Após campanha por "voto
útil", candidatos apoiados por crítico do Kremlin Alexei Navalny
conquistam 20 de 45 assentos no Legislativo de Moscovo, mas governistas mantêm
maioria e seguem fortes no restante do país.
Candidatos apoiados por Alexei
Navalny, principal líder da oposição ao Kremlin, conquistaram quase metade dos
assentos na Duma da Cidade de Moscovo, o parlamento municipal, em eleições
realizadas neste domingo (08/09), segundo dados oficiais divulgados nesta
segunda-feira.
Embora tenham sido
realizadas mais de cinco mil eleições regionais de diferentes níveis por
toda a Rússia, a maior atenção esteve focada em Moscovo, onde a decisão da
comissão eleitoral de não registar quase todos os candidatos da oposição causou
nos últimos meses os maiores protestos na Rússia desde 2012.
Centenas de pessoas foram presas
nas manifestações. Também no domingo, cerca de uma dezena de militantes foram
detidos durante uma passeata de solidariedade aos manifestantes detidos.
Após a apuração de 99% dos
votos, candidatos apoiados por Navalny conseguiram se eleger para 20
dos 45 assentos da Duma da Cidade de Moscovo. "Esse é um resultado
excelente, e nós lutamos juntos por ele", afirmou Navalny
nesta segunda-feira, através do Twitter.
Diante da impossibilidade de
participar destas eleições, a oposição optou pelo "voto útil" contra
o Rússia Unida, partido do presidente russo, Vladimir Putin. A estratégia
foi lançada por Navalny, que convocou os eleitores, através de sua página
na internet, a votarem nos candidatos com maiores chances de derrotar os
representantes governistas.
Os comunistas, que anteriormente
tinham cinco assentos, foram os maiores ganhadores, podendo ficar com
entre 13 a 14 lugares, de acordo com as agências Interfax e Ria Novosti. O
liberal Yabloko ("maçã" em russo) e o esquerdista Rússia Justa, que
não estavam anteriormente representados na Duma da Cidade de Moscou, devem
ganhar três assentos cada um.
Os índices de aprovação do Rússia
Unida já tinham atingido um nível
baixo na cidade mesmo antes da eleição. Após semanas de protestos em
massa da oposição, nenhum político se candidatou oficialmente pelo partido em
Moscovo. Membros da legenda governista se apresentaram como candidatos
independentes, apesar de continuarem sendo apoiados pelo partido.
Até agora, 38 dos 45 assentos na
Duma de Moscovo eram ocupados por candidatos leais ao Kremlin, dos quais 28
eram do Rússia Unida. Agora restaram apenas 26 ou 25 assentos aos governistas,
o que significa que perderam um terço de seus assentos.
Segundo a Interfax, apenas nove
membros da Duma de Moscovo pertencentes ao partido do Kremlin foram
reeleitos no domingo. O líder do partido em Moscovo, Andrej Metelski, perdeu seu
assento.
No resto do país, contudo, o
"voto útil" não teve o mesmo resultado, com a Rússia Unida
conquistando maiorias em 11 parlamentos locais, segundo o secretário do
conselho geral do partido, Andrei Turchak.
Todos os atuais e atuais
governadores conseguiram manter suas posições, sendo a maioria associada ao
Kremlin. Em São Petersburgo, o governador Alexander Beglov, aliado de Putin,
obteve 64,68% dos votos, depois da apuração de 93,18% dos votos.
Deutsche Welle | MD/efe/lusa/afp/ap
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