quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

Angola | Impunidades arrestadas


Luciano Rocha | Jornal de Angola | opinião

O imóvel, na Rua do 1º Congresso do MPLA, conhecido pelo “prédio dos chineses”, independentemente dos motivos que o levaram a ser recentemente arrestado por decisão da PGR, foi sempre exemplo da impunidade em Luanda.

O princípio da ditadura do “posso, quero e mando” esteve sempre bem patente naquele local. No edifício em si, mas, também, praticamente, em toda a área pública adjacente, o que motivou, aliás, vários reparos neste espaço de observação e crítica. 

Desde águas provenientes do interior do imóvel, inclusivamente com recurso a mangueiras, a escorrerem dias a fio pela Rua do 1º Congresso do MPLA até à da Rainha Jinga, levando com elas tudo o que encontrava pelo caminho, até à transformação do passeio em frente em parque de estacionamento de viaturas de empregados dos serviços que alberga, aumentando a confusão do tráfego automóvel e de peões numa das mais movimentadas artérias da capital, tudo ali sempre foi um hino permanente à impunidade, com coro afinado pela complacência conivente dos injustamente apelidados “reguladores de trânsito”.

Agora, com o arresto do “prédio dos chineses”, entre outros - não foi o único e esperamos que não seja o último - pode ser que os mentores da impunidade e seguidores percebam que os dias do “posso, quero e mando” estão a acabar, encolham as garras, calem o bico.

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