quinta-feira, 1 de agosto de 2019

Angola | As parcelas subtraídas aos dinheiros públicos


Luciano Rocha | Jornal de Angola | opinião

Se algum dia for conhecida, a soma de todas as parcelas subtraídas fraudulentamente do erário vai deixar a maioria dos angolanos, mesmo quem julga já nada surpreender, de olhos esbugalhados e boca para a nuca.

Mesmo sem contas feitas, basta ouvir ou ler a quantidade de imóveis e viaturas que alguns arguidos - ou em vias disso, esperamos - se viram obrigados a devolver para se ter uma ténue ideia da enormidade das acções de minorias que se fizeram multimilionários em tão curtos espaços de tempo. Num país com menos de quatro décadas de independência, não há quem consiga juntar o que alguns comprovadamente têm e fizeram, até há bem pouco tempo, questão de exibir ostensiva e insultuosamente.

O comportamento da gatunagem de “colarinho branco” deve-se, entre outros factores, ao nepotismo, que, como peste, se espalhou por todos os sectores da vida angolana. E que, mesmo tendo tido o berço no Vaticano e sido inventado para arranjar “tachos” a sobrinhos de Papas, alguns verdadeiros, outros nem tanto, não é santo, nem nada que se pareça. Antes, pelo contrário, nocivo a qualquer sociedade. E a nossa não é excepção, como dolorosamente sabemos. Não fosse ele, o mais provável era a corrupção e a impunidade não terem atingido as dimensões a que chegaram e deixaram o país no estado em que está, com as vítimas a pagarem por crimes alheios. De lesa-pátria, sublinhe-se. Praticados por inqualificáveis criaturas que nortearam as vidas unicamente por interesses próprios, indiferentes ao sofrimento que as rodeava e fingiam não ver, no afã de ter mais, cada vez mais. Cá dentro e lá fora.

Brasil | A trama, o golpe Lava Jato, os vazamentos no The Intercept


Uma enorme coleção de materiais nunca revelados fornece um olhar sem precedentes sobre as operações da força-tarefa anticorrupção que transformou a política brasileira e conquistou a atenção do mundo.

VEJA A MATÉRIA















The Intercept_Brasil

A situação nas Honduras e o Dia Internacional Contra os Crimes dos EUA


PODERÃO MIL VEZES APAGAR O CONHECIMENTO DOS ACONTECIMENTOS ONDE QUER QUE SEJA, DESDE OS "MAIS OBSCUROS RINCÕES" DA TERRA!

PODERÃO MIL VEZES OBRIGAR MILHÕES A MIGRAR FUGINDO À FOME, À DOENÇA, À MISÉRIA,OU COMPELIDOS PELAS ALTERAÇÕES CLIMÁTICO-AMBIENTAIS!

PODERÃO MILHÕES DE VEZES DERRAMAR O SANGUE DOS JUSTOS!

NEM POR ISSO ALGUMA VEZ VÃO VENCER, POR QUE GERAÇÃO APÓS GERAÇÃO LEVANTAR-SE-ÃO DO CHÃO AINDA MAIS MILHÕES E MILHÕES, QUE LUTARÃO AINDA MAIS INTENSAMENTE PELAS CAUSAS MAIS LEGÍTIMAS DE SUAS ASPIRAÇÕES: A INCESSANTE BUSCA PELA LBERDADE, PELA DIGNIDADE, PELA JUSTIÇA SOCIAL, PELO AMOR DEVIDO A TODA A HUMANIDADE E PELO RESPEITO IMENSO QUE SE DEVE À MÃE TERRA!

DECLARACIÓN DEL FRENTE ANTIIMPERIALISTA INTERNACIONALISTA SOBRE LA SITUACIÓN EN HONDURAS

29 julio, 2019  Por Frente Antiimperialista Internacionalista

El Frente Antiimperialista Internacionalista ha considerado necesario elaborar y hacer pública una reflexión sobre la crítica situación en la que se encuentra Honduras, que en primer lugar es necesario describir brevemente, puesto que se trata de una realidad silenciada por los medios e ignorada por gobiernos e instituciones que sin embargo se declaran preocupados por las “violaciones de derechos humanos” en otros países latinoamericanos.

