sexta-feira, 26 de julho de 2019

Com Boris Johnson, Reino Unido fica à beira do abismo


Novo líder do Partido Conservador e primeiro-ministro britânico tem histórico de mentiras descaradas e comportamento bufão. Tê-lo como chefe de governo não ajudará o Reino Unido a sair do atoleiro em que se encontra.

Robert Mudge* | opinião

Em 1999, Boris Johnson disse a seu chefe, na verdade prometeu a Conrad Black, proprietário do jornal Daily Telegraph e da revista Spectator, que ele abdicaria de uma carreira política e, em vez disso, assumiria o cargo de editor do semanário político.

Quem dera. Convenientemente quebrando sua promessa, Johnson concorreu à vaga de deputado do Partido Conservador por Henley, no condado de Oxfordshire, e venceu a eleição em 2001. E assim começou a odisseia devastadora de Johnson, que o levou ao número 10 na Downing Street.

A lista de notórias mentiras e infortúnios, que lhe ocorrem tão naturalmente, é tão longa que é difícil acreditar. Só lembrando: este é o homem que foi forçado a pedir desculpas por um editorial publicado na Spectator quando era editor e que culpou erroneamente fãs bêbados do Liverpool pela tragédia de Hillsborough em 1989, na qual 96 torcedores morreram pisoteados.

UE | Duas mulheres, muita mistificação


O neoliberalismo não tem género. Não será certamente por estar uma mulher à frente da Comissão Europeia que os salários e direitos das mulheres nas fábricas, nos serviços, na sociedade em geral vão registar os avanços que estão registados nas leis.

José Goulão | AbrilAbril | opinião

Duas mulheres foram escolhidas para cargos de grande destaque no gigantesco aparelho burocrático neoliberal que é a União Europeia. Ao cabo de um opaco processo de tráfico de influências, a alemã Ursula von der Leyen emergiu como escolha final para a presidência da Comissão Europeia; e a directora-geral do FMI, Christine Lagarde, foi designada presidente do Banco Central Europeu.

Duas mulheres politicamente de extrema-direita deixando atrás de si, em lugares que ocuparam recentemente, rastos de incompetência, clientelismo e corrupção.

Tais nomeações, contudo, foram enaltecidas como grandes passos para a igualdade de género. Uma mistificação no meio da nuvem cerrada de mistificações em que se move a União Europeia.

O manuseamento propagandístico das chamadas «causas fracturantes» funciona hoje como um método cada vez mais apurado para salvaguardar a estagnação social, tentando vedar o combate às questões de fundo da austeridade, da injustiça e da supressão de direitos; um artifício que encoraja a realização de acções sectoriais com efeitos inócuos e limitados, quando muito registando pequenas vitórias que salpicam um caminho tortuoso e sem fim à vista. Como se as lutas contra a discriminação de género e a degradação ambiental, por exemplo, se esgotem em si próprias, de maneira autónoma, e possam ser resolvidas com êxito à margem do funcionamento global da sociedade que alimenta tais problemas.

Em defesa de Julian Assange


Tarik Ali entrevistado por Natalia Viana [*]

Defender Julian Assange é defender o direito que as pessoas têm de saber como estão sendo governadas. É essa a opinião de Tariq Ali, intelectual e escritor paquistanês que lança em agosto o livro "Em Defesa de Julian Assange" (In defence of Julian Assange), que reúne textos de Noam Chomsky, Daniel Ellsberg, Chelsea Manning, Ai Weiwei e Slavoj Žižek, entre outros autores, analisando a situação do australiano fundador do Wikileaks. A autora desta entrevista também colaborou para o livro, que está em pré-venda, em inglês, no site da editora ER Books . Toda a receita será revertida para a organização Courage Foundation , que auxilia Assange e apoia pessoas que vazam informações.

Julian está atualmente preso na Inglaterra e aguarda o desfecho de uma batalha na justiça britânica sobre um pedido de extradição feito pelos Estados Unidos com base em seu trabalho de divulgação de documentos referentes às guerras do Iraque, do Afeganistão e das embaixadas americanas pelo mundo.

Nessa entrevista à Pública, Tariq Ali associa a perseguição a Assange à reação de governos contra os movimentos revoltosos que se seguiram à crise de 2008, e afirma que sentiu que era preciso fazer algo para mostrar que ainda hoje há pessoas que não acreditaram nos repetidos ataques à reputação do criador do Wikileaks. "Eles querem punir as pessoas que fornecem informações para as pessoas comuns, porque as elites que controlam nosso mundo hoje tratam as pessoas como crianças. Então o motivo principal é criar um exemplo e deixar as pessoas com muito medo, dizendo, se você vazar algo é isso que vai acontecer". Tarik também comentou a polícia brasileira e o atual momento do país. Para ele, a vitória de Jair Bolsonaro "foi o crime mais devastador da direita e ultradireita Latinoamericana". 

