Por 51 votos a 49, Senado
americano rejeita convocação de novas testemunhas e abre caminho para
encerramento do processo. Absolvição de Trump é quase certa na Casa controlada
por republicanos.
O Senado dos Estados Unidos,
controlado pelos republicanos, decidiu nesta sexta-feira (31/01) não convocar
novas testemunhas para o julgamento
do impeachment do presidente do país, Donald Trump, o que abre caminho
para o encerramento antecipado do processo e a absolvição quase certa do
mandatário.
Com 51 votos contra e 49 a favor,
a maioria republicana bloqueou a proposta dos democratas, que queriam ouvir,
entre outras testemunhas, o ex-assessor de Segurança Nacional John Bolton.
Depois da votação, o Senado
entrou em um breve recesso, deixando no ar a dúvida de quando os republicanos
começarão as deliberações sobre a absolvição ou não de Trump das duas acusações
apresentadas pela Câmara dos Representantes.
"A maioria do Senado dos EUA
decidiu que os numerosos depoimentos apresentados e as mais de 28 mil páginas
de documentos incluídos como evidência são suficientes para julgar as ações e
encerrar esta destituição", afirmou o líder dos republicanos, Mitch
McConnell.
Os democratas precisavam de
quatro votos dos republicanos para conseguir incluir novos depoimentos e
convocar Bolton a depor no processo. No entanto, as esperanças da oposição
começaram a se esvair na quinta-feira, quando uma das apostas do partido, o
senador Lamar Alexander, disse que já havia elementos suficientes para julgar e
considerar que Trump não deve ser afastado do cargo.
Agora, os senadores vão se reunir
para determinar como será a fase final da destituição. Os republicanos querem
uma votação rápida, sem grande deliberação, para inocentar Trump. Para a destituição, é necessária uma maioria de dois terços, e nenhum dos 53 senadores
republicanos indicou que vai votar contra o presidente.
No pedido para incluir novas
testemunhas, apenas dois republicanos, Mitt Romney e Susan Collins, votaram ao
lado dos democratas.
Ainda que os senadores não tenham
definido como será a reta final do caso de Trump, o processo já é bastante
diferente do aberto contra o ex-presidente Bill Clinton, em 1999. Na ocasião, o
Senado convocou testemunhas e deliberou por três dias antes de absolvê-lo das
acusações.
Trump é acusado de abuso de poder
e obstrução dos poderes investigativos do Congresso. O caso envolve a
suspeita de que o presidente teria pressionado o governo da Ucrânia a
investigar um adversário eleitoral, o ex-vice-presidente Joe Biden, pré-candidato
à presidência pelo Partido Democrata. O republicano também é suspeito de tentar
barrar esforços dos congressistas americanos para investigar as ações da Casa
Branca.
Os advogados de Trump alegam que
o presidente não cometeu qualquer ilegalidade em suas negociações com a Ucrânia
e que os eleitores americanos – e não o Congresso – deveriam decidir seu
destino.
Trump é o terceiro presidente
americano a enfrentar um processo de destituição. Em 1868, Andrew Johnson foi
acusado de remover um ministro sem autorização do Senado. Em 1998, foi a vez de
Bill Clinton ser acusado de perjúrio e obstrução da Justiça. Os dois, porém,
foram absolvidos no Senado.
Deutsche Welle | CN/efe/rtr/lusa
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