En los últimos meses, Honduras ha sido el escenario de masivas protestas ciudadanas en contra de dos decretos aprobados por el Congreso a finales de abril y encaminados, en la práctica, a la privatización de la sanidad y la educación. La reacción del gobierno de Juan Orlando Hernández ante estas protestas ha sido netamente represiva. Sin embargo, la violencia empleada contra los manifestantes no solamente no ha puesto fin a las movilizaciones sino que ha terminado llevando a una parte importante de los miembros de la Policía Nacional a sumarse a las huelgas y manifestaciones. El gobierno de Orlando no ha dudado entonces en recurrir a las Fuerzas Armadas para reprimir las protestas, habiéndose producido al menos dos muertes. En esta coyuntura se produce, además, el despliegue en Honduras de tropas norteamericanas, concretamente de 300 efectivos de la Fuerza de Tarea Aeroterrestre de Infantería de Marina de Propósito Especial del Comando Sur.

Marxistas somos todos nós


Atílio Bóron [*]

Os trogloditas da direita argentina quiseram desqualificar Axel Kicillof acusando-o de "marxista". Este ataque revela o nível cultural primário dos seus críticos, ignaros quanto à história das ideias e teorias científicas elaboradas ao longo dos séculos. É óbvio que na sua inépcia desconhecem que Karl Marx produziu uma revolução teórica de enorme alcance na história e nas ciências sociais, equivalente, segundo muitos especialistas, ao que no seu tempo produziu Copérnico no campo da Astronomia. Por isso hoje, quer o saibamos ou não (e muitos não o sabem) somos todos copernicianos e marxistas, e quem quer que negue essa verdade revela-se como um grosseiro sobrevivente de séculos passados alheado das categorias intelectuais que lhe permitem entender o mundo de hoje.

Copérnico argumentou na sua grande obra, A Revolução das Esferas Celestes, que era o Sol e não a Terra quem ocupava o centro do universo. E, além disso, ao contrário do que sustentava a Astronomia de Ptolomeu, ele descobriu que nosso planeta não era um centro imóvel em torno do qual giravam todos os outros, mas ela mesma se movia e girava. Lembre-se das palavras de Galileu quando os médicos da Inquisição o obrigaram a retratar-se da sua adesão à teoria de Copérnico: "E no entanto ela move-se", sussurrou para os seus censores que ainda estavam enfurecidos com Copérnico mais de um século depois da formulação da sua teoria.

Descoberta revolucionária, mas não apenas no campo da Astronomia, pois punha em questão crenças políticas cruciais de sua época. Como recorda Bertolt Brecht na sua magnifica peça Galileu, a dignidade e a sacralidade dos tronos e poderes foram irremediavelmente prejudicados pela teorização do astrónomo polaco. Se, na teoria geocêntrica de Ptolomeu, o papa, reis e imperadores eram excelsas figuras que estavam no topo de uma hierarquia social num planeta que não era nada menos que o centro do universo, com a revolução coperniciana eles foram reduzidos à condição de frágeis reizinhos de um pequeno planeta, que como tantos outros, girava em torno do sol.

Quatro séculos depois de Copérnico, Marx produziu una revolução teórica de envergadura semelhante ao deitar por terra as concepções dominantes sobre a sociedade e os processos históricos. A sua genial descoberta pode resumir-se assim: a forma como as sociedades resolvem as suas necessidades fundamentais – alimentar-se, vestir-se, abrigar-se, proteger-se, promover o bem-estar, possibilitar o crescimento espiritual da população e garantir a reprodução da espécie – constituem a indispensável sustentação de toda a vida social. 