Portugal | Tribunal arresta Monte Palace de Joe Berardo no Funchal


O processo movido pela CGD contra o empresário madeirense já tinha permitido o arresto de dois apartamentos em Lisboa e, agora, chega a uma propriedade no Funchal que vale dezenas de milhões de euros.

Depois do arresto de duas casas em Lisboa, o processo desencadeado pela Caixa Geral de Depósitos contra Joe Berardo tem novos desenvolvimentos, apurou o ECO junto de fontes judiciais. O Juízo Central Cível do Tribunal do Funchal decidiu esta semana, no âmbito de uma providência cautelar, o arresto do Monte Palace Tropical Garden, uma propriedade de 70 mil metros quadrados doada pelo empresário madeirense à Fundação Berardo em 1988 e que é também a sua residência fiscal. Uma propriedade que valerá várias dezenas de milhões de euros.

A Caixa Geral de Depósitos, o BCP e o Novo Banco avançaram há algumas semanas com um processo conjunto contra Joe Berardo, depois de falhadas as negociações de uma dívida total da ordem dos mil milhões de euros. E no final de junho, a SIC revelou que o a justiça arrestou dois apartamentos a Joe Berardo, que valem cerca de quatro milhões de euros. Quais? Um dos apartamentos localiza-se na Lapa e vale cerca de 1,5 milhões de euros, em nome da ATRAM, empresa que tem um segundo apartamento na Avenida Infante Santo, um T5, avaliado em 2,5 milhões de euros. E a justiça seguiu um caminho jurídico pouco usado: A figura da desconsideração da personalidade jurídica coletiva, que, na prática, significa que o último beneficiário dos apartamentos é mesmo o empresário.

Portugal | Do resultado previsto


Miguel Guedes | Jornal de Notícias | opinião

A previsibilidade em política só não antecipa a morte do artista se ainda houver terra para queimar após vindima. Que foi chão que deu uvas, isso todos dirão.

Rui Rio tem lidado, desde o seu primeiro dia como líder do PSD, com uma tropa de execução que não lhe permite um sopro de descanso. Nada como a disputa eleitoral magna de Outubro para clarificar de vez o que lhe sopram pelas costas e por cima do ombro. Com a exclusão de Maria Luís Albuquerque das listas para as próximas eleições legislativas, por não querer dormir com o inimigo, Rio é agora o líder da oposição interna a si mesmo. Estendeu uma passadeira à sua rendição. O mal pode ser aterrador mas nunca foi desconhecido. Está de fora mas vem de dentro, totalmente complacente. O PSD vive o momento em que vê na autofagia a sua solução.

As eleições são provas exigentes para quem não consegue fazer a digestão dos resultados. A obra-género de Rui Rio será sempre incompleta enquanto o partido que dirige teimar em fazer Brexit do país, preocupando-se apenas com as guerras intestinas. Contrariamente a Boris Johnson, outro primeiro-ministro improvável, Rio não sucede. Não sucede a Passos, sucede ao Diabo que não veio e teve que passar por três eleições, duas internas e uma europeia. Se, relativamente ao agora primeiro-ministro britânico, as expectativas são tão baixas que só muito dificilmente poderá deixar de ser surpreendente, Rio só será capaz de continuar a surpreender pela forma como resiste ao desfile tortuoso de apunhalamentos. Assim se sente a orfandade social-democrata: os órfãos de Passos e do neoliberalismo acreditam mesmo que a "geringonça" foi uma máquina usurpadora de poder e Rui Rio um colector de restos.

Benfica | Venda de João Félix: "Não será negócio de lavandaria?"


Casos e descasos agora no futebol mantêm a sensação de corrupções e lavagens de dinheiro perante a opinião pública. Correm milhares de milhões  de euros entre as grandes equipas a coberto de transferências de jogadores e o convencimento de muitos cidadãos é que “onde há milhões podem existir outras “confusões”. Isso é voz popular, talvez até imaginação fértil ou as chamadas teorias da conspiração. Como sempre: não basta dizer, há que provar. Mas para isso não faz sentido calar quem diz que sabe e pode contribuir para provar, porque assim a suspeição cresce, prejudicando e não dignificando os visados no diz que diz – provavelmente falso e doentio.

No caso João Félix, do Benfica, os milhões levaram-no tão imberbe para um clube espanhol, apesar de fazer um jeitão no Benfica. Ali, no clube que o “criou para o estrelato”, nem o deixaram crescer convenientemente e decerto vendê-lo por muitos mais milhões. Prováveis questão de “tesouraria” ditaram a sua venda precoce. O que foi considerado estranho por muitos benfiquistas e de outros clubes ou simplesmente apreciadores do desporto. A isso pesa a suspeição de corrupção nos clubes de futebol em Portugal.

