segunda-feira, 9 de setembro de 2019

Guerra de tecnologia e sanções dos EUA terminará por bifurcar a economia global


Alastair Crooke, Strategic Culture Foundation*

“A verdadeira razão por trás da guerra ‘comercial’ EUA-China pouco tem a ver com o comércio real (…) O que está realmente à base do conflito de civilizações entre EUA e China (…) são as ambições da China de liderar a tecnologia de próxima geração, como a inteligência artificial (IA), que depende de conseguir projetar e produzir chips de ponta; por isso Xi prometeu pelo menos $150 bilhões, para ampliar o setor”, escreve ZeroHedge. (…)

Até aí, nenhuma novidade. Mas por trás dessa ambição há outra, pouco mencionada, o conhecido “elefante na sala”: é que a ‘guerra comercial’ é também o primeiro estágio de uma nova corrida armamentista entre EUA e China – embora se trate de novo ‘gênero’ de corrida armamentista. Essa corrida armamentista de ‘nova geração’ trata de alcançar superioridade nacional no campo tecnológico para o longo prazo, mediante Computação Quântica, Big Data, Inteligência Artificial (IA), Aeronaves Hipersônicas, Veículos Eletrônicos, Robótica e Ciber-segurança.

O projeto chinês não é secreto: é de domínio público: o ‘Made in China 2025’ (atualmente reduzido, mas longe de esquecido). E o gasto previsto pelos chineses ($ 150 bilhões) para alcançar a liderança na tecnologia – será enfrentado custe o que custar (‘head on’, nas palavras de ZeroHedge),

“por uma estratégia [de oposição] de “America First”: Daí que a ‘corrida armamentista’ nos gastos em tecnologia (…) esteja intimamente ligada aos gastos da Defesa. Nota: o FMI prevê crescimento substancial no gasto militar de EUA e China nas próximas décadas, mas o que muito surpreende é o seguinte: à altura de 2050, a China superará o gasto dos EUA, com investimento de mais de $4 trilhões nos militares, e com os EUA com $1 trilhão menos que isso, ou $3tn (…). Significa que mais ou menos em torno de 2038, praticamente daqui a duas décadas, a China ultrapassará os EUA em gasto militar.”

Essa intimidade muito próxima entre tecnologia e defesa, no futuro pensamento de defesa dos EUA é clara: trata-se sempre de dados, grandes dados [ing. big data] e Inteligência Artificial (IA). Artigo em Defense One expõe isso muito claramente,

“Os domínios de combate ‘espaço’ e ‘ciber’ são campos divorciados, largamente, da nua realidade física da guerra. Mas para Hyten [Gen. John E. Hyten, comandante do Comando Espacial da Força Aérea dos EUA], esses dois espaços não habitados refletem-se especularmente, de outro modo: a guerra moderna trava-se nesses campos – de dados e informações. “O que são as missões que cumprimos hoje no espaço? Prover informação; prover vias para o trânsito da informação; em conflito, negamos aos adversários acesso àquela informação,” – disse ele em pronunciamento na 4ª-feira na conferência anual da Associação da Força Aérea, próximo de Washington, D.C. O mesmo vale para o domínio ‘ciber’.

França quer alívio das tensões com a Rússia após cúpula de ministros em Moscovo


Numa reunião importante entre os principais ministros franceses e russos, Paris sinalizou que deseja melhorar as relações com Moscovo para garantir a segurança europeia, já que a alternativa oferece apenas maiores problemas.

O ministro do Exterior da França, Jean-Yves Le Drian, e a ministra da Defesa, Florence Parly, se reuniram com seus colegas russos em Moscovo nesta segunda-feira, algo que não aconteceu nos últimos sete anos.

Durante a cúpula, Le Drian afirmou que queria aliviar as tensões com a Rússia, não apenas para melhorar os laços bilaterais, mas também para garantir a segurança europeia.

"Chegou a hora, é a hora certa, de trabalhar para reduzir a desconfiança", declarou.

Ele acrescentou que a Europa nunca estará segura sem "relações claras e fortes" com seu vizinho oriental. Por isso, Paris deseja uma "nova agenda de confiança e segurança" com a Rússia.

Um sentimento semelhante foi ecoado pela ministra da Defesa francesa, que disse que "é importante conversar um com o outro, para evitar mal-entendidos e atritos", embora reconheça que "não será um caminho fácil pela frente".