Secretário da CPLP participa nas cerimónias dos 20 anos do referendo em Timor-Leste


Lisboa, 01 ago 2019 (Lusa) - O secretário-executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) visita Timor-Leste no final de agosto, onde participará nas cerimónia do 20.º aniversário do referendo que determinou a independência do país, confirmou o próprio à Lusa.

"Houve um convite [do ministro dos Negócios Estrangeiros timorense] para eu estar presente nas cerimónias do vigésimo aniversário do referendo [pela autodeterminação e independência do país]". (...) De forma, que, com muito gosto, regresso a Timor", disse o embaixador Francisco Ribeiro Telles, em declarações à Lusa.

"Uma deslocação que será aproveitada também para ter alguns encontros bilaterais e fazer uma visita oficial ao país, tal como já fiz a Angola, Cabo Verde, Moçambique e Brasil, onde estive na tomada de posse do Presidente Jair Bolsonaro", acrescentou o diplomata, garantindo que até ao final do ano visitará os restantes Estados-membros da CPLP.

"A situação e a cooperação de Timor-Leste na CPLP, que irá indicar o próximo secretário-executivo" da organização, bem como "o ensino do português no país, e das dificuldades que este está a ter" serão, segundo o diplomata, assuntos a serem debatidos nos encontros que espera ter com o Presidente da República, o primeiro-ministro e o ministro dos Negócios Estrangeiros timorenses.

Aliás, admitiu o diplomata, a discussão "será muito centrada no ensino e na promoção da língua portuguesa".

Governo timorense reafirma apoio ao setor dos media públicos e privados


Díli, 31 jul 2019 (Lusa) -- O Governo timorense reafirmou hoje o seu compromisso em continuar a apoiar e reforçar os media públicos e privados, incluindo no uso correto das línguas oficiais (tétum e português), para garantir mais informação e de maior qualidade.

"Vamos continuar a apoiar e reforçar os media públicos como os media privados. Vamos dar prioridade ao apoio à agência de notícias de Timor-Leste, a Tatoli", disse hoje o secretário de Estado da Comunicação Social, Merício Acara.

A estratégia do Governo para o setor incluirá apoio ao Conselho de Imprensa, apoio para infraestruturas físicas, técnicas e humanas, estando a preparar já o esboço de uma lei para regular o setor da comunicação audiovisual.

 O Governo quer ainda continuar a reforçar a formação de jornalistas, para a "diversificação e fortalecimento do setor", com mais cooperação que ajude a "potenciar e otimizar o uso correto das línguas oficiais pelos jornalistas" e junto da comunidade.

Merício Akara falava na cerimónia que assinalou o 3.º aniversário da agência de noticias timorense, a Tatoli, que o Governo quer transformar num instituto público.

Akara apelou aos jornalistas da Tatoli para continuarem a trabalhar para fortalecer a qualidade do trabalho da Tatoli, promovendo "jornalismo de desenvolvimento e jornalismo de paz".

PR timorense considera que alterações a lei de Oecusse ignoram especificidades


Díli, 01 ago 2019 (Lusa) - O Presidente timorense considerou hoje que as alterações propostas à lei do enclave de Oecusse ignoram as especificidades da região e criticou a decisão do legislador de retirar o chefe de Estado do processo de nomeação do responsável regional.

As posições de Francisco Guterres Lu-Olo estão vertidas numa longa exposição de 18 páginas que o Presidente enviou ao Tribunal de Recurso a pedir a fiscalização preventiva da constitucionalidade das emendas à lei que cria a Região Administrativa Especial de Oecusse-Ambeno (RAEOA), e a que a Lusa teve acesso.

Lu-Olo pediu que o tribunal decida em 15 dias sobre a constitucionalidade das emendas e se pronuncie sobre o "desvio de poder legislativo pelo Parlamento Nacional", por "exercer o poder legislativo (...) de um modo desconforme com o exigível constitucionalmente como legislador ordinário".

