Díli, 25 fev 2020 (Lusa) -- O
Presidente da República timorense, Francisco Guterres Lu-Olo, está a
"ponderar" o pedido de demissão apresentado na segunda-feira pelo
primeiro-ministro Taur Matan Ruak, que hoje anunciou publicamente a sua
decisão, segundo fontes da Presidência.
"A carta foi endereçada
diretamente ao Presidente da República. Não foi distribuída ao secretariado. O
senhor Presidente está a ponderar o pedido de demissão", disse à Lusa
fonte da Presidência da República.
Taur Matan Ruak anunciou hoje que
apresentou a demissão ao Presidente da República, Francisco Guterres Lu-Olo, na
segunda-feira.
"Apresentei a demissão ontem
[segunda-feira]. A decisão final cabe ao Presidente da República", disse
Taur Matan Ruak aos jornalistas no Palácio Presidencial, em Díli.
Taur Matan Ruak falava aos
jornalistas depois de um encontro com o Presidente, Francisco Guterres Lu-Olo,
dias depois de Xanana Gusmão anunciar que o seu partido, o Congresso Nacional
da Reconstrução Timorense (CNRT), tinha uma nova maioria parlamentar.
"O encontro foi convocado
pelo PR [Presidente da República] para falar sobre a minha carta em que
manifestei a minha intenção de demissão. Falei com o senhor Presidente, mas a
última palavra é do senhor Presidente", considerou o primeiro-ministro.
"A demissão só é válida
quando o Presidente a decretar e até lá eu continuarei em funções para garantir
a ação governativa. Não podemos deixar a nação sem direção", afirmou.
A Lusa solicitou cópia da carta
ao gabinete do primeiro-ministro que informou que a carta "foi remetida para
sua Exa. o Presidente da República" pelo que a "faculdade de divulgar
o documento e o seu conteúdo fica na reserva de S. Exa. o Presidente da
República".
A Presidência não divulgou
igualmente o conteúdo da carta, não havendo ainda confirmação de quando o
Presidente da República anunciará a sua decisão de aceitação ou não da
demissão.
Fontes da Presidência da
República explicaram à Lusa que a decisão de aceitar a demissão pode ser
condicionada pela apresentação, antecipadamente, da nova coligação anunciada
por Xanana Gusmão.
Uma decisão que pretenderia
evitar um vazio mais prolongado na gestão governamental.
Fontes do Congresso Nacional da
Reconstrução Timorense (CNRT) e do Partido Democrático (PD), dois dos seis
partidos da coligação, confirmaram à Lusa que a carta para dar a conhecer a
coligação ao chefe de Estado "está praticamente pronta".
"A coligação deverá ser
apresentada em breve", disse um dirigente do CNRT.
ASP // FPA
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