sexta-feira, 12 de abril de 2019

Assange expôs a democracia burguesa e o estado burguês


Farooque Chowdhury [*]

A prisão de Assange em Londres é agora uma notícia mundial. O público dos media agora está plenamente consciente dos desenvolvimentos que se centram neste denunciante. Assim, não é necessário descrever novamente os factos. 

De agora em diante, seguir-se-ão descrições das batalhas judiciais que se avizinham.

E haverá mais algumas descrições:

(1) A maneira ardilosa como os estados burgueses lidam com a questão da liberdade de expressão. O método ínvio dos estados burgueses também será exposto. 

(2) A verdadeira natureza do direito burguês e sua "neutralidade cega" serão expostas. Sua maneira bruta de lidar com a dissidência também será exposta. 

(3) A verdadeira natureza da democracia burguesa será exposta. Sua forma bruta também será exposta.

Uma observação atenta e cuidadosa revelará tudo isso. 

Delgado foi como Assange: escondido numa embaixada para fugir às autoridades


Uma criada soprou ao general que a PIDE o queria prender. Humberto Delgado pediu de imediato ajuda ao embaixador do Brasil em Lisboa para o acolher e assim poder continuar a sua luta contra o regime de Salazar. O neto do general, Frederico Delgado Rosa, autor de “Humberto Delgado. Biografia do General Sem Medo”, deixa ao Expresso um depoimento sobre esses dias do seu avô

Quando se fala no “caso Delgado” pensa-se logo no assassinato de Humberto Delgado pela PIDE em 1965, mas no ano de 1959 houve outro “caso Delgado” que foi justamente o asilo de Humberto Delgado na embaixada do Brasil em Lisboa.

Tudo começou porque chegou-lhe a informação de que a PIDE o ia apanhar através de uma criada que ouvira isso da boca de uma figura da polícia política. Ao saber disso, ele reuniu-se com os seus correlegionários e com a família também. Assim, na iminência de se ver preso pela PIDE - o que estava completamente fora de aceitação pela sua parte, porque ele queria continuar o combate contra o regime de Salazar e a respetiva revolta armada -, pediu asilo ao embaixador Álvaro Lins, uma grande figura da história do Brasil e também da literatura brasileira, e foi acolhido de imediato na sua residência.

Curiosamente, a embaixada ficava justamente ao lado da sede da PIDE, na rua António Maria Cardoso, em Lisboa. É extremamente irónico que o perseguido pela PIDE ficasse tão perto da própria sede da PIDE. E, aliás, a embaixatriz Heloísa Lins cedo lhe relatou que ouvia durante a noite os gritos dos torturados pela PIDE e que se queixara disso às autoridades mas nunca obtivera resposta. A única que lhe tinham dado é que ela estava equivocada e que esses barulhos eram dos elétricos a chiarem nas calhas e, portanto, não eram gritos humanos...

Portugal | A polícia que bate, mente e mata sem razão. E a justiça que a desculpa


Cargas de pancada por nada, 40 tiros num carro "por engano", esquadras inteiras a mentir em tribunal. E isto no 5º país mais pacífico do mundo. Que faria se não fosse.

Fernanda Câncio | Diário de Notícias | opinião

Vítor Bárcia, que terá hoje 30 anos, é agente da PSP. Há um ano, foi condenado a três meses, convertidos em multa de 680 euros, por ter dado, no meio da rua e sem razão, uma bofetada num jovem cidadão. Foi pelo menos isso que o Tribunal da Amadora deu como provado: que em 2016 ele e outros três agentes da esquadra da Amadora iam na rua, viram um homem que passava de bicicleta atirar uma beata para o chão, o mandaram parar e Bárcia, "sem que qualquer motivo o justificasse, desferiu uma chapada, de mão aberta, na face esquerda" do cidadão.