Para o Presidente timorense, o estatuto jurídico da RAEOA fica, com as emendas, limitado na capacidade de servir o desenvolvimento regional.

Moçambique | Acordo de paz é assinado na Gorongosa


O Presidente Filipe Nyusi e o líder da RENAMO, Ossufo Momade, assinaram o acordo de cessação das hostilidades entre as forças governamentais e o braço armado do principal partido da oposição de Moçambique.

O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, e o líder da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), Ossufo Momade, assinaram no início da tarde desta quinta-feira (01.08), na Serra da Gorongosa, o acordo de cessação das hostilidades, para o fim formal dos confrontos entre as forças governamentais e o braço armado do principal partido da oposição. 

Entre as autoridades presentes na ocasião, o líder do Movimento Democrático de Moçambique (MDM) e também membro do Conselho de Estado, Daviz Simango, defendeu que ninguém deve ser excluído do processo de paz em Moçambique.

"Já assisti a vários acordos em que foram entregues as armas, mas até hoje as armas continuam a soar. Por isso, tenho feito este apelo para a integração e inclusão. Precisamos saber qual é a expetativa dos desmobilizados [da RENAMO], que viveram tantos anos com armas no mato. O que estamos a dar é a expetativa deles?", questinou Simango, que falou com jornalistas antes da assinatura do acordo entre Nyusi e o líder da RENAMO.

Deutsche Welle | Agência Lusa, Arcénio Sebastião (Beira)

Moçambique | Autocarro de passageiros e camião atacados em Sofala


Homens armados atacaram um autocarro de passageiros e um camião em Nhamapadza, na província de Sofala. Ataque ocorreu na quarta-feira. Há dois feridos, segundo avançou esta quinta-feira (01.08) a agência Lusa.

O local do ataque desta quarta-feira (31.07) localiza-se a 200 quilómetros do distrito de Gorongosa, onde o Presidente da República, Filipe Nyusi, e o líder da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), principal partido da oposição, Ossufo Momade, assinam esta quinta-feira (01.08) o acordo de cessação das hostilidades militares.

O secretário-geral da RENAMO disse à Lusa que peritos militares do partido, Governo e da comunidade internacional estão a trabalhar para a identificação dos autores do ataque armado.

"A RENAMO não tem conhecimento dos autores dessa ação, mas sabe que o Grupo de Verificação de Cessação das Hostilidades militares está a trabalhar para a identificação dos autores", declarou André Majibire.
    

O "blablabla" de Bolsonaro


Ana Alexandra Gonçalves* | opinião

A postura do Presidente brasileiro no que diz respeito à ditadura militar que manchou o Brasil de sangue entre 1964 e 1985 ultrapassa largamente os limites da decência, sobretudo quando as vítimas e familiares dessas vítimas têm que ouvir os desaforos desta inefável criatura.

Entre as muitas asneiras que saem profusamente da boca do Presidente, destaca-se o revisionismo histórico atirado para cima de uma das vítimas da ditadura - o filho de um homem que foi torturado e assassinado. Esse filho é hoje Bastonário da Ordem dos Advogados brasileiros. A crueldade subjacente à postura e às palavras de Bolsonaro é inacreditável.

Paralelamente, perante os documentos que narram o terror da ditadura, Bolsonaro afirma ser "blablabla". Isto para além de procurar descredibilizar a Comissão da Verdade cuja missão é precisamente investigar os crimes cometidos pela ditadura.

O blablabla do Presidente para além de ser estranha e tristemente pueril, é demonstrativo de uma postura que não só despreza as vítimas da ditadura como a apoia, como de resto já foi manifestado pelo próprio, reiteradamente antes de ser Presidente. Percebe-se claramente que não existe qualquer diferença entre Jair Bolsonaro, deputado federal até quase à eternidade, e Jair Bolsonaro Presidente do Brasil. O blablabla do Presidente é o grau zero da decência.

