segunda-feira, 2 de março de 2020

ISRAEL E OUTROS ESTUPORES


E vão três… atos eleitorais para as legislativas, desde Abril do ano passado. Onde? Em Israel! É esse o tema dedicado no Expresso Curto por Pedro Cordeiro. Israel, uma babilónia de abusos, ocupações, mortandade, crimes contra a humanidade, subjugadora dos palestinianos. Tudo isso é incompreensível se atentarmos que foi um povo vítima do holocauto. E como podem agora, depois de tantas amarguras e de terem sido vítimas do holocausto nazi, comportarem-se como irrascÍveis assassinos e repressores dos palestinianos? Mas é o que sabemos fruto das mais e horripilantes descrições com acesso na comunicação social. Até nas entre linhas de prosas manipuladas percebemos o terrorismo exercido pelo estado de Israel.

Novo coronavírus. Novo porque foi manipulado?

Trata o Curto sobre o coronavírus e um comboio parado no Entroncamento… Só podia ser ali? Não. A terra dos fenómenos sobre isso não carrega esse atual trauma global. Aconteceu ali, no Entroncamento, como podia ter acontecido noutra terra situada paredes-meias com o percurso do comboio. É caso no Curto o comboio parado tempo prolongado devido a passageira com aparentes sintomas do vírus… Mas provavelmente não passam de medos de um vírus que já ceifou largas centenas de seres humanos. Um vírus que pode muito bem ter sido manipulado em laboratório, inserido na guerra biológica que possibilita o bioterrorismo. Talvez que depois de passados muitos anos a verdade seja revelada nesse sentido. Como este mundo e as elites avançam atualmente e se munem de ganância e desumanidade em nome de “interesses económicos, geoestratégicos, etc.” a manipulação de vírus – corona e outros – e aparecimento do surto na China, estrategicamente no centro do país (assinalado a vermelho no mapa Google), onde abrange em redor áreas mais populosas, dá que pensar, desconfiar e admitir que não aconteceu por acaso, nem por via de morcegos ou de outros inocentes animais. Soam vozes credíveis.

Adiante, que se faz tarde.

“Tragédia Humana”. Curto sobre a Turquia e a chantagem de um ditador asqueroso (como todos) de nome Erdogan. Joga com a vida de migrantes empurrando-os para a Grécia. Por lá é o caos e a pressão à União Europeia. Turquia menbro da NATO, essa associação de malfazer, comandada pelo império norte-americano, os EUA de Trump e de outros como ele.

Muito curtinho: A Guiné-Bissau vai indo de golpe em golpe, de Estado. Uns quantos bandidos das elites e da droga fazem do povo guineense gato-sapato. Como de costume a comunidade internacional reage com pezinhos de lã. Afinal as enormes verbas que os barões da droga movimentam interessam sobremaneira ao ocidente, ao capitalismo, aos 1% ou um pouco mais de percentagem. Pois é. Estamos à mercê de criminosos estuporados de alto gabarito que põem e dispõem por todo o mundo, cometendo crimes hediondos. Exemplo de vítima é também a Guiné-Bissau, como imensos outros países e povos a nível global.

Basta. Hoje o Curto fica por aqui. Já está longo. Mas muito mais longa é a lista de estupores chamados líderes e/ou nata da economia e finanças. Nata para ilusão, estupores de esgoto na realidade. Provavelmente ou decerto criminosos. Não todos, mas demasiados. Certezas e suspeições não faltam. Até na chamada Justiça. Irra, que é demais!

Bom almoço, se tiver o que almoçar. Se não tiver… Alimente-se desta falsa democracia que nos rodeia e da justiça injusta e copiosamente desacreditada.

Leia o Curto, longo e recomendável. A seguir.

Bom dia.

MM | PG




Israel hesita (de novo) entre dois Benjamins

Pedro Cordeiro | Expresso

Bom dia!

Desta madrugada vêm-nos duas notícias, mas antes de irmos aos motivos que ditaram a desistência de Pete Buttigieg das primárias americanas e enquanto esperamos por saber se a última suspeita de coronavírus em Portugal se confirma (já lá vamos), permitam-me os leitores que volte atenções para Oriente.