Arábia Saudita pode começar a enriquecer urânio


Riade está considerando enriquecer urânio para energia nuclear, disse o recém-nomeado ministro da Energia saudita, príncipe Abdulaziz bin Salman, nesta segunda-feira (9).

"Nossa abordagem à [energia] nuclear é experimentar com dois reatores nucleares [...] faremos esse trabalho provisoriamente", disse o ministro da Energia no Congresso Mundial de Energia em Abu Dhabi.

Bin Salman também teceu comentários detalhando as intenções sauditas em relação ao uso de tecnologia nuclear, afirmando o interesse de Riade em usinas nucleares.

"Mesmo se aumentarmos a escala, queremos seguir a noção de ciclo completo - produzindo urânio e enriquecendo urânio , deduzindo urânio e até adquirindo tecnologias [...] na Arábia Saudita, estamos interessados em usinas nucleares", afirmou.

Bin Salman foi nomeado para o cargo de ministro da Energia saudita na semana passada, logo após uma saída repentina do ex-ministro Khalid Falih.

Sputnik | © AP Photo / Jon Gambrell

'Faremos nossa zona segura': Erdogan acusa os EUA de favorecer 'terroristas' na Síria


As patrulhas norte-americanas e turcas no norte da Síria tiveram um início difícil, com o presidente turco Recep Tayyip Erdogan acusando seus aliados estadunidenses de tomar partido de "terroristas" e ameaçando sua própria "zona segura" se as negociações nos EUA parassem.

"Parece que o aliado da Turquia está atrás de uma zona segura no norte da Síria, não para a Turquia, mas para o grupo terrorista. Rejeitamos essa abordagem", afirmou Erdogan perante uma multidão de apoiantes em Malatya no domingo.

Em agosto, oficiais militares turcos e norte-americanos concordaram em criar uma zona segura no norte da Síria e desenvolver um "corredor da paz" para facilitar o retorno dos sírios deslocados. Os dois aliados da OTAN também planeiam estabelecer um centro de operações conjunto. No entanto, Washington quer abrigar seus aliados curdos na zona, enquanto Erdogan os quer removidos, já que a Turquia os considera terroristas.

"Se a formação de fato de uma zona segura a leste do rio Eufrates com soldados turcos não for iniciada até o final de setembro, a Turquia não terá escolha a não ser partir sozinha", continuou Erdogan.

Não é o fim da diplomacia no Afeganistão


Muitos afegãos são vítimas de ataques talibãs, mas bastou a morte de um soldado americano para Trump suspender diálogos com o grupo. Contudo, nem os EUA nem o Talibã estão interessados no fracasso de um acordo de paz.

Florian Weigand* | opinião

Se as vítimas dos ataques do Talibã na semana passada tivessem se restringido a dezenas de afegãos, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, teria apertado pessoalmente as mãos da liderança talibã no domingo (08/09) e possivelmente assinado um acordo entre os EUA e o Talibã. Mas com a notícia de que havia um soldado americano entre os mortos, Trump cancelou a planejada reunião.

Pesar a importância das vítimas de acordo com sua nacionalidade é cínico, mas é exatamente essa a lógica que o presidente dos Estados Unidos segue em suas mensagens no Twitter. Trump sabe perfeitamente que um aperto de mão com aqueles que acabaram de matar um americano seria um veneno para sua campanha à reeleição.

Como em tantas outras ocasiões, ao cancelar a reunião com o Talibã Trump segue seu instinto visando o clima político momentâneo nos Estados Unidos. As consequências para o futuro em outras partes do mundo? Pouco importa. Mas será que a luta de quase um ano por uma perspectiva de paz no Afeganistão realmente chegou ao fim?

Oposição a Putin ganha força em eleição em Moscovo


Após campanha por "voto útil", candidatos apoiados por crítico do Kremlin Alexei Navalny conquistam 20 de 45 assentos no Legislativo de Moscovo, mas governistas mantêm maioria e seguem fortes no restante do país.

Candidatos apoiados por Alexei Navalny, principal líder da oposição ao Kremlin, conquistaram quase metade dos assentos na Duma da Cidade de Moscovo, o parlamento municipal, em eleições realizadas neste domingo (08/09), segundo dados oficiais divulgados nesta segunda-feira. 

