Lisboa,
Tóquio e Johanesburgo. Na França, manifestantes tentaram bloquear depósito do
site Amazon.
Milhares de manifestantes pelo
mundo saíram às ruas nesta sexta-feira (29/11) para exigir que líderes
políticos adotem medidas concretas para combater o aquecimento global. O
movimento ocorre três dias antes do início da Conferência sobre as Mudanças Climática
(COP25) em Madri. A mobilização mundial foi iniciada pelo movimento Greve
pelo Futuro (Fridays for Future) e, segundo os organizadores, ocorreu em 2.400
cidades em 157 países.
Na Alemanha, o movimento levou às
ruas habitantes de 500 cidades. Os organizadores calcularam que 100 mil pessoas
aderiram aos protestos. Dezenas de milhares de estudantes concentraram-se em
frente do Portão de Brandemburgo, em Berlim.
Ainda na capital alemã, cerca de
duas dúzias de ativistas ambientais saltaram para as águas geladas do rio Spree
em frente à sede do Bundestag (Câmara baixa do Parlamento) para protestar
contra o pacote climático do governo alemão. Eles afirmaram que o conjunto de
medidas não é suficiente para reduzir os gases que provocam o efeito de estufa
no país. Parte do pacote foi bloqueado hoje pelo Bundesrat (Câmara alta do
parlamento), que representa os 16 estados do país, por divergências sobre quem
vai financiar algumas das medidas.
Os primeiros protestos do dia
foram registrados na Austrália, onde pessoas afetadas recentemente pelos
devastadores incêndios florestais que atingiram o país se juntaram a grupos de
ambientalistas para protestar contra o governo, que é acusado de favorecer a
energia fóssil.
A jovem ativista Greta Thunberg,
que deu início ao movimento em 2018, não participou diretamente hoje. Ela ainda
está atravessando o Atlântico num veleiro para participar da Conferência em
Madri. A COP25 estava prevista para ocorrer originalmente no Chile, mas
foi transferidapara
a Espanha depois da eclosão de protestos no país sul-americano. Ela esperava
chegar a tempo de participar dos protestos em Lisboa, mas a viagem foi atrasada
pelo mau tempo no oceano.
À distância, Greta publicou uma
mensagem de apoio aos manifestantes. "Todos são necessários. Todos são
bem-vindos. Junte-se a nós", escreveu no Twitter.
Outras manifestações foram registradas
na Coreia do Sul, na Polônia, na Inglaterra, na Turquia, na Itália, na Espanha,
na França e em Portugal. Na África do Sul, manifestantes empunharam cartazes a
com frases como "parem a poluição agora" em frente à bolsa de valores
Johanesburgo.
No Japão, centenas de pessoas
protestaram no distrito de Shinjuku, em Tóquio, para demonstrar seu apoio ao
movimento. Em Varsóvia, na Polônia, ativistas, alguns usando máscaras de gás,
estenderam faixas com os dizeres: "Salve nosso planeta" e "Polônia
sem carvão em 2030".
Já na França, ativistas
protestaram em sedes da empresa Amazon para protestar contra o mega evento
anual de compras da Black Friday, que foi acusado de agravar o consumismo
desenfreado e aumentar a pressão sobre os recursos do planeta.
Algumas dezenas de manifestantes
fizeram uma manifestação ao amanhecer em frente a um prédio administrativo da
Amazon em Paris, segurando placas como "Não à Amazon e ao seu mundo".
Outros ativistas em Lyon foram mais longe e tentaram bloquear o acesso a um centro
de logística da empresa nos arredores da cidade. A polícia agarrou e arrastou
vários manifestantes para liberar o acesso.
Na Nigéria, vários jovens
marcharam em Lagos com mensagens como "Não há Planeta B" e
"Parem de negar que a Terra está morrendo" enquanto veículos que
passavam buzinavam, em apoio.
JPS/lusa/ap/dpa
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