É que esta segunda-feira vota-se em Israel, nas terceiras legislativas desde 9 de abril de 2019. Nem o ato eleitoral desse dia nem o de 17 de setembro último geraram um Knesset (Parlamento) capaz de servir de base à formação de um Governo, daí a repetição. Será desta? O correspondente do Expresso em Jerusalém, Henrique Cymerman, acredita a coisa possa não ficar por aqui.

As sondagens mantêm a previsão de luta taco-a-taco entre o Likud (direita, “Consolidação” em tradução aproximada) de Benjamin Netanyahu, que governa há mais de 10 anos, e a coligação centrista Kahol Lavan (“Azul e Branco”), chefiada pelo general Benny Gantz. Os estudos de opinião dos últimos dias dão a cada uma destas forças políticas 32 a 35 lugares no Knesset (num total de 120), ou seja, estão ambas muito aquém da maioria absoluta. É interessante espreitar o agregador de sondagens do jornal israelita “Haaretz”.

As alianças possíveis incluem, do lado de Gantz, a Lista Unida formada por partidos árabes e a coligação de centro-esquerda Labor-Meretz-Gesher. Inclinados a entenderem-se com Netanyahu estão os partidos judeus ultraortodoxos Shas e Judaísmo Unido da Torá, além do Yamina (extrema-direita). O que pode deixar como fiel da balança, como em abril e setembro, o Yisrael Beitenu, liderado pelo antigo ministro Avigdor Lieberan, cujo eleitorado tem por base os israelitas de origem russa. Nas duas ocasiões anteriores não tomou partido por nenhum dos aspirantes a chefiar o Governo. Fique a conhecer este homem carismático e polémico num perfil da “Foreign Policy”.

Com 14 anos de poder, 11 deles seguidos, Netanyahu é a pessoa que mandou mais tempo no Estado hebraico. Significativamente, hoje pode nem ser o dia mais importante de março para o primeiro-ministro: a 17 de março — escassas duas semanas após a ida às urnas, um dia depois de o novo Parlamento tomar posse e, logo, antes de qualquer novo Executivo estar em funções — começa o seu julgamento por três casos de corrupção. Se isso e certo fastio eleitoral ajudam a desmotivar os cidadãos, o facto de empresas do rival Gantz estarem sob investigação dificilmente ajudará.

Além das agruras judiciais dos candidatos, no centro da campanha esteve a sempiterna questão israelo-palestiniana. Netanyahu endureceu o discurso e anunciou novas construções em território legalmente palestiniano, que acusa Gantz de querer entregar aos palestinianos. O governante defende o plano de Donald Trump para a região, que os palestinianos recusaram no próprio dia em que o Presidente dos Estados Unidos o apresentou, e afirma que Gantz “não é um líder”. Este defende-se recrutando para o seu lado antigos chefes dos serviços secretos (Mossad).

“The Guardian” faz um bom resumo das perguntas essenciais sobre estas legislativas, que recordam o filme “Feitiço do Tempo”, aquele em que a personagem interpretada por Bill Murray acordava sempre no mesmo dia. Passava-se a ação num 2 de fevereiro, o Dia da Marmota, em que a cidade americana de Punxsutawney se fia nas previsões da marmota Phil sobre o clima. Neste 2 de março não há bicho nem bruxo que nos anuncie o futuro de Israel, pelo menos até que os votos estejam contados, nem se a tão necessária paz vai chegar por fim, mas será importante conhecer aqueles a quem o escrutínio de hoje mais afetará. Para lá de candidatos e dirigentes, há pessoas reais. Recomendo, por isso, este excelente trabalho interativo do “Haaretz”.

Enquanto os mais de seis milhões de eleitores de Israel exercem o seu direito, não quero deixar de referir um assunto que está sempre presente quando se fala deste país: o intolerável, o repugnante, o imbecil antissemitismo. Não faltam expressões deste fenómeno perigoso e a semana que passou mostrou, como bem ilustra o João Pedro Barros, que há casos em que o Carnaval é mesmo para levar a mal. Recentemente Portugal viu cair um membro dos órgãos dirigentes do CDS por publicações antissemitas no Facebook, na sequência de uma notícia do Expresso. Na edição semanal desta semana, e num âmbito mais alargado, a Cristina Peres analisa a banalização do discurso do ódio que grassa pelo mundo. Que não vingue.