Embora tenham sido realizadas mais de cinco mil eleições regionais de diferentes níveis por toda a Rússia, a maior atenção esteve focada em Moscovo, onde a decisão da comissão eleitoral de não registar quase todos os candidatos da oposição causou nos últimos meses os maiores protestos na Rússia desde 2012. 

Centenas de pessoas foram presas nas manifestações. Também no domingo, cerca de uma dezena de militantes foram detidos durante uma passeata de solidariedade aos manifestantes detidos.

Poderia o capitalismo ser menos brutal?


Em manifesto, 102 executivos-chefes de megacorporações prometem refrear a própria voracidade e não pensar apenas nos lucros. Revisão dos dogmas neoliberais ou jogada de marketing? Joseph Stiglitz e Ladislau Dowbor comentam

Joseph Stiglitz | Outras Palavras | Tradução: Simone Paz

Será exagerado dizer que o capitalismo está à procura de novos rumos? As grandes corporações atuam no espaço planetário, onde não há governo, regulação ou regras do jogo. As maiores simplesmente não pagam imposto, ou recolhem 0,05% dos lucros como a Apple. Os desastres ambientais e sociais estão se generalizando, mas para as corporações trata-se de “externalidades”. A desigualdade atinge níveis explosivos, mas os bancos vão bem. Em paraísos fiscais temos 200 vezes mais recursos financeiros do que o a Conferência Mundial sobre o Clima decidiu, e mal consegue, levantar. Fraudes em medicamentos, alimentos que generalizam a obesidade, inclusive infantil, trambiques em emissões de veículos, agrotóxicos e antibióticos nos alimentos — é um clima de vale-tudo.

A indignação está se generalizando, e 181 corporações (gigantes como Amazon, JPMorgan, Apple etc.) decidiram que o credo que valia desde os anos 1980, com Milton Friedman, de que as empresas devem pensar apenas nos lucros, não é suficiente. Os impactos ambientais e sociais que provocam fazem parte das suas responsabilidades. Após 40 anos de neoliberalismo irresponsável,  há novos caminhos? É saudável recebermos a notícia com ceticismo, a cosmética corporativa tem longa tradição. Mas também é fato que pelo jeito as corporações estão sentindo o calor da irritação social. Stiglitz faz a proposta essencial: novas leis e regras devem ancorar essas boas intenções corporativas.  (Ladislau Dowbor)

Portugal | Marcelo PR e as comparações obscenas

Alfredo Barroso | jornal i | opinião

Sinceramente, ainda esperei que o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e os órgãos de informação (?) que o idolatram se indignassem perante a compensação ou indemnização que um tal Marcel Keizer, ex-treinador deveras incompetente da equipa de futebol do meu clube - o Sporting - levou para casa: nada menos do que 2 000 000 (dois milhões) de euros! Ou seja: praticamente o mesmo que tanto o PS como o PPD-PSD contam gastar na campanha eleitoral para a Assembleia da República. Podiam ter pegado neste caso, de um dos clubes do futebol português tecnicamente falidos, para criticar as quantias exorbitantes pagas a treinadores do “pontapé-na-bola” e, sobretudo, a gestores de empresas despedidos por incompetência - porque falharam completamente os objectivos e alguns deles conseguiram mesmo destruir as empresas - e que, ainda assim, têm direito a compensações ou indemnizações faraónicas, apesar de o seu desempenho se ter traduzido num enorme fiasco. Bem sei que se trata de entidades privadas e que - por um reflexo bastante provinciano e uma dependência cada vez maior da plutocracia - a maioria dos órgãos de informação (?) acham que os privados podem fazer tudo o que lhes der na gana, pois o privado é que é bom, e o público é que é aquela “merda” que espatifa “sem critério” o dinheiro dos contribuintes. Isto é: os privados fartam-se de falhar, mas ao menos falham “com critério”…

Sobre a falsidade do hemiciclo e do semiparlamentar


Ferreira Fernandes | Diário de Notícias | opinião

Governar de acordo com o povo governado - a tão famosa democracia - tem algumas especificidades que podem diferir de país para país. Nos Estados Unidos, por exemplo, quem governa é o presidente, e este até pode ter tido menos votos do que o outro candidato. Donald Trump foi eleito com menos votos do que a sua concorrente Hillary Clinton mas a América não passou os últimos quatro anos a negar-lhe a legitimidade que a legalidade eleitoral lhe trouxe. Outras legitimidades ele não tem, tão estúpido, má pessoa e ignorante é. Mas isso é outro assunto, que não o derivado da escolha do colégio eleitoral, representantes dos 50 estados americanos, que é quem elege o presidente, não os milhões que vão às urnas.