*Ana Alexandre Gonçalves | Triunfo da Razão

Portugal | Bloco quer cancelamento da visita de Bolsonaro. "Não é bem-vindo"


O BE considerou hoje inaceitável a visita a Portugal do presidente do Brasil, defendendo que o Governo português a deve cancelar porque Jair Bolsonaro "não é bem-vindo" ao país e mostra "constante desrespeito" pela democracia.

Numa nota do BE a que a agência Lusa teve acesso, o partido começa por se referir a afirmações de Jair Bolsonaro "a propósito da morte do ativista estudantil e militante político Fernando Santa Cruz, dado como desaparecido em 1974, em plena ditadura militar naquele país".

"Sabendo-se que está em preparação uma visita oficial do presidente da República do Brasil a Portugal, prevista para o início de 2020, o Bloco de Esquerda considera que esta, a concretizar-se, sinalizaria ao povo irmão do Brasil que o governo português é conivente com o constante desrespeito à democracia demonstrado pelo atual governo", critica.

Por isso, os bloquistas consideram "inaceitável a realização desta visita", deixando claro que "Jair Bolsonaro não é bem-vindo a Portugal e o Ministério dos Negócios Estrangeiros deve cancelar a visita o quanto antes".

Em 19 de julho, em entrevista à Lusa, na cidade cabo-verdiana do Mindelo, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Ernesto Araújo, disse que o presidente brasileiro deverá visitar Portugal no início de 2020.

Lisboa | Canções de protesto e resistência na abertura do festival Jazz em Agosto


O guitarrista norte-americano Marc Ribot abre hoje o festival Jazz em Agosto, em Lisboa, num concerto, já esgotado, em que interpretará canções de protesto e de resistência.

De regresso ao festival, Marc Ribot apresentará, no anfiteatro ao ar livre da Fundação CalousteGulbenkian, o álbum "Songs of Resistance", editado no ano passado, no qual reinventa um cancioneiro ligado a protesto, ativismo e resistência.

O guitarrista, de 64 anos, estará acompanhado dos músicos Jay Rodriguez, Brad Jones, Ches Smith e Reinaldo de Jesus.

A atuação de Marc Ribot dá o mote para uma edição do Jazz em Agosto "sob o signo da resistência e do grito coletivoclamando por um mundo mais justo. [...] O jazz soube, em diversas ocasiões, canalizar e potenciar a contestação e a revolta de uma forma impossível de silenciar", refere a organização do festival.

Portugal | Petição para preservar obra de José Afonso entregue em dia especial


A Associação José Afonso (AJA) vai entregar na sexta-feira no Ministério da Cultura a petição, com mais de 11.000 assinaturas, que apela à salvaguarda e reedição da obra do cantautor, no dia em que faria 90 anos.

À agência Lusa, Jorgete Teixeira, da direção da AJA, explicou que a petição, lançada a 11 de junho apelando à classificação da obra do cantautor como de interesse nacional, estará aberta a mais assinaturas até ao dia de hoje e será entregue à tutela de Graça Fonseca na sexta-feira, com as cerca de 11.400 assinaturas reunidas.

"São as suas canções que queremos disponíveis às novas gerações. Porque é urgente que assim seja! É a sua obra, de enormíssima e incontestável grandeza, que queremos encontrar acessível. Porque é inadmissível que não existam no mercado discográfico todos os álbuns de um artista de tal valor!", exclamou Jorgete Teixeira.

A associação decidiu lançar a petição com o objetivo de acelerar o processo de classificação da obra de José Afonso com vista à sua proteção e reedição, porque a maioria do trabalho do cantor está indisponível no mercado discográfico.

Incompatibilidades nos negócios da grande família lusa – a preocupação


Portugal é um pequeno país em que somos quase todos primos uns dos outros. Somos da mesma família. Era isso que um catedrático da nossa praça, discreto, mas sabido dessas coisas, afirmava, sorrindo, há quase uma vintena de anos. “Temos primos no governo, evidentemente. Familiares a tramarem-se uns aos outros, também. E qual é o espanto?” – perguntava com um sorriso maroto.