A eurodeputada Ana Gomes falou do assunto. Incisiva, como sempre, por conta própria. No Benfica, Vieira, meteu no mesmo saco o Partido Socialista... Foi assim, é assim, que as “tricas” andam pela comunicação social sobre o caso dos milhões que recheiam a transferência do muito jovem João Félix para o Atlético de Madrid.

Põe-se a questão sobre o que saberá Ana Gomes sobre os meandros alegadamente “negros” do futebol nacional? E se tais eventuais “conhecimentos” não estarão relacionados com seus contactos e tomadas de posição, assim como declarações, do caso Rui Pinto, o ‘haker’ detido em Portugal por revelar alegada corrupção no futebol nacional e transnacional. Em prisão à ordem do tribunal e impossibilitado de colaborar com polícias e investigações no estrangeiro subordinadas ao mesmo tema e casos de alegadas ilegalidades cometidas por grandes clubes e gentes ligados à modalidade dos milhares de milhões.

Que vença o melhor, a transparência e a legalidade.

Da Lusa, em Notícias ao Minuto, a prosa em que a protagonista tenta, provavelmente, atirar mais uma pedrada no charco.

Redação PG

Timor-Leste | Horta critica Fretilin por votar contra o tratado de fronteiras com a Austrália


Para o ex-Presidente timorense José Ramos-Horta, acordo "garante uma fronteira marítima permanente e que traz vantagens óbvias no plano financeiro e económico", e decisão terá consequências negativas.

O ex-Presidente timorense José Ramos-Horta mostrou-se nesta terça-feira “entristecido” com o voto contra da Fretilin, na oposição, em relação ao tratado de fronteiras com a Austrália, considerando que perdeu uma oportunidade de se afirmar como um partido de Estado.

“Teria sido um grande gesto de sentido de Estado que, com todas as reservas que queira registar para o momento presente e para a história, votasse a favor do pacote e do tratado”, afirmou Ramos-Horta que acompanhou nesta terça-feira a votação no plenário do parlamento.

“Não o tendo feito perdeu uma oportunidade de se afirmar como um partido de Estado”, afirmou.

Ramos-Horta disse que a decisão terá consequências negativas para o partido a nível nacional e condiciona ainda mais a já tensa relação entre a Fretilin e a Aliança de Mudança para o Progresso (AMP), a coligação do governo.

“Fico entristecido porque sei que, por um lado, vai ter consequências negativas para a Fretilin na sua imagem a nível nacional e tenho pena porque tenho grande admiração pelo Mari Alkatiri”, afirmou.

“Uma votação a favor, hoje, teria aberto toda uma nova possibilidade de cooperação profícua, madura, estabilizada para os próximos cinco anos que é necessária para este país. Este voto da Fretilin torna mais difícil a tarefa de muitos de nós que queremos ver todos os partidos se entenderem, mas em particular a Fretilin e a coligação AMP”, afirmou.

Fretilin critica acordo de fronteiras Timor-Austrália por dar muito poder a Camberra


Díli, 23 jul 2019 (Lusa) -- A Fretilin, na oposição em Timor-Leste, disse hoje ter votado contra o tratado de fronteiras com a Austrália por considerar que o documento dá aos australianos recursos timorenses e o poder de deliberar sobre o desenvolvimento do projeto Greater Sunrise.

"Hoje a Fretilin [Frente Revolucionária do Timor Leste Independente] votou contra a resolução sobre o Tratado de Fronteira Marítima porque abre já caminho para partilha de recursos, de forma gratuita, com nosso vizinho. Este tratado entrega também parte da nossa soberania à Austrália com direito para gerir a nossa riqueza, que está dentro do nosso território", explicou Aniceto Guterres Lopes, chefe da bancada da Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin).

"São retóricos e contraditórios os que afirmam que com o delinear da fronteira marítima ganhamos a soberania total, porque este mesmo tratado dá poder de decisão à Austrália e dá-lhes também 30% da nossa riqueza no campo de Greater Sunrise", afirmou.

A Fretilin ficou hoje sozinha num voto contra a resolução do tratado permanente de fronteiras com a Austrália, que foi aprovado -- conjuntamente com um pacote legislativo -- por uma ampla maioria de 42 dos 65 deputados.

Grupo de militares da Renamo ameaça com regresso à "guerra em Moçambique"


A autoproclamada Junta Militar da Renamo, que contesta a liderança partidária, ameaçou hoje com ações militares se o governo moçambicano insistir em negociar com o presidente do partido e pediu a intervenção da comunidade internacional no processo de paz.

Em declarações à Lusa, por telefone, o major-general da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) Mariano Nhungue acusou o líder do partido Ossufo Momade de estar ao serviço do governo, da Frente de Libertação de Moçambique, violando o espírito dos acordos de paz celebrados pelo líder histórico do partido, Afonso Dhlakama, falecido em 2018.