Portugal também é governado de acordo com o povo governado - outra vez a tal democracia. E também temos especificidades. Ao contrário dos EUA, o governo português não é liderado pelo Presidente (o nosso escrevemos sempre com a letra inicial em maiúscula mas em descompensação ele não nos governa). O povo vota nas eleições para a Assembleia da República, o Presidente ouve os partidos que elegeram deputados e convida uma personalidade para primeiro-ministro. Ora, este para governar precisa de conseguir condições no parlamento - maiorias, arranjos... Chama-se a isso um regime semiparlamentar: o Presidente mete o bedelho, mas com a imposição de escolher alguém que consiga formar um governo que governe. Isto é, que consiga fazer acordos e constitua maiorias no parlamento.

Portugal | A FESTA DA FRATERNIDADE


Rui Sá | Jornal de Notícias | opinião

Como é habitual no primeiro fim de semana de setembro, escrevo este texto na Festa do Avante!. Onde cheguei com a minha filha Rita que, com os seus 9 anos, se transformou numa ferrenha fã da Festa, ao ponto de, na semana anterior, já estar a suspirar "nunca mais chega a Festa!"...

E, logo à entrada, entregue o primeiro talão da entrada permanente (a famosa EP) ao camarada que nos recebe com o recíproco "Boa Festa, camarada!" não consigo, nunca, evitar a comoção de lá estar mais uma vez.

Imagino que este sentimento, expressando-se de formas diferentes, é comum a milhares de pessoas, militantes comunistas ou não - e basta ver as redes sociais para constatar os posts comovidos e comoventes que milhares de pessoas lá colocam com imagens orgulhosas suas na Festa.

Um outro mundo é possível!


Jorge Rocha* | opinião

Como socialista incomoda-me a tendência de alguns dirigentes socialistas (e espante-se, até do Bloco!) em considerarem-se sociais-democratas. O termo obedece a conceitos que nada têm a ver com o Socialismo enquanto sistema alternativo ao capitalismo, tendo apenas a ver com uma forma de reformismo eivado da pretensão de tornar mais suportáveis os métodos da atual exploração do homem pelo homem. Daí que, pese embora ter ficado associado a formas de governo, que foram-se progressivamente desviando do que ele propusera nos seus textos teóricos, Marx ficou injustamente depreciado com a queda do Muro de Berlim. E, no entanto, os meios académicos não são os únicos a reconhecerem-lhe o mérito de ter construído a análise mais aprofundada, e correta, sobre o capitalismo. Também nos meios financeiros há quem se aperceba da justeza desses argumentos, porque o seu postulado fundamental mantém-se pertinente: o capitalismo é instável, as crises sucedem-se e as sociedades vão vendo agravadas as desigualdades de rendimento entre os detentores dos meios de produção e os que apenas têm a força do trabalho para venderem como empregados daqueles. As últimas décadas têm acentuado esse desequilíbrio de rendimentos entre o fator capital e o fator trabalho não havendo ainda as mais do que justificadas tensões sociais, só porque o sistema teve a habilidade de neutralizar os partidos e movimentos políticos dotados de uma visão estratégica substantiva, sendo substituídos por contestações inorgânicas como as protagonizadas recentemente em França pelos coletes amarelos.

Não tivesse o movimento contestatário ao capitalismo perdido a noção do interesse coletivo em detrimento dos de raiz corporativa e estaríamos bem mais próximos do desiderato anunciado por Marx: o derrube de um sistema que levara os patrões a maximizarem a exploração da mão-de-obra no sentido de alcançarem o lucro máximo sob pena de serem substituídos por quem se mostrasse mais eficiente nesse objetivo.

O que Marx não anteviu foi que demorasse tanto tempo a chegar-se a essa agudização decisiva: vivendo exilado em Inglaterra na fase da intensificação da industrialização, ele assistiu à degradação das condições de vida dos operários que, em Liverpool, em 1869, só tinham uma esperança de vida de 28 anos, indicador que desde a Peste Negra nunca estivera tão baixo. Ele acreditou que as razões da revolta estavam a crescer de uma forma irreversível. Só que os reformistas, entre os quais se contaram os sociais-democratas, vieram aligeirar os níveis de exploração ao mesmo tempo que os lucros promoviam um rápido desenvolvimento económico, que tornava acessíveis, mesmo aos operários, o acesso ao consumo de bens anteriormente proibitivos.

