A vítima mortal era Mário
Veríssimo, de 80 anos, antigo massagista do Estrela da Amadora e amigo de Jorge
Jesus, e estava há vários dias internado no Hospital de Santa Maria, com uma
doença pulmonar associada.
A ministra da Saúde, Marta Temido,
anunciou esta segunda-feira, a primeira vítima mortal em Portugal pelo novo
coronavírus. Trata-se de um homem de 80 anos que morreu no Hospital de Santa
Maria, em Lisboa. O Presidente da República e primeiro-ministro já
apresentaram condolências à família. António Costa disse ainda que este
momento deve servir para reforçar a consciência coletiva dos riscos.
Marta Temido, que fez questão de
frisar que se trata de um momento de pesar, acrescentou que o paciente tinha
comorbilidades associadas e estava internado há vários dias.
A vítima é Mário Veríssimo,
antigo massagista do Estrela da Amadora que, segundo o DN apurou, sofria de uma
doença pulmonar e, aliás, chegou ao hospital só com um pulmão a funcionar.
Aliás, este doente foi notícia há três dias quando Jorge Jesus, treinador do
Flamengo, disse numa conferência de imprensa que tinha perdido um amigo devido
ao covid-19. Na altura, o técnico sabia que Veríssimo estava com uma saúde
bastante precária e tinha recebido uma informação errada, mas a morte acabou
por acontecer esta segunda-feira.
Este domingo, o Estrela da
Amadora já tinha publicado uma mensagem de apoio a Mário Veríssimo através da
sua conta Twitter.
António Costa reagiu pouco
depois, manifestando "consternação e pesar" por esta primeira morte
por covid-19 no nosso país. E alertou que este "momento de respeito"
deve servir para reforçar a consciência coletiva dos riscos.
"Foi com consternação e
pesar que recebi a notícia do falecimento da primeira vítima de Covid-19 em
Portugal. Este, que é um momento de respeito, deve servir também para
reforçarmos a consciência coletiva dos riscos que corremos. Façamos tudo o que
depende de nós, enquanto comunidade, para contermos esta pandemia", lê-se
numa publicação do primeiro-ministro no Twitter.
Mais mortes nos próximos dias
A ministra Marta Temido quis
encurtar a conferência de imprensa, dado a informação que tinha para dar.
"Queria dizer que esta conferência de imprensa deve ser muito curta,
porque se trata de um momento de profundo pesar, de reflexão. Mais do que nunca
precisamos de nos concentrar no muito que há para fazer."
Depois de anunciar que Portugal
regista a primeira vítima mortal do novo coronavírus - isto quando o número de infetados no país se situa em 331 -, a
ministra quis agradecer ainda "a todos os profissionais do Serviço
Nacional de Saúde o esforço que estão a fazer para garantir que o SNS continua
a funcionar, porque também os outros doentes continuam a merecer os cuidados de
saúde adequados à sua situação".
Estão internados 18 doentes nos
cuidados intensivos e inspiram cuidados, referiu a diretora-geral da Saúde. Por
isso, disse Graça Freitas, "teremos nos próximos dias, nas próximas semanas e
nos próximos dias, mais pessoas a falecer, faz parte da história natural desta
doença" - lembrou a propósito que a taxa de letalidade pelo covid-19 em
todo o mundo é superior a 2%.
Questionada sobre a necessidade
de serem adotadas medidas mais restritivas para que as pessoas se mantenham em
casa, a ministra da Saúde respondeu que "este é um momento de disciplina e
de comportamentos cívicos" e que é importante todos se consciencializarem
dos riscos que corremos". Acrescentou: "Um desses riscos é o da nossa
sociedade se desestruturar."
Marta Temido comparou o momento
que vivemos aos tempos de guerra. E pegou no exemplo dos ingleses que, mesmo
quando eram bombardeados durante a Segunda Guerra Mundial, se mantiveram a
trabalhar. "Não podemos interromper a vida social, não podemos ficar
sem pão, sem energia, sem recolha de resíduos."
Mas é preciso "manter os
comportamentos adequados" e cada um "deve refletir sobre o que é
esperado" de si. Por seu lado, o Governo diz estar a fazer tudo para
garantir que há meios para testar todos os casos suspeitos de covid-19, embora
a ministra tenha avisado que é preciso ser criterioso no uso dos testes e dos
equipamentos.
Cirurgias e consultas canceladas
Para libertar os profissionais de
saúde para o combate ao novo coronavírus, o Governo emitiu, aliás, uma
orientação para que todos os estabelecimentos de saúde remarquem as cirurgias e
consultas externas que não sejam prioritárias ou muito prioritárias; que os
meios de diagnóstico e terapêutica que não correspondam a meios necessários de
caráter imprescindível e os que necessitam de internamento sejam avaliados; que
os doentes triados nos serviços de urgência como verdes e azuis sejam
encaminhados para os cuidados de saúde primários; e que as sessões de hospital
de dia sejam limitadas a situações imprescindíveis.
A nível dos cuidados de saúde
primários, a orientação é para que se mantenha o acompanhamento de doenças
crónicas que revelem essa necessidade, da primeira consulta da gravidez e da
vacinação.
Graça Henriques, Carlos Nogueira, Nuno Mota Gomes | Diário de Notícias | Imagem: Manuel de Almeida / Lusa
Num comentário à notícia no Diário
de Notícias:
O Jesus já tinha dito há 2 dias
que ele tinha morrido... será uma prova que nos estão a esconder muitas más noticias?
NR: Esperemos que não. Que foi informação errada obtida por Jorge Jesus. Caso contrário,
tal como no regime fascista de Salazar nas cheias de 1967, que nos mentiu como
de costume acerca do número de vítimas, também o governo do PS merecerá o nosso
desprezo e a nossa reprovação. (PG)
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