quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020

PR está a "ponderar" pedido de demissão de primeiro-ministro timorense


Díli, 25 fev 2020 (Lusa) -- O Presidente da República timorense, Francisco Guterres Lu-Olo, está a "ponderar" o pedido de demissão apresentado na segunda-feira pelo primeiro-ministro Taur Matan Ruak, que hoje anunciou publicamente a sua decisão, segundo fontes da Presidência.

"A carta foi endereçada diretamente ao Presidente da República. Não foi distribuída ao secretariado. O senhor Presidente está a ponderar o pedido de demissão", disse à Lusa fonte da Presidência da República.

Taur Matan Ruak anunciou hoje que apresentou a demissão ao Presidente da República, Francisco Guterres Lu-Olo, na segunda-feira.

"Apresentei a demissão ontem [segunda-feira]. A decisão final cabe ao Presidente da República", disse Taur Matan Ruak aos jornalistas no Palácio Presidencial, em Díli.

Taur Matan Ruak falava aos jornalistas depois de um encontro com o Presidente, Francisco Guterres Lu-Olo, dias depois de Xanana Gusmão anunciar que o seu partido, o Congresso Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT), tinha uma nova maioria parlamentar.

"O encontro foi convocado pelo PR [Presidente da República] para falar sobre a minha carta em que manifestei a minha intenção de demissão. Falei com o senhor Presidente, mas a última palavra é do senhor Presidente", considerou o primeiro-ministro.

"A demissão só é válida quando o Presidente a decretar e até lá eu continuarei em funções para garantir a ação governativa. Não podemos deixar a nação sem direção", afirmou.


A Lusa solicitou cópia da carta ao gabinete do primeiro-ministro que informou que a carta "foi remetida para sua Exa. o Presidente da República" pelo que a "faculdade de divulgar o documento e o seu conteúdo fica na reserva de S. Exa. o Presidente da República".

A Presidência não divulgou igualmente o conteúdo da carta, não havendo ainda confirmação de quando o Presidente da República anunciará a sua decisão de aceitação ou não da demissão.

Fontes da Presidência da República explicaram à Lusa que a decisão de aceitar a demissão pode ser condicionada pela apresentação, antecipadamente, da nova coligação anunciada por Xanana Gusmão.

Uma decisão que pretenderia evitar um vazio mais prolongado na gestão governamental.

Fontes do Congresso Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT) e do Partido Democrático (PD), dois dos seis partidos da coligação, confirmaram à Lusa que a carta para dar a conhecer a coligação ao chefe de Estado "está praticamente pronta".

"A coligação deverá ser apresentada em breve", disse um dirigente do CNRT.

ASP // FPA

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