Parlamento britânico volta a debater proposta de eleições antecipadas


O parlamento britânico volta hoje a debater uma proposta do governo para organizar eleições antecipadas a 15 de outubro, a qual a oposição já disse que vai chumbar.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, argumentou na quinta-feira que umas eleições legislativas são a única forma de os britânicos poderem decidir se o Reino Unido deve sair da União Europeia (UE) a 31 de outubro ou pedir mais um adiamento.

"Se as pessoas realmente pensam que esse país deve permanecer na UE para além de 31 de outubro, então essa deve ser uma questão para as pessoas deste país decidirem", disse, durante uma visita a uma academia de polícia em West Yorkshire, no norte de Inglaterra.

Porém, após uma reunião na sexta-feira, os partidos da oposição decidiram chumbar a proposta de eleições antecipadas porque receiam que o governo elabore outra manobra que possibilite um Brexit sem acordo, tal como fez com a decisão de suspender o parlamento durante cinco semanas.

"Precisamos garantir que não existe uma consequência acidental de sairmos sem acordo da União Europeia como consequência de uma eleição", afirmou o líder parlamentar do partido Nacionalista Escocês (SNP), Ian Blackford, em declarações à BBC.

Dezenas de empresas de armas não respeitam defesa de direitos humanos -- AI


Dezenas de empresas de armamento violam direitos humanos ao fornecerem equipamento a países acusados de cometer crimes de guerra, acusa a Amnistia Internacional (AI) numa investigação divulgada hoje, véspera de uma grande feira mundial de armas, em Londres.

De acordo com uma investigação da AI, 22 grandes empresas de armas de 11 países não cumprem os padrões internacionais de salvaguarda dos direitos humanos e 14 delas nem sequer responderam aos inquéritos enviados pela organização não-governamental.

Para a AI, a investigação, 'Outsourcing Responsability', revela factos que podem levar a eventuais acusações judiciais contra estas empresas e contra os seus responsáveis, por cumplicidade em crimes de guerra.

O relatório surge na véspera de uma das maiores feiras internacionais de venda de armas, a Feira Internacional de Defesa e Segurança, que decorre em Londres entre terça e sexta-feira, alertando para a falta de cumprimento de protocolos de defesa de direitos humanos a que estão associados os países onde essas empresas estão sedeadas.

EUA | As 8 misteriosas caixas negras do 11 de Setembro


Está prestes a passar mais um ano sobre o 11 de Setembro de 2001 nos EUA. Já lá vão 18 anos. Em quase duas décadas muito pouco ou nada se sabe, com sustentabilidade, sobre o que realmente aconteceu. Em Setembro de 2014 o Voltaire.net publicou uma peça do jornalista Giulietto Chiesa alusiva ao tema, que decidimos recuperar no PG e assim não deixar passar em silêncio o “mistério”, ou os “mistérios”, sobre os acontecimentos do 11 de Setembro de há 18 anos. (PG)

Giulietto Chiesa

Giulietto Chiesa continua a participar na investigação interdisciplinar do Painel de Consenso do 11/09(11 de Setembro). Aqui, dá-nos conta das discrepâncias, e contradições, relativas às caixas negras dos quatro aviões envolvidos nos atentados.

Esta semana comemora-se o 13º o aniversário dos atentados do 11 de setembro de 2001. Pela minha parte continuo a acompanhar o trabalho da equipa do Painel de Consenso sobre o 11/09 (para a qual vos encaminho, neste caso, ao Ponto FLT-4 : Anomalias misteriosas em relação às caixas-negras de 4 aviões do 11 de setembro).

Devo começar por dizer que, mesmo tendo seguido de perto este trabalho colectivo, durante todos estes anos, cada vez que analiso este assunto com mais detalhe, fico estupefacto com esta evidência impressionante: toda a história contada ao mundo, através dos ministérios da propaganda (quer dizer, pelos grande média ocidentais), sobre o 11 de setembro é um gigantesco atentado à mais elementar inteligência. O mundo inteiro foi levado a crer na “história da Carochinha”. E isso continua 13 anos passados.