Outras notícias

FENÓMENO DO ENTRONCAMENTO O comboio da CP já voltou andar e a passageira que se queixou de sintomas do coronavírus Covid-19 foi levada para o hospital. Soma-se aos casos suspeitos em Portugal, dos quais 73 deram negativo e outros 12 estão em análise. Recordemos que mais de 40 mil pessoas em todo o planeta já recuperaram dos sintomas, que são muito mais do que os cerca de 3000 cujas mortes há a lamentar e, acima de tudo, rejeitemos mitos e saibamos como proteger-nos e ao próximo. É bem possível que entre nós exista coronavírus, receio reforçado pela notícia da infeção do escritor chileno Luis Sepúlveda, que recentemente passou por Portugal. Entrar em pânico não será a melhor reação, mas levemos a sério os alertas de um perito ouvido pelo diário “The Guardian”.

PETE IS OUT Se é dos que se esforçaram por aprender como se pronuncia o nome de Pete Buttigieg, não se esqueça (algo como Butidjâdje), e recorde até um pouco sobre o homem, mas não conte proferir tal apelido muitas vezes a propósito da presidência americana. O antigo mayor de South Bend, Indiana, desistiu da corrida à nomeação pelo Partido Democrata, um dia depois das primárias da Carolina do Sul, vencidas por Joe Biden (leia o que o correspondente do Expresso nos EUA, Ricardo Lourenço, escreveu sobre a ressurreição do homem que foi vice-presidente de Obama). À frente da contagem de delegados para a convenção continua Bernie Sanders, cujas opções o nosso colunista Miguel Monjardino analisa na edição impressa. E se o Politico.com assegura que a senadora Elizabeth Warren ainda acredita na vitória, não ignoremos o milionário Michael Bloomberg, pois o dinheiro conta sempre numa campanha americana. Sobre a decisão do nome que irá defrontar Trump nas eleições de novembro, prometemos para hoje um 2:59 e um episódio do podcast da secção internacional, O Mundo a Seus Pés.

SEMENTES DE NOÉ Sabe que há um Banco Mundial que armazena sementes para garantir a biodiversidade e a sustentabilidade? Fica em Svalbard, remota ilha norueguesa para lá do círculo polar ártico, onde é natural que o leitor nunca tenha ido nem vá tão cedo (quem me dera!). Felizmente a Ana França esteve lá e conta-nos tudo sobre essa empreitada. A mesma jornalista descreve um local frio, mas que já foi mais e que depende muito do carvão, no âmbito da iniciativa Vida Sustentável.

RAP com MRS Não se trata dos nomes de artistas de hip hop mas da ida do Presidente da República, relatada pelo José Cedovim Pinto, ao novo programa de Ricardo Araújo Pereira na SIC, “Isto é gozar com quem trabalha”, que foi assunto da Revista no passado sábado. A menos de um ano da putativa reeleição de Marcelo Rebelo de Sousa, é pertinente sugerir este trabalho da Mariana Lima Cunha sobre duas possíveis adversárias, No terreno já está, desde sábado, o primeiro candidato oficial, André Ventura. Apresentou-se no tom habitual; neste texto a Liliana Coelho e a Rosa Pedroso Lima apontam-lhe contradições.

TRAGÉDIA HUMANA O Presidente turco cumpriu a ameaça de abrir as fronteiras e permitir que 10 mil migrantes e refugiados passassem para a Europa, mas a Grécia não os deixou entrar. Enquanto a Marta Gonçalves tenta entender as motivações de Recep Tayyip Erdogan, uma ONG lança um apelo urgente a Portugal.

ASSÉDIO LABORAL É um flagelo tão antigo quanto hodierno, sobre o qual a SIC propõe uma grande reportagem. “QUERO controlar POSSO humilhar MANDO obedecer” é o sugestivo título.

MEDO EM BISSAU Um pequeno país que fala a nossa língua esteve à beira da guerra civil. A Guiné-Bissau teve dois presidentes e dois primeiros-ministros durante algum tempo, na sequência da tomada de posse de Sissoco Embaló, eleito em dezembro mas contestado pelo adversário Domingos Simões Pereira, ao passo que o presidente do Parlamento era juramentado como chefe de Estado interino. Tentemos encontrar o fio à meada.

