domingo, 25 de agosto de 2019

Lavar as mãos da Amazónia


Ricardo M Santos

Quando se fala no Fundo da Amazónia, patrocinado por países ricos, convém esclarecer quem contribui para esse fundo, no caso, Noruega e Alemanha, juntamente com a Petrobras. No caso da Noruega, ainda em 2018 uma empresa mineira cujo maior acionista é, espante-se, o governo da Noruega, esteve envolvida num caso de contaminação ambiental, que tentou esconder.

De resto, recuando até 2006, o governo do Reino Unido tentou tomar conta da Amazónia, considerando que é património mundial, iniciando assim o que é o movimento eco-imperialista. Os países ricos do Hemisfério Norte a decidirem o que é melhor para a Amazónia. Sem ter em conta, obviamente, o que são os interesses dos indígenas e dos trabalhadores. Já nem coloco aqui a evidente questão da soberania e o direito dos povos à auto-determinação. 

Conheça a China futurista de carros elétricos, trem-bala e apps de saúde


Ronaldo Lemos*

Autor viajou pela China para documentar investimentos em inovação em larga escala, de aplicativos de saúde a veículos elétricos.

Apesar dos delírios de grandeza que acometem o Brasil, no mundo em desenvolvimento quem acordou mesmo foi a China.

Muita gente atribui a Napoleão Bonaparte a frase: "A China é um gigante adormecido. Deixe que durma, porque quando acordar fará tremer o mundo". Nos últimos dois meses fui ver de perto em que medida essa afirmação é verdadeira.

Passei esse período no país asiático gravando uma série documental sobre tecnologia e inovação chamada "Expresso Futuro", que será exibida em oito episódios no Canal Futura e em quatro episódios semanais no Fantástico, a partir de 1º de setembro.

Se no Brasil construímos a narrativa de que cerca de 13 milhões de pessoas saíram da pobreza entre 1997 e 2009, na China gostam de alardear que, entre 1978 e 2018, isso aconteceu com 750 milhões de cidadãos. As estatísticas oficiais dizem que ainda há 16,6 milhões de pobres, situação a ser erradicada já no ano que vem.

 Mais do que a redução da pobreza, a China -que permanece sendo, no terreno político, uma ditadura - conseguiu encontrar o Santo Graal de um país em desenvolvimento: a capacidade de inovar.

Em 40 anos, saiu de uma sociedade essencialmente rural para converter-se numa potência industrial. Agora começa a se firmar como uma economia cada vez mais baseada em tecnologia da informação.

Neste relato, refaço alguns dos passos da minha viagem, na tentativa de ver de perto as transformações nessa área. O roteiro é o mesmo que fizemos no documentário, visitando cidades conhecidas dos brasileiros, como Pequim e Xangai, e outras nem tanto, como Nanjing, Qindao, Hangzhou ou Shenzhen.

China | Hot Iat Seng eleito novo chefe do Governo de Macau


Macau, China, 25 ago 2019 (Lusa) -- O ex-presidente da Assembleia Legislativa (AL) de Macau, Hot Iat Seng, foi hoje eleito o chefe do Executivo do território e vai tomar posse no dia 20 de dezembro, substituindo Fernando Chui Sai On, há uma década no cargo.

Hot Iat Seng, de 62 anos, único candidato ao cargo de chefe do Executivo após ter recebido o aval de Pequim, foi hoje eleito com 392 votos a favor, sete em branco e um nulo de uma comissão eleitoral composta por 400 membros, representativos dos quatro setores da sociedade.

A Lei Básica de Macau (míni constituição) define os quatro setores como: industrial, comercial e financeiro; cultural, educacional, profissional; do trabalho, serviços sociais, religião; representantes dos deputados à Assembleia Legislativa e dos membros dos órgãos municipais, deputados de Macau à Assembleia Popular Nacional chinesa e representantes dos membros de Macau no Comité Nacional da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês.

Depois de ter cumprido dois mandatos, cada um de cinco anos, o atual líder do Executivo, Fernando Chui Sai On, não pôde recandidatar-se, e vai passar o testemunho a Ho Iat Seng a 20 de dezembro.