“Se o governo não souber resolver este problema há guerra aqui em Moçambique” alertou Mariano Nhungue, adiantando que marginalizar o grupo “é colocar em causa a democracia”.

O grupo pediu também à ONU, ao grupo de mediadores da comunidade internacional e aos religiosos que usem a “sua experiência e influência para ajudar Moçambique”.

Segundo o militar, que se apresenta como líder da junta militar, o grupo desarmou a guarda de Ossufo Momade no seu esconderijo na Gorongosa, para “forçar a paragem” do diálogo com o governo.

Igrejas moçambicanas desmentem negócios à custa de Deus


Numa altura em que o Governo prepara legislação para travar o avanço desregrado das igrejas em Moçambique, confissões religiosas rejeitam acusações de extorsão dos crentes. E garantem atuar de acordo com a lei.

São várias as igrejas acusadas pelo Governo moçambicano de se desviarem do seu real foco na sociedade: criar um tecido ético e moral forte. As autoridades estimam que haja mais de mil igrejas não registadas em Moçambique e o Governo acusa-as de se aproveitarem do desespero e da pobreza das pessoas para extorsão. Tudo em nome de Jesus.

Mas algumas igrejas que aceitaram falar à DW África negam as acusações e afirmam que estão a atuar de acordo com a lei. O pastor Leogival, da Igreja Mundial Poder de Deus, explica que está claro o papel da sua congregação na sociedade.

"Tudo o que se fala não é realidade. A igreja está numa posição de despertar as pessoas para conhecer quem é Deus. O criador criou as pessoas para viver a fé, para praticar a palavra", diz.

Moçambique | Processo-crime contra jornalistas de Cabo Delgado devolvido à procuradoria


O Tribunal Judicial da província de Cabo Delgado devolveu ao Ministério Público  o processo-crime contra os jornalistas de Amade Abubacar e Germano Adriano,  da Radio Comunitária de Nacedje em Macomia, para que remeta uma acusação definitiva ou para abster-se de acusação.

A informação foi confirmada hoje, 25 de Julho, depois da instrução contraditória dos dois arguidos, onde o Ministério Público e um dos quatro declarantes  estiveram ausentes  por razões desconhecidas.

No final da audiência que durou cerca de meia hora, o advogado dos jornalistas não concedeu entrevista e recomendou à imprensa a contactar o Misa Moçambique, uma organização de jornalistas para África Austral, a entidade que oficialmente está a patrocinar a defesa dos arguidos.

Amade Abubacar que foi detido a 5 de Janeiro deste ano na vila de Macomia, e Germano Adriano, em Fevereiro, e postos em liberdade desde 23 de Abril último, de acordo com o processo 27/2019, são acusados de terem desonrado as Forças de Defesa e Segurança e de instigação a crimes relacionados com os ataques armados em Cabo Delgado com uso de meios informáticos.

A instrução contraditória dos dois jornalistas foi adiado por três vezes, alegadamente devido ausência de dois dos 4 declarantes do processo e  devido a um erro cometido pelo escrivão do Tribunal Judicial da província de Cabo Delgado.

Hizidine Achá | O País

Angola | Da acção dos marimbondos ao Banco Mundial e o FMI


Luciano Rocha | Jornal de Angola | opinião

Muitos angolanos, cada vez em maior número, vivem nova fase de incertezas quanto ao presente e futuro imediato, que o outro, o mais longínquo - se viverem até lá - há-de apoquentá-los quando chegar.

Muitos angolanos, designadamente os da cidade, são assim. E, por essa forma de estar na vida, além das interrogações que ciclicamente se colocam a eles próprios, têm, também, como é lógico, frequentes “amargos de boca”, que não há mbrututu, “laranja do Loje” mel ou açúcar que lhes valha. Por mais sustos pelos quais passem, mesmo que, nas fases de maior aperto, prometam “corrigirem-se”, quando dão por ela estão, em roda de amigos, a rirem-se deles próprios, vangloriar-se da forma como deram a volta à situação. 

Quando a crise económica internacional rebentou, muitos de nós mantivemos o nível de vida, com o qual jamais tínhamos pensado pouco tempo antes. Isto, mesmo que nos chegassem, ao momento, imagens e testemunhos dramáticos de encerramentos, quase que em catadupa, de empresas, algumas, até então, das mais prestigiadas a nível mundial. Com o consequente desemprego de famílias inteiras, que, de um dia para o outro, se viram a viver na rua. Por terem perdido a casa, cuja prestação de compra não pagaram na data estipulada, e a comerem o que lhes era dado por instituições de caridade. Todo este cenário dantesco era, não raro, acentuado com as cores da morte por suicídio daqueles a quem nada mais restava na vida do que o desespero.

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