sábado, 1 de fevereiro de 2020

Trump conquista vitória no processo de destituição


Por 51 votos a 49, Senado americano rejeita convocação de novas testemunhas e abre caminho para encerramento do processo. Absolvição de Trump é quase certa na Casa controlada por republicanos.

O Senado dos Estados Unidos, controlado pelos republicanos, decidiu nesta sexta-feira (31/01) não convocar novas testemunhas para o julgamento do impeachment do presidente do país, Donald Trump, o que abre caminho para o encerramento antecipado do processo e a absolvição quase certa do mandatário.

Com 51 votos contra e 49 a favor, a maioria republicana bloqueou a proposta dos democratas, que queriam ouvir, entre outras testemunhas, o ex-assessor de Segurança Nacional John Bolton.

Depois da votação, o Senado entrou em um breve recesso, deixando no ar a dúvida de quando os republicanos começarão as deliberações sobre a absolvição ou não de Trump das duas acusações apresentadas pela Câmara dos Representantes.

"A maioria do Senado dos EUA decidiu que os numerosos depoimentos apresentados e as mais de 28 mil páginas de documentos incluídos como evidência são suficientes para julgar as ações e encerrar esta destituição", afirmou o líder dos republicanos, Mitch McConnell.


Os democratas precisavam de quatro votos dos republicanos para conseguir incluir novos depoimentos e convocar Bolton a depor no processo. No entanto, as esperanças da oposição começaram a se esvair na quinta-feira, quando uma das apostas do partido, o senador Lamar Alexander, disse que já havia elementos suficientes para julgar e considerar que Trump não deve ser afastado do cargo.

Agora, os senadores vão se reunir para determinar como será a fase final da destituição. Os republicanos querem uma votação rápida, sem grande deliberação, para inocentar Trump. Para a destituição, é necessária uma maioria de dois terços, e nenhum dos 53 senadores republicanos indicou que vai votar contra o presidente.

No pedido para incluir novas testemunhas, apenas dois republicanos, Mitt Romney e Susan Collins, votaram ao lado dos democratas.

Ainda que os senadores não tenham definido como será a reta final do caso de Trump, o processo já é bastante diferente do aberto contra o ex-presidente Bill Clinton, em 1999. Na ocasião, o Senado convocou testemunhas e deliberou por três dias antes de absolvê-lo das acusações.

Trump é acusado de abuso de poder e obstrução dos poderes investigativos do Congresso. O caso envolve a suspeita de que o presidente teria pressionado o governo da Ucrânia a investigar um adversário eleitoral, o ex-vice-presidente Joe Biden, pré-candidato à presidência pelo Partido Democrata. O republicano também é suspeito de tentar barrar esforços dos congressistas americanos para investigar as ações da Casa Branca.

Os advogados de Trump alegam que o presidente não cometeu qualquer ilegalidade em suas negociações com a Ucrânia e que os eleitores americanos – e não o Congresso – deveriam decidir seu destino.

Trump é o terceiro presidente americano a enfrentar um processo de destituição. Em 1868, Andrew Johnson foi acusado de remover um ministro sem autorização do Senado. Em 1998, foi a vez de Bill Clinton ser acusado de perjúrio e obstrução da Justiça. Os dois, porém, foram absolvidos no Senado. 

Deutsche Welle | CN/efe/rtr/lusa

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