Ativo, sensato e sensível à comunidade portuguesa, o novo chefe do Governo de Macau


Macau, China, 25 ago 2019 (Lusa) - Ativo, sensato, interventivo, conhecedor dos desígnios nacionais e sensível à comunidade portuguesa: é este o perfil que membros da comissão eleitoral contactados pela Lusa traçaram do chefe do Executivo de Macau hoje eleito.

Hot Iat Seng, de 62 anos, ex-presidente da Assembleia Legislativa (AL) de Macau, único candidato ao cargo de chefe do Executivo após ter recebido o aval de Pequim, foi hoje eleito com 392 votos a favor, sete em branco e um nulo de uma comissão eleitoral composta por 400 membros e toma posse a 20 de dezembro, substituindo Fernando Chui Sai On, há uma década no cargo.

"Estamos perante uma pessoa com uma capacidade de intervenção muito superior ao que temos visto" no ainda chefe do Governo em funções, disse à Lusa o membro da comissão eleitoral e presidente da Associação dos Macaenses (ADM), Miguel de Senna Fernandes, que vê na personalidade sensata, dinâmica e interventiva de Hot Iat Seng "bons sinais" para desempenhar o cargo, restando agora esperar que "estas boas impressões se confirmem na prática".

"Gostaria que o atual chefe do Executivo tivesse sido muito mais interventivo em questões importantíssimas de Macau e frustrou-me um bocado a sua atuação. Só espero que isto não se repita com o novo", apontou o também responsável há 25 anos pelo grupo de teatro Dóci Papiaçám di Macau, que procura preservar o crioulo português do território.

Hong Kong | Polícia usa armas de fogo e gás lacrimogéneo para dispersar manifestantes


Hong Kong, China, 25 ago 2019 (Lusa) -- A polícia de Hong Kong disparou hoje pelo menos um tiro depois de manifestantes pró-democracia terem atacado agentes com paus e varas, e usou gás lacrimogéneo para dispersar um grupo em protesto numa rua central da cidade.

Esta é a primeira vez, em três meses de protestos no território, que as autoridades usam armas de fogo contra os manifestantes.

"Pelo que entendi, um colega acabou de disparar a sua arma. O que me apercebi é que foi um agente fardado que disparou o tiro", declarou um elemento da polícia de Hong Kong aos jornalistas, citado pela agência de notícias AFP, falando em violentos confrontos entre manifestantes e forças policiais.

Segundo um jornalista da estação de rádio e televisão pública RTHK, o único tiro foi disparado para o ar.

De acordo com as agências noticiosas internacionais, a polícia também recorreu neste domingo, pela primeira vez, a canhões de água, apesar de não os terem utilizado diretamente nos manifestantes.

Pelos menos três mortos e 34 desparecidos em incêndio de 'ferry' na Indonésia


Jacarta, 24 ago 2019 (Lusa) - Pelo menos três pessoas morreram e 34 continuam desaparecidas após um incêndio num 'ferry' que se incendiou na principal ilha de Java, na Indonésia, informaram hoje as autoridades.

O 'ferry' transportava 277 pessoas do porto de Tanjung Perak, em Surabaya, Java Oriental, quando se incendiou na quinta-feira, disse o chefe da agência local de busca e salvamento, Budi Prasetyo.

Cerca de 240 pessoas foram resgatadas por embarcações que se encontravam nas proximidades.

Um responsável do porto, Syahrul Nugroho, disse que o incêndio ocorreu cerca de 11 horas após o 'ferry' partir de Surabaya para a cidade de Balikpapan, na província de Kalimantan Oriental. A causa do incêndio é ainda desconhecida.

Acidentes com ferries são comuns na Indonésia, o maior arquipélago do mundo com mais de 17.000 ilhas. Muitos acidentes são atribuídos à fraca regulamentação.

O manifesto do 'ferry' dá conta do registo de apenas 111 passageiros, para além dos 44 tripulantes, acrescentou Prasetyo.

Timor-Leste precisa de media ativista pelo desenvolvimento -- jornalistas veteranas


Díli, 23 ago 2019 (Lusa) -- Duas jornalistas timorenses, que estiveram empenhadas, há 20 anos, no processo de independência de Timor-Leste, pediram hoje à nova geração de profissionais que se assuma como ativista em prol do desenvolvimento do país.

Em entrevista à Lusa, por ocasião da passagem dos 20 anos do referendo que levou à independência de Timor-Leste, Rosa Garcia e Susana Cardoso consideraram importante que o país tenha jornalistas independentes e críticos.

