A ministra guineense da Saúde,
Magda Robalo, anunciou hoje que cerca de 40 estudantes regressaram à
Guiné-Bissau, a expensas da família, desde que foi declarado o surto de um novo
coronavírus na China.
"Neste momento nenhum deles
apresenta quadro de sintoma da doença", afirmou Magda Robalo,
endereçando a solidariedade do Governo da Guiné-Bissau ao povo da China.
A ministra guineense falava no
final da reunião de criação e apresentação do Centro de Operações de Emergenciais em
Saúde (COES), criado pelo Governo da Guiné-Bissau em coordenação com os
parceiros internacionais.
Em relação ao regresso ao país de
estudantes guineenses, Magda Robalo sublinhou que diariamente estão a
chegar e que a equipa de técnicos de saúde que faz a despistagem no
aeroporto internacional de Bissau fica com os seus contactos para operações de
monitorização nas suas casas.
O COES vai pôr em marcha três
medidas, ao abrigo do plano de contingência para evitar a entrada do novo coronavírus na
Guiné-Bissau, nomeadamente a vigilância da fronteira, através de despistagem rápida
aos passageiros que entrem no país.
A sensibilização à população sobre
a necessidade de lavar as mãos com água e sabão durante várias vezes
ao dia e a preparação de respostas médicas no caso de a doença ser detetada são
outras medidas a adotar.
A ministra da Saúde guineense
indicou que o Governo vai providenciar um local de acolhimento para doentes que
possam ser detetados com infeção pelo novo coronavírus.
Presente na reunião de criação do
COES, o embaixador da China na Guiné-Bissau, Jin Hong Jun,
aconselhou os estudantes guineenses a permanecerem no país asiático "como
forma de se evitar a propagação da doença".
O diplomata garantiu total apoio
do Governo chinês aos estudantes.
Neste momento mais 200 estudantes
da Guiné-Bissau estão na China, sendo que pouco mais que 100 são beneficiários
de uma bolsa do Governo de Pequim e os restantes estão por conta própria.
A China elevou hoje para 490
mortos e mais de 24.300 infetados o balanço do surto de pneumonia
provocado por um novo coronavírus (2019-nCoV) detetado em dezembro passado,
em Wuhan, capital da província de Hubei (centro), colocada sob
quarentena.
Foram 64 as mortes na China
registadas nas últimas 24 horas, segundo as autoridades de Pequim.
A primeira pessoa a morrer por
causa do novo coronavírus fora da China foi um cidadão chinês nas
Filipinas.
Além do território continental da
China e das regiões chinesas de Macau e Hong Kong, há outros casos de infeção confirmados
em mais de 20 países, com o último novo caso identificado na Bélgica.
A Organização Mundial de Saúde (OMS)
declarou na quinta-feira uma situação de emergência de saúde pública de âmbito internacional,
o que pressupõe a adoção de medidas de prevenção e coordenação à
escala mundial.
Notícias ao Minuto | Lusa |
Imagem: © Getty Images
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