Segundo o Movimento
Independentista de Cabinda (MIC), 22 elementos foram detidos esta terça-feira
durante manifestações pela independência, com as autoridades a confirmarem
"detenções por ações violentas".
Em declarações à agência Lusa por
telefone, a partir de Cabinda, o secretário-adjunto para a Informação e
Comunicação do MIC,
António Tuma indicou que as detenções ocorreram logo após a concentração dos
manifestantes, na zona da Parada dos Fiéis, onde as autoridades prenderam 15
elementos do MIC.
Mais tarde, outros três membros
do movimento foram também detidos na mesma zona, acrescentou a mesma fonte.
António Tuma acrescentou que junto ao hospital foram também detidos quatro
elementos do MIC, entre os quais o seu secretário-geral, Filipe Macaia.
A mesma fonte explicou que na
manifestação participaram vários simpatizantes do MIC e elementos da população
em geral, mas que estes fugiram quando as autoridades começaram a
"espancar e a capturar" os participantes no protesto.
Contactado pela Lusa, o porta-voz
do Ministério do Interior angolano confirmou a detenção de vários ativistas do
MIC "por terem executado ações violentas".
Cerca das 16:00 a manifestação já
tinha terminado, tendo o MIC previstas mais ações que poderão ocorrer já na
quarta e quinta-feira. "Com os elementos do MIC detidos ou não, o
movimento vai novamente voltar à rua até conseguir a realização de um referendo
sobre a independência de Cabinda", disse.
Amnistia Internacional apela à
libertação
Entretanto, a organização
não-governamental de defesa dos direitos humanos Amnistia Internacional (AI)
apelou à libertação "imediata e incondicional" dos detidos.
Para o diretor regional da AI
para a África Austral, Deprose Muchena, "o forte destacamento de pessoal
de segurança armado com bastões e armas - e o subsequente uso excessivo da
força contra manifestantes pacíficos - é mais um sinal de que as autoridades
não estão preparadas para tolerar a dissidência".
"Esse uso de táticas ilegais
e intimidatórias para reprimir um protesto pacífico ignora totalmente os
direitos à liberdade de expressão e de reunião pacífica",
Deutsche Welle | Agência Lusa
Sem comentários:
Enviar um comentário