No Expresso Curto que hoje aqui trazemos ao PG o tema principal roda à volta (até à exaustão?) de familiares de governantes que negoceiam com o governo e concretizam contratos para isto e aquilo. Pudera, se somos todos primos uns dos outros, e primas umas das outras, lá tem de ser assim. Não há volta a dar. O que existem são incompatibilidades, segundo a lei… Isso porque não foi nem é tomada em consideração que neste país somos todos familiares uns dos outros. Assim sendo porque não se muda a lei? Porque não a adaptam à realidade (esta e outras)? Ou querem que passemos a ter por exigência legal que o Estado só pode negociar e estabelecer contratos com estrangeiros, gentes de outras nacionalidades? Mesmo assim a corrermos o risco de também podermos ser familiares de chineses, ingleses, espanhóis ou de outros países por onde fomos deixando o nosso esperma, perdão, o nosso ADN… Consanguinidade? Este é um grande quebra-cabeças que urge resolver de uma vez por todas. É que o facto de familiares negociarem entre eles, entre o Estado e os primos, tios, filhos e sobrinhos, não tem mal. O que tem mal é tantos na política e no país (no chamado povo) serem vigaristas, oportunistas, chicos-espertos, ladrões e por aí adiante.

Resumindo. Sejam todos honestos e não prejudiquem nem enganem os primos, que somos todos nós. Assim sim. Está bem, primos?

Do Curto reproduzimos a lavra acerca do tema e de muito mais. Uma senhora é a autora, Paula Santos. É ela que aqui quer “desembrulhar o novelo”… Desembrulhar ou desenlear? Convém, convém.

Bom dia. Continue para o Curto, do Expresso, já aqui, a seguir.

Carlos Tadeu | Redação PG

Eleições nos EUA: Candidatos a candidatos e a necessidade de derrotar Trump


Candidatos democratas em sessão de tiro ao Biden

O antigo vice-presidente americano Joe Biden continua sem se ver livre das acusações de racismo, nomeadamente de ter contribuído para o “encarceramento em massa” dos negros americanos. No debate desta quarta-feira (madrugada de quinta em Lisboa), o segundo em dois dias, todos o quiseram fragilizar

O segundo debate entre candidatos democratas à presidência dos Estados Unidos teve um alvo no centro do palco do Fox Theatre, em Detroit - o antigo vice-presidente Joe Biden. Apesar de favorito até hoje, ele tornou-se nas últimas semanas, em particular após o primeiro confronto televisivo em Miami, numa espécie de saco de pancada devido à suposta proximidade com os chamados “dixiecrats”, democratas sulistas que, nas décadas de 60 e 70 do século passado, se opuseram ao fim do segregacionismo na América.

“O que querem, tenho 76 anos!”, defendeu-se Biden ainda há dias, enquanto explicava que o facto de ter negociado com os opositores ao movimento dos direitos civis não o torna racista. “Simplesmente tínhamos de trabalhar com eles passo a passo para alcançar um bem maior.”

A polémica em redor da sua suposta oposição à norma conhecida como “busing”, que terminou com a separação de crianças brancas e negras nos autocarros escolares, não o larga. Biden insiste que, na altura, quis apenas que a implementação estivesse a cargo dos estados.

Recorde-se que, em Miami, a senadora Kamala Harris insistiu porque é que ele não lutou para que tal fosse uma determinação federal, pois no sul muitos se recusariam a respeitar a regra. Biden enredou-se no próprio palavreado e terminou com a seguinte frase: “My time is up” (“não tenho mais tempo”).

“A declaração foi absolutamente metafórica”, afirma ao Expresso Ana Navarro, consultora do Partido Republicano, e, ao mesmo tempo, uma das grandes opositoras do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. “A candidatura de Biden ultrapassou o prazo de validade”, diz, confessando que a prestação do antigo vice-presidente ontem à noite não a fez mudar de ideias.

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