Tomemos, por exemplo, a questão das famosas «caixas negras» dos quatro aviões que foram - supostamente - sequestrados por 19 terroristas, na manhã de 11 de setembro de 2001 Neste caso, como iremos ver, nem uma única linha da versão oficial se aguenta de pé. Primeiro é preciso esclarecer que as «caixas negras» são cor laranja, de facto, é importante lembrar isto para o seguimento. Todos os aviões comerciais, no mundo, levam duas. Elas são concebidas para ser praticamente indestrutíveis. E, de facto, são-no. Elas contêm um conjunto de dispositivos feitos para suportar solicitações extremamente violentas, quer seja ao nível físico, eléctrico, químico, magnético ou térmico. Dentre estes equipamentos, os dois aparelhos essenciais são o FDR (Flight Data Recorder)(Gravador de Dados de Vôo -ndT),que é o que grava, em cada instante, todos os dados de vôo como a velocidade, a altitude e a posição da aparelho, e o CVR (Cockpit Voice Recorder)(Gravador de Som do Cockpit -ndT), que recolhe todos os sons e vozes no cockpit (cabine de pilotagem).

Os casos em que essas caixas-negras não foram encontradas, ou não puderam fornecer dados úteis para compreender os incidentes, são extremamente raros. Estes materiais têm sido concebidos para este efeito. E isto funciona. As primeiras a usa-los são as companhias de seguros, e logo depois surgem os governos, os serviços secretos, etc. Assim, quatro aviões é igual a oito caixas negras. O que nos diz a versão oficial? Quatro entre essas oito caixas negras «nunca foram encontradas». Metade, portanto. Um falhanço equivalente a um recorde mundial de todos os tempos. Trata- se das quatro caixas-negras dos dois aviões que — oficialmente — chocaram contra as Torres Gémeas – o vôo da American (Airlines-ndT)11 (AA 11) e o da United Airlines 175 (AU 175).

Sobram, pois aqui, quatro. As do voo 77 da American (AA 77) e o do Pentágono, que parecem ter sido recuperadas. Mas o CVR(GS) estava demasiado danificado, e os dados eram irrecuperáveis. Portanto, nenhum resultado quanto a este. Quanto ao FDR do vôo da AA 77 parece ter sido encontrado, no entanto as versões sobre o local são contraditórias. Mas, como veremos em breve, há casos mais graves.

Finalmente, temos os CVR e FDR do vôo da United Airlines 93 (UA 93), aquele que, supostamente, se espatifou num campo na Pensilvânia. A transcrição do CVR foi tornado público pelo FBI, mas somente em 2006, durante o julgamento de Zacarias Moussaoui. Nós voltaremos a ele, não sem antes ressaltar que se trata de uma «transcrição» velha de cinco anos. Finalmente há o FDR do vôo da UA 93. Nós temos um relatório da NTSB (National Transportation Safety Board)-(Conselho Nacional para a Segurança de Transportes -ndT), de 15 de fevereiro de 2002, com o número DCA01MA065, e sabemos que o cartão de memória (Placa de Memória) foi trazida para as instalações da Honeywell, em Redmond, onde foi examinada. Então, está tudo em ordem? Longe disso!

Resumindo: mesmo quanto às quatro caixas-negras recuperadas levantam-se muitas questões ainda a serem esclarecidas, 13 anos após os acontecimentos. E, contradições flagrantes. A propósito das quatro caixas negras dos vôos que atingiram as Torres Gémeas, o Relatório da Comissão sobre o 11/9 contenta-se, simplesmente, em dizer que elas não foram encontradas. Mas temos duas testemunhas que dizem ter encontrado três em cada quatro, em Outubro de 2001. Trata-se de um bombeiro Nicholas DeMasi, e de um voluntário Mike Bellone. As caixas estavam entre os escombros e foram consignadas a alguém que desapareceu. A Comissão de inquérito não as procurou. Todas as informações desapareceram. Mas, ao mesmo tempo, a Comissão de Inquérito, sem medo de cair no ridículo, e no meio do maior silêncio dos principais média ocidentais, anunciou a descoberta do passaporte (em papel) de um dos presumíveis piratas do ar do Vôo AA 11, Salam al-Sugami; nada mais, nada menos! Não temos, pois, nenhuma informação [proveniente destas caixas-negras]; Ora, nenhum investigador no mundo ficaria satisfeito com este resultado.

Mais lidas da semana