Peter Lee (“China Hand”), no Blog China
Matters | Oriente Mídia | Traduzido por Vila Mandinga
Há algum torcer as mãos tipo “Mas
como, Santo Deus, chegamos a isso?!” em tudo que tenha a ver com a guerra
comercial que só faz escalar entre EUA e China.
Bobagens.
A estratégia para dissociar as
duas economias, concebida pelos falcões norte-americanos anti-China está
caminhando exatamente conforme os planos. E o sofrimento econômico é item
previsto, não é bug.
Aí vai [adiante, nesse artigo] o
roteiro de um episódio de Newsbud China Watch, que apresentei dia
26/9/2018, quando os contornos da estratégia dos EUA já estavam claros.
Antes, mais alguns comentários:
O fracasso das negociações
comerciais foi atentamente cozinhado, graças a demandas maximalistas de Lightizer –
o que serviu perfeitamente aos interesses dos falcões norte-americanos
anti-China.
Porque o objetivo final desses
todos sempre foi dissociar as economias de EUA e da China; enfraquecer a China
e torná-la mais vulnerável à desestabilização interna e à regressão global.
Se a dissociação arrancou alguns
pontos do PIB global, feriu empresas norte-americanas, ou empurrou o mundo para
a recessão… Ora! É o preço da liberdade!
Ou, no mínimo, é o que custa
tornar o Comando Indo-Pacífico dos EUA (IndoPACOM) capaz de vencer a disputa do
pênis mais comprido na Ásia Oriental – porque é disso que, afinal, se trata.
Manter as negociações
rastejantes, ao mesmo tempo em que se incentiva a dissociação dinâmica mediante
tarifas e sanções permitiu que os falcões norte-americanos anti-China se
escondessem das consequências do ônus de ferir a economia dos EUA, para
garantir objetivos hegemonistas.
Agora, como entramos numa fase de
guerra econômica já praticamente declarada, essa máscara começa a cair.
Um desses itens de interesse
acadêmico é se Trump algum dia teria realmente se interessado por algum acordo
e pela volta à normalidade. Meu palpite é: sim, se interessou.
Mas os militares dos EUA são
praticamente o único grupo de eleitores com que Trump conta no Departamento de
Estado. Os militares desejam confronto com a China, e Trump foi junto, dado que
os custos do confronto no principal eleitorado político – o mercado de ações –,
pareceu administrável.