Ambas com 45 anos, as duas jornalistas entraram na profissão através do ativismo político estudantil da luta pela independência.

"Timor-Leste precisa de jornalistas independentes e críticos agora", disse Rosa Garcia.

"Agora temos independência, somos uma nação soberana, temos constituição, temos dinheiro e tudo. Mas o povo ainda não sentiu todo essa liberdade, que só chegou a algumas pessoas", explicou.

Susana Cardoso concordou, afirmando que o país precisa de "jornalistas profissionais" que continuem "a lutar pelo bem de Timor" e que, por isso, "têm que ser um pouco ativistas".

Exigir responsabilidade, melhores critérios e mais e melhor trabalho dos jornalistas, também exige melhores condições, melhores salários, com os baixos rendimentos a serem um dos maiores desafios, acrescentou Rosa Garcia.

Portugal, Austrália e Guiné com delegações de maior 'peso' nos 20 anos do referendo


TIMOR-LESTE

Díli, 23 ago 2019 (Lusa) -- As delegações de Portugal, liderada pelo presidente da Assembleia da República, da Austrália e da Guiné Bissau, encabeçadas pelos respetivos primeiros-ministros, serão as de mais alto nível no 20.º aniversário do referendo timorense.

O presidente da Assembleia da República portuguesa e os primeiro-ministros da Austrália e da Guiné Bissau lideram as respetivas delegações nas comemorações do 20.º aniversário do referendo timorense agendadas para a próxima semana.

Eduardo Ferro Rodrigues representará o Presidente da República nas comemorações de 30 de agosto, onde estará também o ministro da Defesa, João Gomes Cravinho, em representação do primeiro-ministro.

Os dois são esperados em Díli no dia 29, participando no dia seguinte nos eventos oficiais do 20.º aniversário e, depois, na entrega de condecorações do Presidente da República português a três funcionários da ONU ligados a Timor-Leste: Ian Martin, Francesc Vendrell e Tamrat Samuel.

Moçambique | Fim do prazo para desativação das bases da RENAMO. O que falhou?


Estava prevista para o dia 21 de agosto (quarta-feira), a desativação das bases militares da RENAMO, no quadro da implementação do DDR. Mas não aconteceu devido a "complexidade do processo”, segundo a RENAMO.

O prazo para a desativação das bases militares da RENAMO (Resistência Nacional Moçambicana), no processo de implementação do Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR) dos homens residuais do maior partido da oposição moçambicana, expirou na última quarta-feira (21.08.). No entanto, as bases não foram desmanteladas como previsto.

A DW África ouviu o porta-voz da RENAMO, José Manteigas que justifica esse não foi cumprimento devido a "complexidade do processo”. Mas garantiu que nada está comprometido, porque a sua formação política quer a conclusão deste processo o mais cedo possível.

Manteigas que se encontra neste momento em Montepuez, distrito da província de Cabo Delgado, a acompanhar o líder do RENAMO, Ossufo Momade, num périplo de pré-campanha eleitoral que está a fazer à zona norte do país, reafirmou que o seu partido está em conversações com a autoproclamada "Junta Militar da RENAMO”, para que nada comprometa a paz no país.

Moçambique | Auto-suficiência alimentar é falácia do governo


Auto-suficiência alimentar é falácia, Moçambique continua a importar miudezas, ovos, batatas, hortícolas, arroz, chá e até milho

Contrariando o discurso oficial de auto-suficiência alimentar em Moçambique as estatísticas de Comércio Externo revelam que durante o ano passado as importações agrícolas cresceram 26,6 por cento, com destaque para a aquisição no estrangeiro de miudezas, ovos, batatas, hortícolas, arroz, chá e até milho. No sentido contrário o INE alerta para a “alta dependência e pouca diversificação das exportações” que continuam dominadas pelo carvão mineral e o alumínio.

As estatísticas de Comércio Externo em 2018, analisadas pelo @Verdade, desmentem toda a retórica de diversificação da economia moçambicana os principais grupos de bens exportados foram Combustíveis Minerais (onde pertence o carvão mineral coque) no valor de 2,3 biliões de dólares norte-americanos, correspondentes a 46 por cento, e Metais Comuns (onde esta inserido o alumínio) com 1,4 bilião de dólares, representando 26.9 por cento de todas exportações. “Este grupo de produtos totaliza 72,9 por cento dos bens vendidos ao exterior, facto que indicia alta dependência e pouca diversificação das exportações”, assinala o documento do Instituto Nacional de Estatística (INE) tornado público esta semana.