XISTO É OURO As Aldeias do Xisto são um tesouro português, numa região interior tristemente celebrizada há dois anos e meio pelos terríveis incêndios. A especulação imobiliária já lá chegou, conta o Amadeu Araújo. Já a Conceição Antunes explica que há fundos para rentabilizar casas nesta zona, de visita obrigatória para amantes da beleza.

CITY TIMES THREE Falo agora de bola: por cá os três grandes ainda não jogaram esta semana, mas o quarto, que é como quem diz o Sporting de Braga, foi à Madeira reforçar-se no terceiro lugar, mesmo à última hora. Além-Mancha, o Manchester City venceu a Taça da Liga inglesa pela terceira vez consecutiva. Está tudo na Tribuna.

Frases

“No pior cenário teríamos de levar a cabo ações bastante significativas que causariam perturbação social e económica. Pode ser necessário encerrar escolas e tomar outras medidas para distanciar as populações”, disse o ministro da Saúde do Reino Unido, Matt Hancock, numa entrevista à BBC em que admitiu que pode ser preciso isolar cidades britânicas

“Os polícias gregos roubaram-nos tudo e devolveram-nos à Turquia”, contou um migrante ao jornal “El País”

“As pessoas não podem ficar em casa a criticar. O FC Porto inverteu a sua tendência vitoriosa”, foi uma das razões apontadas à RTP3 por José Fernando Rio para se candidatar à liderança dos dragões contra Jorge Nuno Pinto da Costa

“É um dia histórico”, celebrou o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, a propósito do acordo que visa pôr fim a mais de 18 anos de guerra com os talibãs do Afeganistão

O que ando e andarei a ler, ver e ouvir

Telegraficamente, que este Expresso Curto já vai longo:

Prometi na última vez que me calhou escrever a newsletter, cumpri e não me arrependo: “Por amor à língua” (editora Objectiva), do revisor e formador de revisores Manuel Monteiro, devia ser obra de leitura obrigatória para todos os falantes de português, mormente os que usam o idioma como instrumento de trabalho, como nós, jornalistas. Faz-nos corar de vergonha, às vezes própria, outras alheia. Aponta usos parvos e disseminados da língua e tem um longo capítulo sobre o acordo ortográfico, muito crítico.

Estou em pulgas para ler o recém-lançado “The Mirror and the Light”, último tomo da trilogia da inglesa Hilary Mantel sobre Thomas Cromwell, que foi o todo-poderoso ministro-chefe de Henrique VIII. Os antecessores “Wolf Hall” e “Bring up the Bodies” (O Livro Negro, na edição lusa da Civilização) são livros maravilhosos, mesmo para quem não partilha com o autor destas linhas a tara pela dinastia Tudor. Deixarei falar o crítico do semanário “The Observer”, que acha que já nem vale a pena discutir o Booker Prize deste ano, o do diário “The Guardian”, que considera o desfecho “magnífico”, e o de “The Daily Telegraph”, que ilustra: o livro submerge-nos de tal forma naquele século XVI que ficamos à espera de ver aparecer a peste a qualquer instante. A versão portuguesa da obra chega a 22 de abril.

Recente ida a Madrid permitiu-me ver duas belas exposições: Rembrandt no Museu Thyssen-Bornemisza (até 24 de maio) e Brueghel no Palacio Gaviria (até 12 de abril). Aconselho ambas (e aquela metrópole, ¡siempre!)

Maria João Pires na Gulbenkian; Capitão Fausto no Campo Pequeno, convidados recentes do podcast Posto Emissor, da Blitz; Sérgio Godinho no Festival Soam Guitarras, em Carnaxide e Póvoa do Varzim, a cantar canções que escreveu para outros, sobretudo fados. Eis um trio de sugestões musicais para breve, que não perderei.

Para fechar em círculo um Curto iniciado com dois Benjamins, permito-me uma quarta recomendação, a prazo. Será o terceiro álbum de Benjamim, que o músico português está de momento a gravar e que sairá este ano. Depois dos estimulantes “Auto-rádio” e “1986” e colaborações com Joana Espadinha, Lena d’Água, entre outros, a expectativa é grande.

Por aqui me despeço, com a promessa de que o Expresso continuará a trazer-lhe toda a atualidade do dia. O importante é contarmos consigo desse lado.

Sugira o Expresso Curto a um/a amigo/a

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