Apesar de todos os polícias terem sustentado em juízo que o gesto de Bárcia fora, por assim dizer, "em legítima defesa", por o jovem agredido, "numa atitude agressiva e provocatória", ter "encostado a sua cabeça à do agente, tendo este último empurrado o corpo daquele na zona da cara, o que fez apenas com o intuito de salvaguardar a sua integridade física", o tribunal considerou que mentiam: "Uma certeza exagerada, como pormenores muito coincidentes, num relato algo forçado e, por isso, próprio de quem quer convencer de uma realidade que não ocorreu. (...) A postura corporal, os silêncios e concreta verbalização do discurso apresentado pelas testemunhas de defesa não foi de molde a convencer o tribunal da realidade por si relatada."

Portugal | Aumentar idade da reforma para garantir sustentabilidade das pensões?


O número de pensionistas deverá crescer de 2,7 para 3,3 milhões até 2045, o que deveria levar ao aumento da idade de reforma, para evitar transferências do Orçamento do Estado, refere um estudo a que a Lusa teve acesso.

Face ao cenário demográfico e macroeconómico referido num estudo, que será hoje divulgado, em Lisboa, pela Fundação Francisco Manuel dos Santos (FFMS), e que prevê que "o número de pensionistas cresça consideravelmente", entre 2020 e 2045, os seus autores defendem o aumento da idade de reforma.

"Aumentar a idade de reforma parece ser a forma mais eficaz de minorar a necessidade de financiar o sistema com recurso a transferências do Orçamento do Estado (OE)", concluiu a equipa de investigadores coordenada por Amílcar Moreira.

O império move-se a petróleo


O controlo dos fluxos de energia permite dominar o mundo, sobretudo se não tiver absoluta confiança na supremacia militar. Os EUA travam uma guerra para domesticar o mercado dos combustíveis fósseis.

José Goulão | AbrilAbril | opinião

Sempre que os Estados Unidos da América desencadeiam uma guerra há um exercício prático que pode fazer-se para identificar motivações, prever desenvolvimentos e avaliar consequências: seguir o rasto do petróleo.

Certamente que é uma prática um pouco primária e redutora; outros – provavelmente a esmagadora maioria, tendo em conta o nível de contaminação de ideias e consciências atingido pela informação mainstream – dirão que se trata de estabelecer a democracia, proteger direitos humanos e instaurar uma verdadeira democracia de mercado.

A cada qual as suas razões. Que não se perca de vista nos cálculos e análises, contudo, a existência de uma elaborada política energética ao serviço do complexo militar, industrial e tecnológico que governa os Estados Unidos da América, que vem sendo aprofundada e afinada durante as administrações Obama e Trump. Essa estratégia tem hoje amplitude mundial e traduz o apogeu do globalismo do ponto de vista energético. Nesse domínio, Washington mexe os cordelinhos que realmente contam e ainda não tem rivais, razão pela qual fez da luta pelo controlo das fontes de combustíveis fósseis a mãe de todas as estratégias – à qual se submete, de bom grado, o aparelho militar imperial.

O império move-se, de facto, a petróleo e a gás natural, de preferência liquefeito.

Vencedores e perdedores da eleição em Israel


Bloco nacionalista de direita e sua política de ocupação são os grandes vencedores deste pleito. Para os palestinos, o resultado é trágico, afirma o analista Rainer Sollich.

Ao que tudo indica, o futuro chefe de governo de Israel vai se chamar, de novo, Benjamin Netanyahu. A margem é estreita, mas uma maioria de israelenses se decidiu a favor da coalizão de forças nacionalistas e ultraconservadoras favorecida por ele.

"Bibi" foi ajudado sobretudo pelos presentes de campanha dados a ele pelo presidente dos EUA, Donald Trump: a transferência da embaixada americana para Jerusalém, a "capital indivisível" de Israel, e o reconhecimento das Colinas de Golã, anexadas em 1981, como território de Israel, apesar de elas pertencerem à Síria, segundo o direito internacional.

