O primeiro-ministro de Cabo
Verde, Ulisses e Correia e Silva, anunciou hoje que os cabo-verdianos retidos
no Brasil, Estados Unidos e Portugal, devido às restrições impostas face à
pandemia de covid-19, serão repatriados em breve.
"Cabo-verdianos retidos no
exterior serão repatriados, mas deverão ficar em quarentena", anunciou ao
final do dia de hoje o primeiro-ministro, numa altura em que se multiplicam
apelos de cabo-verdianos no exterior, que aguardam voos de regresso ao
arquipélago.
Contudo, desde quinta-feira que
Cabo Verde está fechado a voos internacionais, bem como à acostagem de navios,
medidas preventivas face à pandemia de covid-19 e numa altura em que o país já
tem um caso confirmado da doença, provocada por um novo coronavírus.
"Estamos a viver em todo o
mundo momentos difíceis, que tocam as nossas vidas. Temos cabo-verdianos
retidos nos aeroportos de Recife, Fortaleza, Boston e Lisboa à espera de
regressarem a Cabo Verde, à semelhança do que acontece com milhares de cidadãos
de outras nacionalidades que nos vários aeroportos do mundo esperam regressar
aos seus países", reconheceu Ulisses Correia e Silva.
Acrescentou que o Governo
"está a envidar esforços para voos de repatriamento através da Cabo Verde
Airlines", o que "deverá acontecer brevemente".
Além disso, afirmou que voos de
repatriamento - que são permitidos expressamente para esse fim, sem desembarque
-, de cidadãos estrangeiros, na sua grande maioria turistas, "têm estado a
ser assegurados e realizados na sua grande parte pelas companhias aéreas que
transportam turistas para Cabo Verde".
A embaixada portuguesa em Cabo
Verde anunciou na quinta-feira que está para "breve" uma solução para
repatriar as centenas de turistas portugueses que permanecem no arquipélago,
afetados pela interdição de voos. De acordo com vários relatos de turistas
feitos à Lusa, esta situação afeta sobretudo os portugueses que estavam de
férias na ilha do Sal, hospedados em hotéis e com viagens canceladas
essencialmente pela companhia aérea portuguesa, TAP.
"Após desenvolvidas várias
diligências pelos governos português e cabo-verdiano, deverá ser em breve
encontrada uma solução com vista a permitir o regresso a Portugal dos
passageiros que adquiriam títulos de transporte antes da entrada em vigor da interdição
de voos", lê-se no comunicado.
Fonte diplomática portuguesa
explicou anteriormente à Lusa que há entre 200 a 300 portugueses em várias
ilhas de Cabo Verde, sobretudo no Sal e em Santiago (Praia), a aguardar viagem
de regresso a casa.
Contactados hoje pela Lusa,
alguns destes turistas afirmam ter recebido garantias das autoridades
portuguesas para voos de regresso até à próxima segunda-feira.
Por decisão do Governo
cabo-verdiano, e pelo menos até 09 de abril, estão proibidas as ligações aéreas
oriundas de 26 países, incluindo Portugal e Brasil.
O novo coronavírus, responsável
pela pandemia da Covid-19, infetou mais de 265 mil pessoas em todo o mundo, das
quais mais de 11.100 morreram.
Das pessoas infetadas, mais de
90.500 recuperaram da doença.
RTP | Lusa
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