“Relativamente aos grupos de produtos tradicionais que têm-se revelado cada vez menos representativos nos últimos anos, face ao surgimento dos recursos minerais de grande valor de exportação, destaca-se o grupo de produtos alimentares com 208.5 milhões de dólares correspondentes a 4,2 por cento (face ao crescimento de 154,8 por cento) e produtos agrícolas com 4,1 por cento (decréscimo de 6,4 por cento)”, indicam as estatísticas de Comércio Externo em 2018 analisadas pelo @Verdade.

Governo de Nyusi reconhece que corrupção em Moçambique é norma


O Governo de Filipe Nyusi reconheceu que, “não obstante esses esforços legislativos e institucionais, os desafios de governação e corrupção em Moçambique são ainda de natureza sistémica”. O FMI definiu “corrupção sistémica” como as circunstâncias nas quais a “corrupção não é mais um desvio em relação à norma, e sim uma manifestação de um padrão de comportamento tão difundido e enraizado que passa a ser norma”.

Naquele que deverá ser o primeiro Relatório sobre Transparência, Governação e Corrupção em Moçambique o Executivo de Filipe Nyusi declara: “Reconhecemos que, não obstante esses esforços legislativos e institucionais, os desafios de governação e corrupção em Moçambique são ainda de natureza sistémica, sobretudo devido aos constrangimentos à implementação eficaz”.

O @Verdade descortinou que “corrupção sistémica”, na óptica do Fundo Monetário Internacional (FMI), são as circunstâncias nas quais a “corrupção não é mais um desvio em relação à norma, e sim uma manifestação de um padrão de comportamento tão difundido e enraizado que passa a ser norma”.

No documento, concluído em Julho e esta semana tornado público pelo Ministério da Economia e Finanças (MEF), o Governo atribuiu parte do fracasso na luta contra a corrupção “à reduzida capacidade técnica, insuficiência de recursos orçamentais, ausência de autonomia institucional adequada, falhas nos mecanismos de supervisão e responsabilização, e sobreposição de responsabilidades (que conduz à duplicação, confusão e responsabilização difusa). Estamos empenhados em combater os interesses instalados e pôr fim à impunidade relacionada com a corrupção de alto nível.”

UMA LUTA SOBRE BRASAS VI -- Martinho Júnior


HOJE JÁ É TARDE DEMAIS

 Martinho Júnior, Luanda 

EM SAUDAÇÃO AO 25 DE MAIO, DIA DE ÁFRICA, QUANDO HÁ 56 ANOS, EM GRANDE PARTE EM FUNÇÃO DA LUTA DE LIBERTAÇÃO, SE CRIOU A ENTÃO “OUA”, ORGANIZAÇÃO DA UNIDADE AFRICANA (https://www.officeholidays.com/countries/africa/african_unity_day.php)!

No Cunene, de há pouco mais de 100 anos a esta parte, estão-se jogando algumas das sagas mais decisivas do povo angolano e da África Austral.

O poder colonial posto à prova em 1961 decidiu-se, (após a conquista de todo o território e reduzir as resistências à impotência, ou colocá-las em periferias tácitas), a injectar um contínuo processo de assimilação com implicações evidentes sobretudo nas cidades, procurando a formação duma pequena burguesia africana agenciada e dependente, ao mesmo tempo garante da eclosão das políticas do que veio a ser a “luta contra a subversão” em todo o território angolano, apesar dos contraditórios próprios que esse esforço acarretava sobretudo nas áreas de intervenção afectadas pela luta armada (https://comum.rcaap.pt/handle/10400.26/11921).

Esse expediente visava sobretudo combater a influência da luta clandestina do MPLA em Luanda, mas também na área do triângulo de ocupação do litoral e região central das grandes nascentes.

A água interior passou a merecer a atenção mais prioritária desse esforço que veio a exigir planificação geoestratégica por via dos sucessivos “planos de fomento”! (http://unidcom.iade.pt/designportugal/planos-de-fomento.html).