O próximo passo de Netanyahu poderá ser anexar os territórios ocupados por Israel na Cisjordânia, se Trump assim o permitir. Netanyahu já anunciou que quer dar esse passo. Em Israel, ele não precisa temer grande resistência, pois as urnas mostraram de forma clara que, diante das ameaças sérias existentes na região – vindas principalmente do Irão e da Faixa de Gaza –, os cidadãos de Israel optam por segurança, e não por negociações ou diálogo. As poucas forças que ainda acreditam num acordo justo com os palestinos não desempenham mais nenhum papel na política de Israel.

Às ordens dos EUA Equador trai Julian Assange


Equador obediente aos EUA entrega Assange. Analistas consideram que o Equador e a sua embaixada em Londres simplesmente estão a cumprir ordens dos EUA relativamente ao asilo que anteriormente foi servido a Julian Assange e agora lhe foi retirado. O Reino Unido, parceiro incondicional dos EUA, ordenou a prisão de Assange na própria embaixada equatoriana depois de ter sido acordado superiormente, semanas atrás, que seria retirado o estatuto de asilado que protegia Assange. Não restam dúvidas de que Assange vai ser extraditado para os EUA e se arrisca a ser condenado a prisão perpétua sob acusação de espionagem, por ter obtido informações secretas que posteriormente tornou públicas e puseram a descoberto políticas e procedimentos dos EUA que violam o direito internacional, o que é sobejamente comum nas atuações-operações dos EUA. Da Deutsche Welle recolhemos para o PG o texto que apresentamos em seguida.

Redação PG

Assange é preso em Londres

Fundador do Wikileaks, que estava abrigado na embaixada equatoriana desde 2012 para evitar extradição, é detido pela polícia. Ele esteve por trás de um dos maiores vazamentos de documentos secretos da história dos EUA.

O fundador do Wikileaks, o australiano Julian Assange, foi preso em Londres nesta quinta-feira (11/04), após a polícia ter sua entrada permitida na embaixada equatoriana onde ele se refugiava há quase sete anos.

A polícia confirmou a prisão de Assange, de 47 anos. As autoridades afirmaram que foram convidadas pelo próprio embaixador a entrar na embaixada após a remoção do asilo político concedido pelo país sul-americano ao jornalista.

Avança na Rússia lei para isolar internet do país


Legislação aprovada no Parlamento determina que tráfego de dados ocorra em servidores instalados no país, elevando poder de autoridades para controlar informações. Ativistas denunciam tentativas de censura e monopólio.

A Duma (câmara baixa do Parlamento russo) aprovou nesta quinta-feira (11/04) uma polêmica lei que prevê a criação de "uma internet soberana" na Rússia.

O projeto propõe a criação de uma infraestrutura que permita o funcionamento de uma internet russa isolada da internet global e determina a instalação de equipamentos para direcionar o tráfego da internet russa para servidores dentro do país. Isso aumentaria o poder de agências estatais para controlar informações e bloquear sites e aplicativos.

Especificamente, a legislação prevê desviar o tráfego de internet da Rússia para pontos controlados pelas autoridades; construir um Sistema de Nomes de Domínio (DNS) nacional para permitir que a internet continue a funcionar mesmo se a Rússia for excluída da infraestrutura externa; e instalar equipamentos de rede que permitam identificar a origem de uma informação e bloquear conteúdo.

União Europeia assume o controle do Brexit


Para impedir uma saída desordenada, bloco europeu deu mais tempo ao Reino Unido. Uma decisão que só prolonga esse teatro do absurdo, opina o correspondente Bernd Riegert.

O teatro do Brexit fica cada vez mais absurdo. O país-membro que quer sair da União Europeia (UE), mas é incapaz de fazê-lo de forma ordenada, vê-se agora obrigado a participar das eleições europeias – eleições para um Parlamento que quer deixar.

Não espanta que os mais obstinados entre os apoiantes do Brexit aventem a ideia de usar essa oportunidade como sabotagem e, depois da eleição, colocar areia dentro da engrenagem já emperrada da UE.

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