Atrasando a formação duma pequena-burguesia angolana em áreas rurais, implantado “sanzalas da paz” pata melhor dominar os “indígenas”, o colonialismo tardio disseminou colonatos com mão-de-obra excedentária importada da “metrópole” enquanto esteve dominada pela oligarquia rural portuguesa e com agricultores provenientes também de Cabo Verde (votado a climas áridos trans-saharianos), implantando-os no triângulo do litoral com vista a ocupar com malha administrativa mais apertada a região agricolamente mais suculenta do espaço angolano.

O Estado Novo, em vigor desde a Constituição de 1933, “pacificado o território” (neutralizando de facto as resistências à penetração portuguesa), até 1961 pôs em prática as insípidas capacidades agrárias que advinham de Portugal, mas a partir de 1961 foi procurando implantar polos industriais de pequena envergadura. (http://www.historiadeportugal.info/a-constituicao-de-1933/).

Defender Luanda obrigou a essa concentração num triângulo do litoral ocupado, enquanto os outros três triângulos passavam a ser de intervenção.

Angola | Uma câmara no Parlamento para os sobas angolanos?


Proposta de Lei sobre o Poder das Autoridades Tradicionais angolanas está em consulta pública. Sobas ouvidos pela DW defendem auscultação em todas as regiões e a criação de uma câmara no Parlamento para os representar.

Angola tem mais de 40 mil autoridades tradicionais distribuídas pelo país. Para hierarquizar as suas atribuições e competências, está em consulta pública desde o fim de semana uma Proposta de Lei sobre o Poder das Autoridades Tradicionais.

O soba Lucas Pedro "Muene Macongo", oriundo da província de Malanje, defende que a auscultação pública deve ser feita no máximo possível de comunidades. "As consultas devem ser feitas de região em região, [para se saber] o que se pode fazer sobre a lei de autoridade tradicional", sugere.

Entretanto, ele avança já com uma ideia: a criação de uma câmara para sobas no Parlamento angolano, para valorizar o poder tradicional. "Esta câmara é que poderia falar pelas autoridades tradicionais e para as comunidades. Doutores, engenheiros, psicólogos é que ficam no Parlamento. Nós devíamos ser representados também no nosso Parlamento. Seria uma câmara das autoridades tradicionais", explica.

Isabel dos Santos compra mansão em Londres por 14 milhões e envolve-se em polémica


Imóvel numa das zonas mais exclusivas da capital britânica custou 14 milhões. Terá piso subterrâneo com adega, piscina, sala de massagens e cofre.

Isabel dos Santos, filha do ex-presidente de AngolaJosé Eduardo dos Santos, comprou uma mansão em Kensington, uma das zonas mais luxuosas de Londres, avaliada em 13 milhões de libras, cerca de 14 milhões de euros.

A compra, refere o The Times, terá causado a ira e indignação dos vizinhos uma vez que a empresária quer transformar a casa numa mansão 'iceberg', ou seja, quer demolir e reconstruir a mansão com um piso adicional subterrâneo, prática que se está a tornar corrente na capital britânica.

Este novo piso enterrado contará com um ginásio, uma sala com sauna e jacuzzi, uma piscina, uma adega, uma sala de massagem e um cofre.

Um morador diz que a proposta aprovada pela autarquia de Londres está a "criar ressentimento e divisão no seio da comunidade". As obras deste tipo de mansão 'iceberg' podem levar até dois anos o que causa constrangimentos aos vizinhos que durante esse período estarão sujeitos ao barulho das obras.


A mansão terá sido paga em dinheiro através de uma sociedade anónima sediada na ilha de Man, um paraíso fiscal, segundo avança o site Finance Uncovered.

Dona da oitava maior fortuna de África, Isabel dos Santos já recebeu autorização da Câmara de Londres para mudar a estrutura da mansão.

A ligação de Isabel dos Santos ao Reino Unido é de longa data. Depois de estudar na Cobham Hall, em Kent, a filha de Eduardo dos Santos formou-se em engenharia no Kings College, de Londres.

Marta Ferreira | Correio da Manha

Angola | Centenas de jovens voltam a marchar contra o desemprego


Jovens de quatro províncias de Angola, incluindo Luanda, marcharam contra o desemprego no país. Na capital, a manifestação foi marcada por críticas ao Presidente João Lourenço e pela repressão policial.

Centenas de jovens manifestaram-se este sábado (24.08) em Angola, nas províncias de Luanda, Bengo, Kwanza Norte e Uíge, contra o que chamam de incumprimento na criação de 500 mil postos de trabalho prometidos pelo Presidente João Lourenço durante a campanha eleitoral de 2017.

A marcha dos manifestantes da capital angolana, que pretendiam chegar ao palácio presidencial, foi interrompida pela Polícia Nacional logo à entrada da Cidade Alta.

O largo Sagrada Família foi o local escolhido como ponto de partida dos manifestantes. O objetivo era único: exigir os 500 mil empregos prometidos pelo Presidente João Lourenço durante a campanha eleitoral das eleições gerais de 2017, vencidas pelo seu partido, o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA).

Incêndios florestais: Angola ultrapassa o Brasil nos últimos dias


Angola lidera uma lista de países com o maior número de incêndios florestais. O país registou 6.902 fogos nos últimos dois dias, comparado com os 2.127 no Brasil, principalmente na Amazónia, aponta satélite da NASA.

O Brasil é o terceiro país com o maior número de fogos, numa lista liderada por Angola, que registou 6.902 fogos nos últimos dois dias (22 e 23 de agosto), comparado com os 2.127 registados no Brasil, principalmente na Amazónia.

De acordo com a agência de notícias Bloomberg, que cita dados do satélite MODIS (Moderate Resolution Imaging Spectroradiometer) lançado pela NASA - agência espacial norte-americana - em 1999, Angola registou 6.902 fogos nas últimas 48 horas, mais do dobro dos 3.395 na República Democrática do Congo e mais do triplo dos 2.127 fogos registados no Brasil.

"Os fogos que grassam na Amazónia podem ter colocado pressão sobre as políticas ambientais do Presidente Jair Bolsonaro, mas o Brasil é, na verdade, o terceiro país no mundo em termos de incêndios nas últimas 48 horas", escreve a Bloomberg.

Citando mais dados da NASA, a agência de notícias salienta que este número não é um fenómeno invulgar na África central, a agência de notícias escreve que só numa semana de junho foram registados 67 mil incêndios quando os agricultores fizeram queimadas para ganhar terra para as colheitas.

A Zâmbia é o quarto país com mais fogos nos últimos dois dias, seguindo pela Austrália, enquanto a Bolívia, vizinho do Brasil na Amazónia, é o sexto, aponta o MODIS.

Cientista da Nasa analisa incêndios na Amazónia -- vídeo



Douglas Morton é um cientista da Nasa que participou da implantação do programa de monitoramento do desmatamento no Brasil. 

Para ele, o conhecimento científico e técnico para analisar e interpretar imagens de satélite no Brasil é tão alto que, após o desenvolvimento do sistema de monitoramento, ele tem funcionado operacionalmente com o Inpe sem muito envolvimento da Nasa. 

"Não estão queimando os resíduos de um campo de cultivo depois da colheita, e sim pilhas de troncos que secaram ao sol por meses."

Deutsche Welle | em Youtube

Europeus divididos sobre acordo com Mercosul


Presidente do Conselho Europeu diz ser difícil imaginar pacto enquanto a Amazónia queima. França e Irlanda também se opõem, enquanto Alemanha e Reino Unido defendem acordo. Mas preocupação com a floresta é consenso.

Os incêndios que devoram a Floresta Amazónica provocaram comoção e declarações de preocupação por parte de líderes europeus. Chefes de Estado e governo, contudo, estão divididos sobre até que ponto a crise deve influenciar o acordo comercial entre a União Europeia (UE) e o Mercosul.

A questão amazónica será um dos temas centrais da cúpula do G7, que teve início neste sábado (24/08) na cidade de Biarritz, na costa sudoeste da França. Até o fim da cimeira, na segunda-feira, o anfitrião Emmanuel Macron, presidente francês, deverá tentar arrancar resultados concretos em relação à Amazónia dos colegas presentes, muitos deles líderes europeus.

Neste sábado, Macron lançou um apelo a todas as potências mundiais para que ajudem o Brasil e outros países da América do Sul a combater os incêndios na Floresta Amazónica, que chamou de "nosso bem comum". "Devemos responder de maneira concreta ao apelo das florestas que queimam agora na Amazónia", disse o francês em discurso transmitido na televisão.

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